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Ex-BlackRock lança fundo focado em ativos “estranhos e maravilhosos”

Pam Chan se junta à Lingotto, nova gestora de ativos apoiada pela bilionária família italiana Agnelli.

Por Jack PitcherFollow The wall street Journal
Publicado em
4 min
traduzido do inglês por investnews

Publicado originalmente em 15 de fevereiro de 2024.

Ela está de saída para poder se concentrar apenas no que mais gosta: investir em mercados privados obscuros. 

Formada em Harvard, com 38 anos, ela está abrindo um escritório da Lingotto em Nova York, uma nova gestora de ativos apoiada pela bilionária família italiana Agnelli, que possui participações significativas nas montadoras Ferrari e Stellantis.

A Lingotto tinha US$ 4,6 bilhões em ativos em três estratégias ao final de 2023, ano em que foi lançada. Entre elas estão um fundo de hedge de ações públicas, um fundo de oportunidades focado em empresas privadas e um fundo de inovação de longo prazo administrado por James Anderson, que ganhou fama como um dos maiores investidores da Tesla na gestora de ativos escocesa Baillie Gifford.

Chan está se juntando à Lingotto como sócia administrativa e diretora de investimentos de seu novo Fundo Mosaic, que se concentrará em oportunidades do mercado privado que não se encaixam nos moldes tradicionais de private equity, crédito privado, infraestrutura ou imóveis. Atualmente, está contratando uma equipe de investidores e espera começar a aplicar o capital no fim de 2024.

“Queremos estar em todos os lugares onde o capital privado possa ser uma solução real que não se encaixe em um dos moldes definidos para o setor”, disse Chan em entrevista. “Gosto de chamá-lo de estranho e maravilhoso.” 

Os possíveis investimentos podem incluir royalties de música, seguros, capital estruturado e crédito estruturado, juntamente com várias formas de ativos reais. O fundo vai se concentrar na preservação de capital e na proteção estruturada contra baixas.

Na BlackRock, Chan foi uma das primeiras investidoras no mercado de direitos musicais, agora em expansão. A BlackRock e a Warner Music investiram US$ 750 milhões em um fundo para acumular catálogos de direitos musicais de artistas femininas e músicos diversos em 2022. 

As avaliações dos catálogos musicais de artistas tradicionais dispararam, oferecendo renda passiva constante de royalties. Chan agora vê melhores oportunidades no estabelecimento de parcerias com empresas que comercializam direitos musicais de artistas mais novos, procurando maneiras de expandir seu alcance em esportes, entretenimento e mídias sociais.  

“O que me deixa animada é encontrar um ativo de risco que seja ortogonal ou não relacionado ao risco de mercado”, explicou Chan. “Riscos como a frequência com que alguém decide ouvir uma música, ou as diferentes maneiras como ela pode ser aplicada e a proeza do marketing por trás disso — versus índice beta ou duração ou outras coisas que não conseguimos controlar.”

Chan também está analisando como o capital privado pode se cruzar com a política fiscal. De subsídios federais para projetos de infraestrutura a créditos fiscais estaduais para incentivar a produção cinematográfica, o dinheiro do governo está chegando a empresas. O capital privado pode ajudá-lo a chegar lá mais rápido.

“O governo nem sempre é o órgão mais eficiente, e o mecanismo pelo qual esse capital flui não é o mais suave”, afirmou Chan. “Então há uma oportunidade de financiamento intermediário para fazer essas coisas funcionarem melhor.” 

À medida que os bancos foram dificultando os padrões de empréstimo, as oportunidades de financiamento privado criativo aumentaram, diz Chan. Ela quer focar seu fundo em situações que são complexas e novas e que exigem criatividade, além de oportunidades de agregação — como pacotes de créditos fiscais para estúdios de cinema.

O Fundo Mosaic tem um investimento âncora “significativo” e calibre para investir nos próximos anos e planeja adicionar outros parceiros ao longo do tempo, afirmou um porta-voz. Todos os sócios administrativos da Lingotto têm seu próprio dinheiro investido. 

A canadense Chan começou sua carreira no Goldman Sachs antes de ingressar no fundo de hedge Bridgewater Associates. Ela passou 12 anos na BlackRock. 

A Lingotto atraiu grandes nomes desde seu lançamento, nomeando o ex-ministro das Finanças britânico George Osborne como presidente no ano passado. 

traduzido do inglês por investnews