O presidente Luiz Inácio Lula da Silva Lula disse nesta quinta-feira (16) que não tem interesse em brigar com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, mas acrescentou que “ele tem que saber que neste país a gente tem que governar para as pessoas que mais necessitam”.
As declarações foram feitas em entrevista à CNN Brasil. “Como presidente da República, não me interessa brigar com um cidadão que é presidente do Banco Central, que eu pouco conheço, eu vi ele uma vez”, afirmou, conforme trecho veiculado nesta tarde. A íntegra da entrevista deve ser veiculada às 18h desta quinta.
“Eu até teria direito, porque ele não é presidente do BC indicado por mim, ele foi indicado pelo Bolsonaro, ele foi indicado pelo Guedes, então significa que a cabeça política dele é uma cabeça muito diferente da minha e daqueles que votaram em mim. Mas ele está lá, tem um mandato”, acrescentou Lula, em referência ao ex-presidente Jair Bolsonaro e ao ex-ministro da Economia Paulo Guedes.
Meta de inflação
Lula afirmou na entrevista que “a meta não pode ser a razão pela qual você é obrigado a aumentar a taxa de juros”.
As falas acontecem no mesmo dia da reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), que define a meta para mais um ano à frente. Mas o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou mais cedo que o assunto não está na pauta do encontro.
“Mas, se eu não posso conversar com ele sobre a taxa de juros e emprego, sobre o que eu vou conversar? Então é importante que ele converse com Fernando Haddad, todo dia, toda hora, todo mês, todo ano, e que ele apenas cumpra a meta de inflação, tendo noção de que a meta não pode ser a razão pela qual você é obrigado a aumentar a taxa de juros”, disse Lula à CNN.
Críticas de Lula
Lula tem feito fortes críticas à política monetária, especialmente o patamar da taxa Selic, atualmente em 13,75% ao ano. O presidente chegou a dizer que considera “uma vergonha” as justificativas do Comitê de Política Monetária (Copom) para a manutenção da taxa básica de juros. O presidente também tem criticado a autonomia do BC.
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