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Omega espera mais acordos em energia eólica e solar no Brasil

Nos últimos 12 meses o mercado brasileiro registrou 24 fusões e aquisições em energia alternativa.

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A Omega Energia espera que as fusões e aquisições na indústria de energias renováveis brasileira ganhem ritmo em 2023, após o rápido desenvolvimento da infraestrutura nos últimos anos.

Antonio Bastos, CEO da maior empresa de energia eólica e solar brasileira, disse que há pelo menos oito acordos de energia renovável em oferta. Um dos potenciais vendedores é a Brookfield Asset Management, que já considera se desfazer de alguns de seus ativos de energia no país. A eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva acaba com a incerteza eleitoral e facilita o fechamento de negócios, disse Bastos.

“Continuaremos vendo consolidação e criação de entidades maiores e mais fortes”, afirmou Bastos em entrevista, acrescentando que a Omega está “sempre olhando tudo”.

O aumento dos acordos marcaria uma guinada. Nos últimos 12 meses, o mercado brasileiro registrou 24 fusões e aquisições em energia alternativa no valor de US$ 1,3 bilhão, uma queda de 89% na comparação anual, segundo dados compilados pela Bloomberg.

Globalmente, acordos em energias alternativas recuaram 15%, para US$ 77,5 bilhões no mesmo período. Com o rápido crescimento da energia renovável no Brasil, muitas operadoras podem vender alguns de seus parques eólicos e solares para levantar dinheiro para outros projetos ou pagar dívidas. 

Custos de construção mais altos devido à inflação e restrições na cadeia de suprimentos podem tornar a compra de ativos existentes mais atraente do que começar do zero, especialmente para os novatos.

Empreiteiros trabalham em módulos fotovoltaicos em uma fazenda solar da AES Tietê SA em Guaimbé, estado de São Paulo, Brasil, na quinta-feira, 29 de abril de 2021. Fotógrafo: Jonne Roriz/Bloomberg

Ainda há alguns obstáculos para fechar negócios. Bastos disse que as altas taxas de juros no Brasil devem dificultar a captação de fundos, e isso pode obrigar vendedores a reduzir os preços.

A indústria de energia solar se expandiu 66% ano passado no Brasil, para 23,5 gigawatts de capacidade, tornando-se a segunda maior fonte de eletricidade depois da energia hidrelétrica. A BloombergNEF calcula que esse ritmo de crescimento diminua à medida que o governo reduza os subsídios à energia solar residencial. Enel (COCE3), Omega (MEGA3), Engie (EGIE3) e State Grid têm a maior capacidade eólica e solar do Brasil, segundo a BNEF.

A construção de linhas de transmissão pode abrir seções eólicas que atualmente não são exploradas no país, enquanto a indústria eólica offshore está prestes a decolar assim que a regulação for finalizada, destacou Bastos.

“Há muita terra com vento muito forte ainda a ser desenvolvida”, comentou Bastos. “O gargalo para grandes expansões seria a transmissão.”

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