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Estadão Economia

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, pediu àqueles que "torcem" para que o Brasil não dê certo, que "tirem o cavalo da chuva". O chefe do Executivo afirmou que pediu ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para ser o mais otimista de todos os ministros da Pasta com a economia nacional.

"Àqueles que estão torcendo para que o Brasil não dê certo, podem tirar o cavalo da chuva. Eu disse essa semana ao ministro Haddad: Vou dizer uma coisa a você para ser o mais otimista dos ministros da Fazenda", contou o chefe do Executivo em cerimônia de divulgação dos resultados do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Seleções nesta quarta-feira, 8.

Lula afirmou que os ministros do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e vice-presidente, Geraldo Alckmin, e da Casa Civil, Rui Costa, viajarão à China e aos Emirados Árabes para levar projetos de infraestrutura.

"Pega o projeto da sua ponte e coloca no bolso do Rui Costa. Eles vão levar muitos projetos", comentou o presidente.

O Sindipeças, entidade que representa a indústria de autopeças, informou nesta quarta-feira que o maior impacto das enchentes no Rio Grande do Sul nas fábricas do setor aconteceu na região de Porto Alegre, onde muitas linhas estão paradas.

Em Gravataí, poucas fábricas foram afetadas. Embora a General Motors (GM) tenha decidido, como medida de segurança, suspender a produção do Onix até o fim desta semana, a maioria dos fornecedores segue operando em Gravataí, conforme levantamento do Sindipeças.

Nesta quarta, ao participar de entrevista coletiva da Anfavea, a associação das montadoras, o presidente do Sindipeças, Claudio Sahad, disse que, apesar das dificuldades logísticas, existem rotas alternativas que permitem o funcionamento das fábricas de Gravataí. Em Caxias do Sul, onde estão instaladas muitas fábricas de componentes automotivos, as operações não foram afetadas e seguem funcionando regularmente.

"O problema mais sério acontece em Porto Alegre, mas acredito que será superado rapidamente. Não acredito que faltarão componentes para as montadoras. Se houver paradas, serão pontuais e rápidas", declarou Sahad. Ele pontuou que o Rio Grande do Sul, que responde por 12% do faturamento do setor, é um dos maiores polos de produção de peças do País.

Apesar do comentário, o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, relatou que existe preocupação das montadoras sobre a possibilidade de faltar peças, o que levaria a paradas de produção, assim como a respeito do impacto no mercado decorrente das perdas na safra agrícola e das dificuldades nas exportações automóveis e importações de peças que dependem da infraestrutura de portos e rodovias do Rio Grande do Sul.

Ainda que a tendência seja positiva para as vendas de veículos, Leite ponderou que a situação do Sul pode impactar o desempenho da indústria automotiva, considerando também o peso do mercado gaúcho, onde existem 680 concessionárias de veículos, que fazem 5% das vendas totais de automóveis no País. No momento, informou o presidente da Anfavea, três associadas estão com operações suspensas.

"Algumas associadas estão preocupadas com os fornecedores que estão com operações suspensas no Rio Grande do Sul. Elas vêm trabalhando com estoques, mas com operação em sinal de alerta, em qualquer momento podem ser impactadas", disse o presidente da Anfavea.

"Estamos debruçados sobre essa questão para que o impacto seja o menor possível ou não aconteça", acrescentou Leite, ponderando, no entanto, que algumas montadoras têm alertado ao risco de terem que suspender temporariamente as atividades.

A média de tentativas de fraudes no e-commerce brasileiro caiu de forma expressiva em 2023, conforme revelado pelo Raio-X da Fraude 2024, um estudo elaborado pela Equifax/Boa Vista.

Segundo o levantamento, o porcentual de tentativas de fraude passou de 5,77% em 2022 para 4,09% em 2023, o que representa uma retração de 29,11%.

"Esses percentuais são importantes porque mostram um avanço no combate à fraude nas transações feitas por e-commerces", apontou o superintendente de Antifraude da Equifax/Boa Vista, Pedro Tavares.

No entanto, conforme Tavares, 4,09% ainda representa uma média de tentativas de fraudes "muito elevada e indica o quanto as empresas que fazem vendas online precisam estar atentas e prevenidas para combater e, com isso, minimizar as ações dos criminosos".

A Shopify registrou prejuízo líquido de US$ 273 milhões no primeiro trimestre de 2024, abaixo do lucro de US$ 68 milhões visto no mesmo período do ano passado. Somado a isso, a companhia teve perda de US$ 0,21 por ação, enquanto os analistas consultados pela FactSet esperavam lucro de US$ 0,09.

O lucro ajustado da companhia foi de US$ 0,20 por ação, levemente acima das estimativas de US$ 0,17.

No mesmo período, a receita aumentou para US$ 1,861 bilhão, de US$ 1,508 bilhão um ano atrás, um pouco à frente do consenso FactSet de US$ 1,843 bilhão.

As despesas do Orçamento federal que serão direcionadas à calamidade pública no Rio Grande do Sul serão identificadas. A Secretaria de Orçamento Federal do Ministério do Planejamento e Orçamento vai criar um identificador para essas ações, com o objetivo de dar maior transparência a esses gastos.

Em entrevista exclusiva ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), a ministra do Planejamento, Simone Tebet, adiantou que haveria "marcadores no orçamento". "Não vai ter carimbo, mas terá marcadores do que eu posso gastar fora do limite de gastos exigido pelo novo arcabouço e fora da meta fiscal", afirmou.

O Decreto Legislativo, proposto pelo governo federal e já aprovado pela Câmara e Senado, decreta a calamidade pública no Rio Grande do Su e retira da meta fiscal os recursos que serão usados para a recuperação dos estragos causados pelas enchentes no Estado.

Em nota divulgada nesta quarta-feira, o ministério do Planejamento explica que as ações orçamentárias que constarão dos créditos extraordinários serão diferenciadas do orçamento normal, a partir do localizador de gasto que, será, exclusivamente, no Estado do Rio Grande do Sul e acompanhado de um código e um nome padronizado.

Tebet disse que as demandas chegarão para o ministério setorial, que fará um primeira análise, de acordo com as regras e, em seguida, incluirá no sistema.

Serão levantadas e organizadas as demandas, que serão levadas à Junta de Execução Orçamentária (JEO), que pode ser convocada a qualquer hora.

O navio-plataforma Maria Quitéria do tipo FPSO (unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência, da sigla em inglês) saiu da China na segunda-feira, 6, e chegará ao campo de Jubarte, localizado no pré-sal da bacia de Campos, litoral do Espírito Santo, no segundo semestre deste ano.

A unidade tem capacidade de produzir 100 mil barris de óleo e de processar 5 milhões de metros cúbicos de gás. A previsão é que entre em produção no primeiro trimestre de 2025.

O navio-plataforma Maria Quitéria possui tecnologias para descarbonização, como o ciclo combinado na geração de energia.

Esse arranjo permite reduzir em aproximadamente 20% as emissões de CO2.

A unidade foi afretada pela Petrobras junto à Yinson, também responsável por sua construção.

O estoque de veículos nos pátios de montadoras e concessionárias subiu, no último mês, de 222,3 mil para 242,6 mil veículos, ou seja, um acréscimo de 20,3 mil unidades. O levantamento foi divulgado nesta quarta-feira, 8, pela Anfavea, entidade que representa as montadoras.

Segundo a associação, o nível, suficiente para 33 dias de venda, ainda não é preocupante.

O aumento do volume, concentrado nas fábricas, reflete lançamentos a serem feitos nos próximos dias. Antes dos lançamentos, as marcas formam estoques.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, enfatizou nesta quarta-feira, 8, que "muitos economistas liberais" são contra a renegociação de Estados, alegando que os governadores têm de arcar com as consequências da falta de entrega na área fiscal. "Temos outra compreensão", disse ele, durante o programa Bom Dia Ministro, da EBC.

Primeiro, afirmou, não se pode punir toda a população de um Estado e, depois, porque a dívida tem que ser viável. "Tudo tem jeito, mas tem que ser feito com critério, tem que seguir uma lógica", argumentou.

Haddad foi questionado especificamente sobre a situação de Goiás. Para o ministro, o Estado apresentou uma recuperação fiscal "satisfatória" o que levou o Ministério da Fazenda a pensar que poderia andar com próprias pernas fora do regime de recuperação fiscal (RRF).

"O governador (Ronaldo Caiado, União Brasil) tem sido generoso no diálogo conosco", salientou Haddad, reforçando pensar que a recíproca também é verdadeira.

Mesmo assim, lembrou Haddad, o governador de Goiás levou ao Ministério considerações para seguir no RRF por mais algum tempo.

Regramento para casos de calamidade

O ministro da Fazenda disse ainda que a proposta levada pela sua Pasta ao Palácio do Planalto prevê a criação de uma regramento específico para ser usado em casos de calamidade pública, como a que ocorreu no Rio Grande do Sul. "Temos que nos preparar para o que a ciência nos diz: eventos extremos serão mais frequentes", afirmou.

Haddad contou que deve haver uma cláusula mais genérica sobre o tema para ser acionada em situações similares à do Rio Grande do Sul.

Em entrevista exclusiva ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), a ministra do Planejamento, Simone Tebet, também comentou sobre o tema, dando mais detalhes da proposta do governo

O avanço de 5,7% nas vendas do comércio varejista brasileiro em março de 2024 ante março de 2023 foi o mais acentuado para o mês desde 2018, quando foi registrado um crescimento de 8,0%. Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No varejo ampliado, que inclui as atividades de veículos, material de construção e atacado alimentício, o recuo de 1,5% no volume vendido em março de 2024 ante março de 2023 foi o pior desempenho para o mês desde 2020, quando houve queda de 6,4%.

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, avaliou nesta quarta-feira, 8, que o novo marco cambial, em vigor há 500 dias, já permitiu a viabilização de novos modelos de negócios e a maior inserção internacional da economia brasileira. "O BC realizou uma pesquisa com as instituições financeiras e 84% delas informaram que a realização de operações de câmbio ficou mais ágil e eficiente, 76% indicaram um maior alinhamento da regulação brasileira aos padrões internacionais e 91% já modernizaram ou estão modernizando os procedimentos relativos a contas em reais de não residentes", afirmou, durante abertura do Seminário sobre os 500 dias da Lei de Câmbio e Capitais Internacionais, realizado pela autoridade monetária.

Campos Neto lembrou que a nova legislação consolidou em 29 artigos assuntos que antes eram tratados em 38 dispositivos legais com mais 400 artigos.

"Não renunciamos à capacidade de o BC monitorar o mercado, prevenir a lavagem de dinheiro e produzir estatísticas", enfatizou.

O presidente do BC destacou ainda que ocorreu um efetivo aumento do uso internacional da moeda brasileira em função da maior liberdade no uso de contas em reais de não residentes.

"Temos um exemplo de ampliação do uso da moeda nacional quando um viajante brasileiro está no exterior e consegue pagar suas compras em um estabelecimento comercial estrangeiro usando reais, inclusive com o uso do Pix", citou Campos Neto. "Com tantos benefícios que a nova lei proporcionou, seguimos motivados a buscar ainda mais aprimoramentos para o futuro, conforme já divulgamos em nossa agenda", concluiu.

Os estoques de petróleo nos Estados Unidos recuaram 1,362 milhão de barris, na semana encerrada no dia 3 de maio, a 459,528 milhões de barris, informou nesta quarta-feira, 8, o Departamento de Energia. Analistas ouvidos pelo Wall Street Journal previam baixa de 500 mil barris.

Os estoques de gasolina cresceram 915 mil barris, a 228,002 milhões de barris, quando se esperava queda de 900 mil barris. Já os de destilados avançaram 56 mil barris, a 116,41 milhões de barris, ante previsão de baixa de700 mil barris.

Os estoques de petróleo em Cushing cresceram 1,88 milhão de barris na semana, a 35,336 milhões de barris.

A taxa de utilização das refinarias, por sua vez, avançou de 87,5% na semana anterior a 88,5% na mais recente, ante previsão de 88,2%. A produção média diária de petróleo nos EUA se manteve em 13,1 milhões de barris.

*Com informações da Dow Jones Newswires

Deputados da Câmara têm a expectativa de votar nesta quarta-feira, 8, a taxação de compras internacionais de bens de até US$ 50. O dispositivo está incluído como um "jabuti" no projeto de lei que institui o Programa Nacional de Mobilidade Verde e Inovação (Mover), com incentivos a empresas do ramo automotivo que investem em sustentabilidade.

Conforme mostrou o Broadcast Político (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), o mérito da matéria não foi aprovado na terça-feira, 7, por falta de acordo.

De um lado, deputados do PT receiam que a taxação desses bens enfraqueça o programa Remessa Conforme, que possibilitou ao governo maior controle sobre as transações de empresas como Shein, Shopee e AliExpress.

De outro lado, favoráveis à taxação dizem que o governo será o principal beneficiado com a medida, por conta da arrecadação, mas resiste em apoiá-la publicamente porque quer deixar o desgaste da aprovação da matéria para o Congresso Nacional.

Deputados aprovaram somente um requerimento de urgência para o projeto e esperam que o líder do governo, José Guimarães (PT-CE), convença a sua bancada a votar a favor da taxação, para não prejudicar o resto do Programa Mover, que é de interesse do Planalto.

A terceira sessão da reunião de análise de conjuntura do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central terminou às 11h21 desta quarta-feira, 8. Nessa fase da reunião, iniciada ontem, o colegiado revisita temas importantes para a tomada de decisão da taxa Selic, atualmente no nível de 10,75% ao ano.

Hoje à tarde, ocorre a segunda parte do encontro, quando o presidente do BC, Roberto Campos Neto, e os oito diretores da instituição definem o nível da Selic, que será anunciado a partir de 18h30.

No mercado, é levemente majoritária a expectativa de que a cúpula do BC optará por uma redução menor da taxa, de 0,25 ponto porcentual, depois de um ciclo de seis cortes consecutivos de 0,50 pp, iniciado em agosto do ano passado. Conforme a pesquisa do Projeções Broadcast, a diminuição do ritmo é a aposta de 25 das 45 casas consultadas (55%). Duas semanas antes, a avaliação preponderante era de novo corte de meio ponto na taxa básica de juros - 20 instituições permanecem nesta posição.

Na reunião anterior, em março, os membros do Copom reduziram o período do forward guidance, retirando a sinalização de novos cortes do mesmo tamanho no plural. Com a mudança, o colegiado passou a mirar apenas o encontro atual, com o BC indicando um corte da mesma magnitude.

Ao justificar a mudança, o colegiado alegou o aumento das incertezas domésticas e, principalmente, do exterior. Desde então, o quadro vem se mostrando ainda mais extremo e o presidente do BC, Roberto Campos Neto, passou a adotar um discurso avaliado como mais hawkish em suas participações públicas.

Mais recentemente, houve a percepção de que o Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos Estados Unidos) pode demorar mais tempo do que o esperado para reduzir suas taxas. Além disso, há uma preocupação ainda com a área fiscal doméstica, a resiliência do mercado de trabalho e as incertezas sobre a possibilidade de contágio para a inflação, em especial, a de serviços. Para coroar, a tragédia com as enchentes no Sul do País adiciona mais incertezas em relação à atividade e à perseguição da meta fiscal, de acordo com o modelo escolhido pelo governo federal para socorrer o Estado.

Houve alterações nas estimativas do mercado financeiro também colhidas pelo Projeções Broadcast para as próximas reuniões do Copom, elevando a mediana de junho de 10,00% para 10,25% ao ano e a de julho, de 9,75% para 10,00%. Algumas casas passaram a prever, inclusive, que a Selic terminará o atual ciclo em 10,25% ao ano - na ponta mais otimista, uma casa projeta uma taxa de 8,00% aa.

A Frigol encerrou o primeiro trimestre de 2024 com prejuízo líquido de R$ 5,1 milhões, queda de 66,8% ante o igual período de 2023, quando o resultado havia ficado negativo em R$ 15,2 milhões. A receita líquida da companhia teve incremento de 18%, para R$ 822 milhões.

Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) foi de R$ 22 milhões, ante um Ebitda negativo de R$ 2,6 milhões no primeiro trimestre de 2023. A margem Ebitda foi de 2,7% em comparação com um resultado negativo de 0,1% no igual trimestre do ano passado.

"Foi o segundo melhor primeiro trimestre registrado pela companhia, reforçando nossa crença de que operacionalmente - ou seja, na execução - e estrategicamente estamos no caminho certo", afirmou, em nota, o CEO da Frigol, Eduardo Miron. "Na comparação anual, recuperamos as vendas e colhemos os frutos da ampliação de produção feita em nossas unidades no início do ano passado: produzimos mais, com custos diluídos e melhoramos as margens", complementou.

A Frigol também relatou expansão de 44% no abate na comparação anual, com aumento de 30% no volume vendido. A alta nas vendas foi de 19% para o mercado interno e de 66% para o mercado externo.

O incremento foi de 82% na exportação para China, com vendas estáveis para Israel, segundo maior mercado comprador da companhia. Ainda assim, houve equilíbrio na comercialização para o mercado interno e externo, com 50% do faturamento vindo de cada um.

A alavancagem (calculada entre a dívida líquida e o Ebitda) ficou em 1,6 vez, queda ante 2,1 vezes do primeiro trimestre de 2023. Já a dívida líquida da Frigol caiu 18% na comparação anual, para R$ 268,1 milhões.

O volume de vendas do varejo chegou a março em patamar 7,1% acima do nível de fevereiro de 2020, no pré-pandemia. No varejo ampliado, que inclui as atividades de veículos e material de construção, as vendas operam 4,9% acima do pré-pandemia. Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio e foram divulgados nesta quarta-feira, 8, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os segmentos de artigos farmacêuticos, supermercados, veículos, combustíveis e material de construção estão operando acima do patamar pré-crise sanitária.

O segmento de artigos farmacêuticos opera em patamar 42,0% acima do pré-crise sanitária; supermercados, 9,0% acima; veículos, 7,8% acima; combustíveis e lubrificantes, 6,1% acima; e material de construção, 2,6% acima.

Os outros artigos de uso pessoal e domésticos estão 6,8% abaixo do nível de fevereiro de 2020; móveis e eletrodomésticos, 13,2% aquém; equipamentos de informática e comunicação, 16,1% abaixo; tecidos, vestuário e calçados, 19,4% abaixo; e livros e papelaria, 44,4% abaixo.

Voltando a enfatizar a importância da união entre os Três Poderes, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a tragédia no Rio Grande do Sul mostrou que é possível fazer um trabalho conjunto de governo. Após vários atores dos diferentes Poderes sobrevoarem a região no domingo e terem encontro com o governador Eduardo Leite (PSDB), todos saíram do episódio com o mesmo discurso, segundo o ministro.

"Aquela é a foto: não importa o tamanho do problema, vamos enfrentar juntos", disse, em entrevista ao programa Bom Dia Ministro, da EBC. "Está acima de disputas partidárias, tem a ver com ser humano", acrescentou.

Haddad fez questão de enfatizar que houve muita aposta contra o Brasil assim que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ganhou a eleição. Ele citou que primeiro foi falado que o novo presidente não teria base parlamentar e, depois, que as contas estavam desorganizadas e que não haveria tempo suficiente para arrumá-las. Citando a "elite financeira" e dos Poderes, Haddad afirmou que, se esse grupo assim desejar, coloca o País em um curso de desenvolvimento sustentável. "Não é bicho de sete cabeças", garantiu.

O ministro deu destaque ao apoio do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que estaria ajudando a agenda a avançar. Ele enfatizou que gostaria de ver e que há condições para a aprovação da regulamentação da reforma tributária ainda este ano.

Ao final da entrevista, Haddad disse que um ministro da Fazenda costuma ter dois papéis, que parecem ser contraditórios ou paradoxais. O primeiro é o de alertar sobre os riscos existentes e o segundo, o de dar esperanças à população. "O caminho é complicado, é um negócio difícil de lidar, mas estamos gradualmente convergindo para um diagnóstico do que precisa ser feito", afirmou. "Não é simples partir de avaliações extremas para convergência política e ver todo mundo remando para o mesmo lugar, mas temos condições", finalizou.

Após cair para o nível dos 128 mil pontos, o Ibovespa reduziu a queda e recuperou a marca dos 129 mil pontos, em meio ao arrefecimento do recuo das bolsas norte-americanas e da virada para cima das ações da Petrobras. Em dia de agenda de indicadores esvaziada principalmente nos EUA, os investidores se concentram em buscar sinais da política monetária americana e do Brasil, em dia da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom).

Segundo Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, os mercados estão um pouco cautelosos diante da espera por novos sinais que poderão reforçar as apostas de corte dos juros americanos neste ano.

Ao mesmo tempo, Spiess cita as expectativas divididas para o Copom de hoje. "Seria natural um tom mais firme no comunicado do Banco Central hoje", diz, ao se referir-se devido a eventos recentes, como as enchentes no Rio Grande do Sul, que têm elevado as incertezas fiscais, com a inflação e podem gerar dúvidas ante a política monetária.

Assim, grande expectativa interna é pela decisão do Copom, no início da noite, para a qual as projeções estão divididas. Atualmente a taxa Selic está em 10,75% ao ano, e as estimativas estão entre manutenção do recuo de meio ponto ou redução do ritmo a 0,25 ponto porcentual.

"A se confirmarem as projeções da vasta maioria dos investidores, o Comitê deverá confirmar a adoção de uma abordagem mais austera na política monetária. As declarações mais recentes de Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central (BC) e as próprias expectativas reunidas semanalmente no Relatório Focus mostram a expectativa de uma desaceleração no corte dos juros", cita em relatório a Levante Investimentos.

Em relação ao noticiário de empresas, destaque para Vale e algumas empresas que divulgaram balanços.

A mineradora disse que tomou conhecimento pela mídia do pedido da Advocacia Geral da União (AGU) contra a companhia, a Samarco e a BHP, para pagamento de R$ 79,6 bilhões, e que irá se manifestar nos autos, após ser formalmente notificada. As ações da mineradora caem em torno de 0,70% nesta manhã, em dia de recuo de 2,91% do minério de ferro em Dalian, na China. Já o petróleo cai 1,00% e as ações da Petrobras, por sua vez, subiam perto de 0,80%.

Segundo o analista da Empiricus, não um fator a justificar o avanço, a não ser o boa avaliação do balanço da Prio, a poucos dias da divulgação do resultado trimestral da estatal, na segunda que vem.

A Prio reportou lucro líquido de US$ 224,048 milhões no primeiro trimestre de 2024, recuo de 3% quando comparado ao mesmo período do ano anterior, mas o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) alcançou US$ 467,018 milhões entre janeiro e março deste ano, uma alta de 33% na base anual.

Já Ambev registrou lucro líquido consolidado de R$ 3,804 bilhões no primeiro trimestre de 2024, montante 0,04% menor do que o apurado um ano antes, superando a expectativa do Prévias Broadcast em 15,3%. Já o Ebitda ajustado, de R$ 6,534 bilhões, e a receita líquida, de R$ 20,276 bilhões, ficaram em linha. Ambev ON cedia 4,68%.

Em contrapartida, BRF ON subia sobe 12,79% depois que a companhia conseguiu reverter prejuízo e reportar lucro líquido de R$ 594 milhões no primeiro trimestre de 2024. Na esteira, Marfrig, que detém 50% do capital votante e total da BRF, avançava quase 7,77%.

O Ibovespa caía 0,05%, aos 129.143,57 pontos, ante recuo de 0,90%, na mínima aos 128.048,04 pontos e máxima aos 129.210,15 pontos, com variação zero. Ontem, fechou em alta de 0,58%, a 129.210,48 pontos.

As taxas de juros negociadas no mercado futuro operam em alta na manhã desta quarta-feira, alinhadas ao avanço do dólar e dos retornos dos Treasuries, os títulos do Tesouro americano. A grande expectativa do dia é pela decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), que será anunciada após as 18h30 e tem as apostas divididas entre um corte de 0,25 ou de 0,50 ponto porcentual na taxa Selic.

Entre analistas e na precificação da curva de juros, as apostas majoritárias são pelo corte menor, levando em consideração a resistência da inflação, o risco fiscal e a menor janela para redução de juros nos Estados Unidos este ano.

Há ainda no front doméstico a cautela com os gastos que o governo terá com a reconstrução das cidades atingidas pelas enchentes do Rio Grade do Sul e os efeitos inflacionários das perdas de lavouras importantes na região, como de soja, milho e arroz.

Para José Francisco Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator, mais importante que a magnitude do corte de juros a ser feito hoje pelo Copom é a composição dos votos entre os diretores do Banco Central e a sinalização do comunicado. "As divergências existem, não é novidade. Mas seria melhor uma votação unânime, com as divergências sendo relatadas na ata da reunião", disse.

Às 11h12, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2025 tinha taxa de 10,215%, ante 10,209% do ajuste de ontem. O DI para janeiro de 2027 projetava 10,80%, contra 10,71% do ajuste anterior.

Os estoques no atacado dos Estados Unidos tiveram queda de 0,4% em março na comparação com fevereiro, a US$ 894,7 bilhões, informou nesta quarta-feira, 8, o Departamento do Comércio.

Houve ainda revisão para baixo do dado anterior, que aponta agora alta de 0,2% em fevereiro frente ao mês de janeiro, antes calculado como avanço de 0,5%.

As vendas do comércio varejista subiram 2,5% no primeiro trimestre de 2024 ante o quarto trimestre de 2023, na série com ajuste sazonal, informou nesta quarta-feira, 8, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

"Foi um trimestre forte", resumiu Cristiano Santos, gerente da Pesquisa Mensal de Comércio do IBGE.

O resultado trimestral foi o mais elevado desde o segundo trimestre de 2022, quando as vendas cresceram 2,8%.

No varejo ampliado, as vendas aumentaram também 2,5% no primeiro trimestre de 2024 ante o quarto trimestre de 2023.

O desempenho foi o mais acentuado desde o segundo trimestre de 2021, quando houve expansão de 3,4%.

Segundo Cristiano Santos, as vendas de bens não essenciais puxaram o bom resultado do varejo no primeiro trimestre deste ano, com destaque para segmentos que vendem itens de maior valor agregado, como móveis e eletrodomésticos e outros artigos de uso pessoal e doméstico. O setor de vestuário também figurou entre os destaques positivos no trimestre.

Na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, as vendas do varejo restrito aumentaram 5,9% no primeiro trimestre de 2024, completando assim o quinto trimestre seguido de avanços.

No varejo ampliado, as vendas cresceram 4,6% no primeiro trimestre de 2024 ante o primeiro trimestre de 2023.

Revisões

O IBGE revisou o resultado das vendas no varejo ampliado em fevereiro ante janeiro, de uma alta de 1,2% para uma elevação de 1,0%, conforme os dados das Pesquisa Mensal de Comércio de março divulgada nesta quarta-feira.

No varejo restrito, a taxa de fevereiro ante janeiro foi mantida em uma elevação de 1,0%.

No embalo do expressivo crescimento do consumo de automóveis, a produção de veículos subiu de 24,2% no mês passado, frente a abril de 2023, informou nesta quarta-feira, 8, a Anfavea, a associação que representa as montadoras. Entre carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus, foram produzidas 222,1 mil unidades, o que representa um crescimento de 13,5% frente ao volume de março.

Com o resultado do mês passado, a produção acumulada desde o início do ano chega a 760,1 mil veículos, 6,3% acima do total produzido nos quatro primeiros meses de 2023.

Vendas

As vendas cresceram 37,4% no mês passado, no comparativo interanual, chegando a 220,8 mil unidades emplacadas. O volume se aproxima do patamar de antes da pandemia, já que no mesmo mês de 2019 foram comercializados 231,9 mil veículos.

Frente a março, abril mostrou crescimento de 17,6% nas vendas.

De janeiro a abril, 735,4 mil veículos foram vendidos no Brasil, 16,3% acima dos quatro primeiros meses do ano passado.

O desempenho reflete a melhora nas condições de crédito, dada a queda dos juros, e as compras das locadoras, que estão renovando suas frotas.

Exportações

As exportações, por outro lado, seguem sem mostrar reação, com queda de 19,6% em abril na comparação com o mesmo mês de 2023.

Na margem - ou seja, de março para abril -, a queda dos embarques foi de 16,4%.

Com os 27,3 mil veículos exportados no mês passado, o total embarcado desde o início do ano soma 109,6 mil unidades, uma queda de 26%.

Emprego

O balanço da Anfavea mostra ainda que as montadoras abriram 601 vagas de trabalho em abril, empregando agora 102 mil pessoas.

Após a estabilidade no volume vendido em março ante fevereiro, o varejo se manteve operando em patamar recorde na série histórica da Pesquisa Mensal de Comércio, iniciada em 2000, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

"Como havia alcançado o maior nível da série no mês anterior, com a estabilidade, o patamar recorde se desloca de fevereiro para março de 2024", apontou o IBGE.

Já o varejo ampliado, que recuou 0,3% em março ante fevereiro, está em nível 1,4% aquém do ápice registrado em agosto de 2012.

A terceira sessão da reunião de análise de conjuntura do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central começou à 10h08 desta quarta-feira, 8. Nessa fase da reunião, iniciada na terça-feira, o colegiado revisita temas importantes para a tomada de decisão da taxa Selic, atualmente no nível de 10,75% ao ano.

Hoje à tarde, ocorre a segunda parte do encontro, quando o presidente do BC, Roberto Campos Neto, e os oito diretores da instituição definem o nível da Selic, que será anunciado a partir de 18h30.

No mercado, é levemente majoritária a expectativa de que a cúpula do BC optará por uma redução menor da taxa, de 0,25 ponto porcentual, depois de um ciclo de seis cortes consecutivos de 0,50 pp, iniciado em agosto do ano passado.

Conforme a pesquisa do Projeções Broadcast, a diminuição do ritmo é a aposta de 25 das 45 casas consultadas (55%). Duas semanas antes, a avaliação preponderante era de novo corte de meio ponto na taxa básica de juros - 20 instituições permanecem nesta posição.

Na reunião anterior, em março, os membros do Copom reduziram o período do forward guidance, retirando a sinalização de novos cortes do mesmo tamanho no plural. Com a mudança, o colegiado passou a mirar apenas o encontro atual, com o BC indicando um corte da mesma magnitude. Ao justificar a mudança, o colegiado alegou o aumento das incertezas domésticas e, principalmente, do exterior. Desde então, o quadro vem se mostrando ainda mais extremo e o presidente do BC, Roberto Campos Neto, passou a adotar um discurso avaliado como mais hawkish em suas participações públicas.

Mais recentemente, houve a percepção de que o Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos Estados Unidos) pode demorar mais tempo do que o esperado para reduzir suas taxas. Além disso, há uma preocupação ainda com a área fiscal doméstica, a resiliência do mercado de trabalho e as incertezas sobre a possibilidade de contágio para a inflação, em especial, a de serviços. Para coroar, a tragédia com as enchentes no Sul do País adiciona mais incertezas em relação à atividade e à perseguição da meta fiscal, de acordo com o modelo escolhido pelo governo federal para socorrer o Estado.

Houve alterações nas estimativas do mercado financeiro também colhidas pelo Projeções Broadcast para as próximas reuniões do Copom, elevando a mediana de junho de 10,00% para 10,25% ao ano e a de julho, de 9,75% para 10,00%. Algumas casas passaram a prever, inclusive, que a Selic terminará o atual ciclo em 10,25% ao ano - na ponta mais otimista, uma casa projeta uma taxa de 8,00% aa.

As vendas do comércio varejista ficaram estáveis em março ante fevereiro, na série com ajuste sazonal, informou nesta quarta-feira, 8, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O dado ficou perto da mediana negativa de 0,3% das estimativas na pesquisa do Projeções Broadcast com o mercado financeiro. A pesquisa teve intervalo que ia de queda de 2,0% a expansão de 0,8%.

Na comparação com março de 2023, sem ajuste sazonal, as vendas do varejo tiveram alta de 5,7% em março. As projeções, todas de alta, variavam de 2,5% a 6,9%, com mediana de 4,8%.

As vendas do varejo restrito acumularam crescimento de 5,9% no ano, que tem como base de comparação o mesmo período do ano anterior.

No acumulado em 12 meses até março, houve alta de 2,5%, ante avanço de 2,3% até fevereiro.

Varejo ampliado

Quanto ao varejo ampliado, que inclui as atividades de material de construção, de veículos e de atacado alimentício, as vendas caíram 0,3% em março ante fevereiro, na série com ajuste sazonal.

Neste caso, a mediana do mercado indicava crescimento de 0,6%. As estimativas iam de recuo de 1,0% a expansão de 2,0%.

Na comparação com março de 2023, sem ajuste, as vendas do varejo ampliado tiveram baixa de 1,5% em março. A mediana indicava crescimento de 0,1%, após alta de 9,7%. As projeções eram de queda de 3,6% a alta de 5,3%.

As vendas do comércio varejista ampliado acumularam avanço de 4,6% no ano.

No acumulado em 12 meses até março, houve alta de 2,9%, ante avanço de 3,6% até fevereiro.

O dólar opera em alta na manhã desta quarta-feira, 8, e renovou máximas no mercado à vista há pouco, a R$ 5,1050 (+0,74%). O mercado câmbio ajusta-se ao avanço da curva de rendimento dos Treasuries e dos juros futuros na B3 em meio à espera do desfecho da reunião do Copom. A aposta majoritária (55%) é de corte de 0,25 pp da Selic ante a minoritária, de 0,50 pp, segundo o Projeções Broadcast.

Investidores precificam ainda a queda firme das commodities - de cerca de 1% do petróleo e de 2,91% do minério de ferro -, enquanto digerem dados de varejo e entrevista do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, à rádio EBC nesta manhã.

Haddad, disse nesta quarta que espera que o preço dos alimentos caia a partir dos efeitos da reforma tributária sobre o consumo, aprovada pelo governo neste ano. Ele reforçou que "sabe do compromisso" do presidente Lula no combate à inflação e que o presidente está preocupado com a situação atual do preço dos alimentos, sobretudo após o desastre climático no Rio Grande do Sul.

O ministro ainda pontuou que espera que a taxa básica de juro, a Selic, continue caindo para que se possa construir "uma economia saudável". "Os últimos indicadores de inflação têm se comportado "muito bem", ao mesmo tempo em que a taxa de juros no Brasil continua sendo uma das mais elevadas do mundo", comparou o ministro. Ele disse ainda que a proposta do governo federal para a renegociação da dívida do Rio Grande do Sul deve ser anunciada entre hoje e amanhã pelo presidente Lula.

As vendas do comércio varejista ficaram estáveis em março ante fevereiro, na série com ajuste sazonal, informou há pouco o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ainda assim, o varejo se manteve operando em patamar recorde na série histórica da Pesquisa Mensal de Comércio, iniciada em 2000, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). "Como havia alcançado o maior nível da série no mês anterior, com a estabilidade, o patamar recorde se desloca de fevereiro para março de 2024", apontou o IBGE. Já o varejo ampliado, que recuou 0,3% em março ante fevereiro, está em nível 1,4% aquém do ápice registrado em agosto de 2012.

A FGV informou alta do IGP-DI de 0,72% em abril, interrompendo três meses de quedas do indicador. O dado também ficou acima da mediana das projeções do mercado (+0,68%).

No exterior, sem indicadores relevantes na agenda americana, os investidores em Nova York ajustam o dólar e os rendimentos dos Treasuries para cima à espera de comentários de dirigentes do Fed e leilão do Tesouro americano. Estão programados os estoques no atacado no país (11h) e eventos com os dirigentes do Fed Philip Jefferson, vice-presidente (12h), Susan Collins, de Boston (12h45), e Lisa Cook. A esperança é de que tragam pistas que possam chancelar as apostas recentes de possíveis cortes de juros neste ano, após o payroll americano abaixo do esperado.

Às 9h39, o dólar à vista subia 0,67%, a R$ 5,1014. O dólar para junho ganhava 0,48%, a R$ 5,1110.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ressaltou nesta quarta-feira (8) que o próximo Plano Safra terá mecanismos para que Estados diversifiquem sua produção. "Precisamos de alguma diversificação e vamos ter de induzi-la para não ficarmos prisioneiros, para não ficar dependentes apenas de um produto", disse durante o programa Bom Dia Ministro, da EBC.

Haddad traçou um paralelo da agricultura com a rede elétrica em termos de interligação. Segundo ele, há ramais diferentes de transmissão para justamente não haver um problema generalizado se houver um dano local.

"Temos que pensar em algo parecido para alimentação. Tem que respeitar o bioma e o que se pode produzir ali, mas vimos como foi o caso do arroz no fim do ano passado", disse, lembrando que mesmo o aumento da importação para tentar regular preço poderia aumentá-lo.

O ministro enfatizou que se vive hoje em um mundo "muito desafiador" e que era raro ver um Estado sofrer o que o Rio Grande do Sul vem sofrendo há anos: enchentes enormes após anos de seca. "Não há paralelo, não há precedente", disse, lembrando que mais de 80% da produção de arroz do Brasil é produzida no Estado. "O que faz sentido, portanto, é ter diversificação da produção por Estado", reforçou.

Outro ponto destacado por Haddad é a retomada de estoques reguladores, que, segundo ele, foram abandonados durante o governo anterior, de Jair Bolsonaro. "Perdemos a capacidade de armazenamento", disse, reforçando que é preciso que o governo aja com estratégia para diminuir a dependência.

Por causa da calamidade no Rio Grande do Sul, houve um pedido de adiamento por parte de alguns representantes de municípios, mas o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou que haverá uma reunião com esses atores para negociar a questão da desoneração da folha de pagamentos.

Após a intervenção do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o tema, a Confederação Nacional dos Municípios (CNM) apresentou uma nota de repúdio contrária à "judicialização da desoneração. A entidade prometeu atuar na Suprema Corte para garantir o benefício estimado em R$ 11 bilhões por ano para esses entes subfederativos.

"Temos preocupação com isso, mas queremos nos sentar e negociar, como sempre fizemos", afirmou Haddad durante o programa Bom Dia Ministro, da EBC. Ele voltou a criticar a falta de atuação dos interessados no passado, alegando que nunca houve uma tentativa de negociação para tratar desse assunto com o ministério da Fazenda.

Agora, conforme o ministro, o CNM entregou "duas ou três propostas que fazem sentido". Para Haddad, os textos são uma boa base para negociação. "Certeza que vamos chegar a um denominador comum", previu.

Após a entrada de R$ 1,339 bilhão da caderneta de poupança em abril, dados divulgados nesta quarta-feira, 8, pelo Banco Central (BC) mostram que as retiradas superaram as aplicações em R$ 1,141 bilhão no mês passado. Ainda assim, esse foi o melhor resultado para meses de abril desde 2021, quando houve depósito líquido de R$ 3,840 bilhões no quarto mês do ano.

Em abril, foram aplicados na poupança R$ 353,973 bilhões, enquanto R$ 355,115 bilhões foram sacados pelos brasileiros. Considerando o rendimento de R$ 5,199 bilhões, o saldo total da caderneta somou R$ 979,827 bilhões ao final de janeiro.

No acumulado do ano até abril, a poupança acumula um saque líquido de R$ 23,775 bilhões, muito impactado pela retirada de R$ 20,148 bilhões em janeiro. Em 2023, a caderneta registrou um saldo negativo de R$ 87,819 bilhões.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quarta-feira, 8, que espera que o preço dos alimentos caia a partir dos efeitos da reforma tributária sobre o consumo, aprovada pelo governo neste ano. Durante participação no programa Bom dia Ministro, da EBC, Haddad citou que os itens que compõem a cesta básica receberam um "tratamento especial", com alíquota zerada para produtos essenciais. "E nos que estão fora da cesta básica, mas que são alimentos, vai haver o cashback, para as pessoas que estão no Cadúnico", acrescentou o ministro.

Haddad ainda reforçou que "sabe do compromisso" do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no combate à inflação e que o presidente está preocupado com a situação atual do preço dos alimentos, sobretudo após o desastre climático no Rio Grande do Sul. O ministro ainda pontuou que espera que a taxa básica de juro, a Selic, continue caindo para que se possa construir "uma economia saudável".

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quarta-feira, 8, que a proposta do governo federal para a renegociação da dívida do Rio Grande do Sul deve ser anunciada entre esta quarta e quinta-feira (9) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Durante participação no programa Bom Dia Ministro, da EBC, Haddad explicou que a proposta para renegociação foi encaminhada pela Fazenda à Cassa Civil ontem e deve ser enviada ao presidente Lula nesta quarta.

O ministro também detalhou que a Fazenda trabalha com uma medida de abertura de crédito subsidiado para as famílias afetadas pela tragédia no Rio Grande do Sul. "São varias frentes de trabalho e conforme orientou o presidente Lula, todos os ministérios devem entregar até o final da semana suas propostas de ajuda ao Rio Grande do Sul", disse.

Segundo Haddad, a situação do Rio Grande do Sul não deverá ser usada como pretexto para que a União deixe de renegociar dívida com outros Estados, que já estavam nesse processo, como São Paulo, Minas Gerais e o Rio de Janeiro.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou nesta quarta-feira, 8, que os últimos indicadores de inflação têm se comportado "muito bem", ao mesmo tempo em que a taxa de juros no Brasil continua sendo uma das mais elevadas do mundo.

Durante participação no programa Bom Dia Ministro, da EBC, Haddad disse não saber se o Comitê de Política Monetária (Copom), que se reúne nesta quarta, irá cortar a Selic em 0,50 ponto porcentual, conforme indicava o último comunicado oficial da autarquia.

"Tem essa discussão sobre o tamanho do cortes e respeita o comunicado anterior, que falava de 0,50 ponto, ou se vai haver uma alteração justificada", afirmou o ministro, reforçando que não sabe qual será a decisão da autoridade monetária.

Haddad ainda destacou que o governo "tem feito sua parte" e que espera que o atual governo Lula complete os quatro anos de mandato com a inflação dentro do teto das metas estabelecidas.

O ministro também voltou a afirmar que este é o primeiro governo que tem que conviver com um presidente de Banco Central indicado pela administração anterior e que isso "não é simples".

Ajuste fiscal

Haddad também afirmou no programa que o ajuste fiscal no Brasil precisa ser algo perene, para que o País não passe por "solavancos". Segundo o ministro, o ajuste fiscal feito pelo atual governo tem sido feito "com a tranquilidade necessária" para não gerar esses solavancos.

"Antigamente era fácil fazer ajuste, porque você congelava salário de servidor", disse Haddad, em referência ao que foi feito durante a administração do presidente Jair Bolsonaro. "Isso tudo é ficção porque uma hora o problema bate na porta. Era tudo fantasia, não era para valer", reforçou o ministro, dizendo que a arrumação nas contas públicas não pode recair sobre "quem mais precisa".

Os reajustes de preços no aluguel residencial (1,52%), gasolina (1,04%) e alimentos como mamão papaya (35,45%), tomate (13,28%) e cebola (16,28%) ajudaram a acelerar a inflação no varejo medida pelo Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) de abril, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV).

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-DI) saiu de uma alta de 0,10% em março para uma elevação de 0,42% em abril.

Seis das oito classes de despesa registraram taxas de variação mais elevadas: Educação, Leitura e Recreação (de -2,22% em março para -1,24% em abril), Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,32% para 0,87%), Alimentação (de 0,56% para 0,90%), Transportes (de 0,21% para 0,52%), Comunicação (de -0,31% para 0,57%) e Vestuário (de -0,03% para 0,02%).

As principais contribuições para o movimento partiram dos itens passagem aérea (de -12,03% para -8,07%), medicamentos em geral (de -0,20% para 3,87%), hortaliças e legumes (de -0,54% para 7,44%), gasolina (de 0,35% para 1,04%), tarifa de telefone móvel (de -0,22% para 2,15%) e serviços do vestuário (de -1,58% para -0,80%).

Na direção oposta, a taxa foi mais baixa nos grupos Habitação (de 0,53% para 0,42%) e Despesas Diversas (de 0,42% para 0,13%), sob impacto dos itens aluguel residencial (de 2,61% para 1,52%) e serviços bancários (de 0,74% para 0,06%).

O núcleo do IPC-DI teve alta de 0,26% em abril, após um aumento de 0,27% em março. Dos 85 itens componentes do IPC, 37 foram excluídos do cálculo do núcleo. O índice de difusão, que mede a proporção de itens com aumentos de preços, passou de 56,77% em março para 56,45% em abril.

Materiais de construção

As altas de custos tanto dos materiais de construção quanto da mão de obra aceleraram a inflação do setor no IGP-DI de abril. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-DI) passou de um avanço de 0,28% em março para uma elevação de 0,52% em abril.

O índice relativo a Materiais, Equipamentos e Serviços saiu de uma alta de 0,18% em março para uma elevação de 0,31% em abril. O custo dos Materiais e Equipamentos passou de um aumento de 0,18% em março para alta de 0,32% em abril, enquanto os Serviços saíram de avanço de 0,25% para aumento de 0,30%.

Já o índice que representa o custo da Mão de Obra passou de uma elevação de 0,42% em março para uma alta de 0,81% em abril.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quarta-feira, 8, que irá levar ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, a proposta da pasta sobre a reoneração da folha de pagamento das empresas junto da contraproposta à medida elaborada pelos setores afetados, e que foi enviada ao ministério na terça-feira, 7. Segundo Haddad, a solicitação de encontro com Pacheco foi feita na terça e depende da agenda do presidente do Senado.

"Até por recomendação do presidente Lula, achei por bem fazer uma reunião com Pacheco para que ele tomasse ciência do 'estado da arte' sobre a proposta da Fazenda e a contraproposta dos setores", disse o Ministro durante o programa Bom Dia Ministro, da EBC.

Haddad reforçou a necessidade da reoneração da folha de pagamento, dizendo que é uma briga "que se arrasta por dez anos" e que o governo quer colocar "um fim nisso".

Na avaliação do ministro, a reoneração é uma medida que se soma a outras iniciativas do governo, como a reforma tributária, e que tende a colocar o Brasil no pelotão da frente entre os melhores sistemas tributários do mundo. "A questão da reoneração se insere em um quadro muito mais amplo, de construir sistema mais transparente", disse o ministro, reforçando que a conversa com Pacheco é para mostrar que "todos irão ganhar" com a reoneração, uma vez que, com mais empresas pagando impostos, os tributos tendem a ser menores.

O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) da Fundação Getulio Vargas (FGV) acelerou de 0,42% no encerramento de abril para 0,45% na primeira quadrissemana de maio. Com o resultado, o índice acumula alta de 3,23% em 12 meses, ante 2,84% na leitura anterior.

Nesta apuração, seis dos oito grupos que compõem o IPC-S registraram acréscimo: Educação, Leitura e Recreação (-1,24% para -0,70%), Alimentação (0,90% para 0,95%), Transportes (0,52% para 0,57%), Vestuário (0,02% para 0,07%), Comunicação (0,57% para 0,59%) e Despesas Diversas (0,13% para 0,14%).

O movimento desses grupos foi puxado, respectivamente, pelos itens passagem aérea (-8,07% para -5,08%), frutas (3,49% para 4,36%), gasolina (1,04% para 1,33%), calçados masculinos (-0,37% para 0,22%), combo de telefonia, internet e TV por assinatura (-0,36% para -0,17%) e cigarros (0,06% para 0,23%).

Houve, por outro lado, desaceleração dos grupos Habitação (0,42% para 0,28%) e Saúde e Cuidados Pessoais (0,87% para 0,81%), puxados, respectivamente, por tarifa de eletricidade residencial (0,74% para 0,30%) e medicamentos em geral (3,87% para 3,07%).

Influências

As maiores influências para cima nesta leitura do IPC-S partiram de mamão papaya (35,45% para 37,34%), gasolina (1,04% para 1,33%), cebola (16,28% para 17,27%), aluguel residencial (1,52% para 1,21%) e plano e seguro de saúde (0,65% para 0,65%).

Na outra ponta, puxaram o índice para baixo passagem aérea (-8,07% para -5,08%), desodorante (-7,19% para -4,22%), batata-inglesa (-4,80% para -5,21%), banana-prata (-2,78% para -4,61%) e arroz (-2,04% para -2,05%).

O Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) registrou alta de 0,72% em abril, após uma redução de 0,30% em março, divulgou nesta quarta-feira, 8, a Fundação Getulio Vargas (FGV).

O resultado do indicador veio acima da mediana de 0,68% das estimativas do mercado financeiro apuradas pelo Projeções Broadcast e dentro do intervalo das previsões, de 0,35% e 0,90%.

Com o resultado, o IGP-DI acumulou uma redução de 0,26% no ano. Em 12 meses, houve recuo acumulado de 2,32%.

A FGV informou ainda os resultados dos três indicadores que compõem o IGP-DI. O IPA-DI, que representa o atacado, teve elevação de 0,84% em abril, ante uma queda de 0,50% em março. O IPC-DI, que apura a evolução de preços no varejo, subiu 0,42% em abril, após aumento de 0,10% em março. Já o INCC-DI, que mensura o impacto de preços na construção, teve elevação de 0,52% em abril, depois da alta de 0,28% em março.

O período de coleta de preços para o índice de março foi do dia 1º ao dia 30 do mês.

O presidente e diretor de investimentos da Verde Asset, o gestor Luis Stuhlberger, expressou ontem arrependimento por ter confiado que haveria algum esforço do atual governo para equilibrar as contas públicas. "Eu me penitencio por ter acreditado que o PT teria alguma seriedade fiscal", declarou Stuhlberger, que também é gestor do Fundo Verde, durante encontro com investidores.

Segundo ele, a "ficha caiu" quando, além de mudar as metas para os resultados das contas primárias dos próximos anos, o governo encaminhou o projeto orçamentário de 2025, descrito por ele como uma "peça de ficção" ao prever aumento das despesas no limite do marco fiscal (2,5%), sob a premissa de que as receitas vão subir 3,5%.

PERSPECTIVA DE PIORA

Os comentários explicam por que Stuhlberger decidiu fazer alocações de carteira com base na perspectiva de piora das condições fiscais, após as perdas com títulos prefixados, no ano passado, atribuídas à situação das contas públicas.

De acordo com o gestor, dada a facilidade em mudar o arcabouço - o que, segundo ele, colocou em xeque a credibilidade da regra -, o risco fiscal voltou a assombrar, ainda que o Brasil venha de um processo de queda da inflação e exiba uma posição favorável nas contas externas.

O Banco Central (BC), prevê o presidente da Verde Asset, tende a ser ainda mais hawkish - o termo indica que a autoridade monetária deve ser mais agressiva (hawk significa falcão) no controle da inflação -, mantendo a taxa básica de juros (Selic) mais elevada.

Stuhlberger lembra que a autoridade monetária já está reativa em razão da deterioração no ambiente internacional, com o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) adiando o início do ciclo de cortes de juros, e também em função do mercado de trabalho aquecido, o que traz dúvidas sobre a desinflação de serviços.

Assim, na avaliação do gestor do Fundo Verde, o Banco Central deve não só reduzir o ritmo de cortes da Selic para 0,25 ponto porcentual como endurecer o tom nos comunicados. A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) será anunciada hoje.

"A reação do Roberto Campos Neto (presidente do BC) a um orçamento que é uma 'peça de ficção' é ser mais hawkish. Vamos ver a mensagem no pós-25 (pontos-base, ou 0,25 ponto porcentual). Imagino que possa ser mais hawkish do que se imagina", comentou.

Stuhlberger avaliou que os efeitos positivos de reformas realizadas pelos dois governos anteriores - de Michel Temer e Jair Bolsonaro -, que resultaram em "maior potencial de crescimento" do Brasil, estão sendo "estragados pelo PT".

Com as novas despesas criadas pelo governo Lula - entre elas, o reforço do Bolsa Família, os pagamentos de precatórios e o reajuste do salário mínimo acima da inflação -, ele afirma que todo o espaço para gastos permitido pelo arcabouço já está tomado nos orçamentos dos dois próximos anos.

Por outro lado, o governo não tem mais muito espaço para aumentar impostos, de modo que Stuhlberger disse imaginar que, daqui para frente, poderão surgir manobras de contabilidade criativa para que despesas sejam pagas fora do orçamento.

INVESTIMENTOS

Diante desse cenário, ele disse que trocou Notas do Tesouro Nacional Série B (NTN-Bs) - títulos públicos emitidos pelo governo com rentabilidade indexada à inflação -, ou Tesouro IPCA+, com vencimento em 2035, por títulos do Tesouro dos Estados Unidos, de dez anos, apostando na diferença de taxas, o chamado spread, que chegou a ficar na faixa de 500 a 600 pontos-base no governo Dilma Rousseff.

"Não estou dizendo que vai para lá (aos 600 pontos de spread), mas é o que acontece quando o fiscal é tratado de forma irresponsável", disse o CEO da Verde.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Por Sergio Caldas*

São Paulo, 08/05/2024 - As bolsas europeias operam majoritariamente em alta na manhã desta quarta-feira, sustentadas por balanços positivos, enquanto investidores também avaliam dados econômicos e a perspectiva da política monetária.

Por volta das 6h20 (de Brasília), o índice pan-europeu Stoxx 600 avançava 0,38%, a 515,99 pontos.

Maior cervejaria do mundo, a AB InBev agradou em receita e volume de vendas no primeiro trimestre. No horário acima, a ação da empresa - que controla a brasileira Ambev - avançava 5% em Bruxelas.

Já a da Siemens Energy saltava quase 13% em Frankfurt, após a companhia de energia alemã voltar a lucrar e ampliar projeções para o ano.

No noticiário macroeconômico, a produção industrial da Alemanha caiu 0,4% na comparação mensal de março, mas analistas previam queda maior.

Em relação à política monetária, o BC da Suécia, o Riksbank, cortou hoje seu juro básico em 25 pontos-base, a 3,75%, e sinalizou que poderá reduzi-lo mais duas vezes durante a segunda metade do ano. O Riksbank é apenas o segundo BC de uma economia rica e desenvolvida a iniciar um ciclo de relaxamento monetário após o salto inflacionário pós-pandemia de covid-19. O primeiro foi o BC da Suíça, em março.

O Banco da Inglaterra (BoE) define seu juro amanhã (09), mas não há expectativa de mudança. O Banco Central Europeu (BCE), por sua vez, continua preparando o terreno para anunciar seu primeiro corte de juros em junho, visto que a inflação da zona do euro parece estar se encaminhando para a meta oficial de 2%.

Às 6h35 (de Brasília), a Bolsa de Londres subia 0,43%, a de Paris avançava 0,97% e a de Frankfurt ganhava 0,53%. Já as de Madri e Lisboa tinham altas de 0,37% e 0,68%, respectivamente. Exceção, a de Milão caía 0,19%.

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*Com informações da Dow Jones Newswires

A Ambev registrou lucro líquido consolidado de R$ 3,804 bilhões no primeiro trimestre de 2024, montante 0,04% menor do que o apurado um ano antes. A empresa também divulgou lucro líquido ajustado, de R$ 3,817 bilhões, leve queda de 0,6% ante o mesmo período de 2023.

A queda ocorreu "principalmente devido à menor dedutibilidade fiscal do JCP e das subvenções governamentais relativas aos impostos sobre vendas no Brasil e ao impacto da desvalorização cambial da Argentina, mais do que compensando a melhora do resultado financeiro líquido e o crescimento do Ebitda ajustado".

O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado foi de R$ 6,534 bilhões, alta de 1,4% ante o primeiro trimestre de 2023 e de 12,4% no conceito orgânico.

Segundo a Ambev, o crescimento no Ebitda ajustado foi impulsionado por América Central e Caribe (CAC, +20,4%), Bebidas Não Alcoólicas Brasil (NAB Brasil, +17,7%), Cerveja Brasil (+13,6%) e América Latina Sul (LAS, +8,3%), mas parcialmente compensado pelo Canadá (-0,7%).

Já a receita líquida totalizou R$ 20,276 bilhões, queda de 1,2% em um ano, mas avanço de 4,5% no conceito orgânico. Neste último, o desempenho subiu devido ao crescimento da receita líquida por hectolitro (ROL/HL) de 4,3% na maior parte das unidades de negócios: NAB Brasil (+14,0%), CAC (+8,3%), Cerveja Brasil (+4,5%) e LAS2 (+3,5%), enquanto no Canadá diminuiu em 5,7%, impactada pela queda de volume.

O resultado financeiro líquido nos três primeiros meses deste ano ficou negativo em R$ 405,9 milhões, apresentando uma melhora de R$ 591,9 milhões em relação a igual intervalo de 2023.

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse nesta terça-feira, 7, que a estatal está na fase de submeter os primeiros planos de aquisição em geração de energia renovável ao Conselho de Administração.

"Nas próximas semanas, vamos levar projetos ao conselho", disse Prates a jornalistas nos Estados Unidos, onde participa da Conferência de Tecnologia Offshore, a OTC, maior evento do setor de óleo e gás no mundo.

Prates justificou que isso levou mais tempo do que o esperado pela diretoria executiva da Petrobras, entre outros motivos, porque o Brasil não tem um marco legal de eólica offshore, uma frente prioritária nos planos de transição energética da companhia no médio e longo prazos.

"Precisamos lidar com ativos onshore. Isso deve acontecer em duas ou três plataformas de renováveis com diferentes parceiros", explicou.

Executivos da Petrobras têm dito que a ideia é comprar participação em projetos de geração eólica em terra já em operação, mas com espaço para expansão. Além de energia eólica, Prates disse que a companhia observa projetos de geração fotovoltaica.

"Assim que a escala (da geração renovável) ampliar, isso vai ser conectado em futuros projetos de hidrogênio", disse Prates.

Piloto de eólica offshore

Prates disse também que o projeto-piloto de eólica offshore da Petrobras, que prevê a instalação de aerogeradores únicos no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Norte, deve ser lançado até julho. Além disso, afirmou, a Petrobras está fazendo "tudo quanto possível, que é medir e testar", na eólica offshore.

Bacia de Pelotas

O diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Joelson Mendes, disse nesta terça-feira, 7, que a Petrobras vai comprar dados sísmicos da bacia de Pelotas produzidos por empresa especializada, no litoral sul do País. Se as informações sugerirem a presença de petróleo e gás em nível adequado na região, a Petrobras poderá começar uma campanha exploratória.

"Temos compromisso com a ANP de fazer sísmica em Pelotas, não de perfurar poço. A sísmica mostrando dados interessantes em Pelotas, vamos para perfuração", disse Mendes. Em dezembro do ano passado, em leilão da ANP, a Petrobras arrematou 29 blocos na Bacia de Pelotas em parceria com a Shell e a chinesa CNOOC.

A produção industrial da Alemanha caiu 0,4% em março ante fevereiro, segundo dados com ajustes sazonais publicados nesta quarta-feira, 8, pelo Destatis, o escritório de estatísticas do país. O resultado veio acima da expectativa de analistas consultados pela FactSet, que previam queda de 1,0%. A produção manufatureira cedeu 0,4% na comparação mensal de março, enquanto o setor de construção avançou 1,0%. Já na comparação anual, a produção geral da indústria alemã diminuiu 3,3% em março. Neste caso, a projeção era de queda de 3,9%. Os dados da produção industrial de fevereiro foram revisados, de alta mensal de 2,1% para avanço de 1,7% e de declínio anual de 4,9% para queda de 5,3%.

O Banco Central da Suécia decidiu cortar sua taxa básica de juros em 25 pontos-base, de 4% a 3,75%, após concluir reunião de política monetária nesta quarta-feira, 8, na primeira redução de juros em mais de oito anos.

Na reunião anterior, no fim de março, o Riksbank - como é conhecido o BC sueco - já havia sinalizado que poderia começar a reduzir juros neste mês se a perspectiva de inflação permanecesse favorável.

Em comunicado, o BC sueco disse nesta quarta que poderá cortar juros mais duas vezes durante o segundo semestre do ano se a inflação se mantiver na trajetória atual.

O Riksbank é apenas o segundo BC de uma economia rica e desenvolvida a iniciar um ciclo de relaxamento monetário após o salto inflacionário pós-pandemia de covid-19. O primeiro foi o BC da Suíça, em março. *Com informações da Dow Jones Newswires.

Por Sergio Caldas*

São Paulo, 08/05/2024 - As bolsas da Ásia e do Pacífico fecharam sem direção única nesta quarta-feira, com as principais delas recuando em meio a preocupações com balanços corporativos e ajustes técnicos.

Liderando perdas na Ásia, o índice Nikkei caiu 1,63% em Tóquio, a 38.202,37 pontos, diante da fraca perspectiva de lucro de algumas grandes empresas do Japão, caso da Nintendo, cuja ação tombou -5,4%, e da Toyota (-0,6%). Também se destacaram em baixa no mercado japonês a Sony (-5%) e a Nomura Holdings (-3,4%).

Na China continental, o Xangai Composto recuou 0,61%, a 3.128,48 pontos, em uma possível correção técnica, depois de avançar em seis dos últimos sete pregões, enquanto o menos abrangente Shenzhen Composto teve queda de 1,33%, a 1.772,82 pontos. Pesaram nos negócios chineses ações de software e do setor imobiliário.

Já o Hang Seng cedeu 0,90% em Hong Kong, a 18.313,86 pontos, pressionado por ações de tecnologia.

Driblando o tom negativo, o sul-coreano Kospi avançou 0,39% em Seul, a 2.745,05 pontos, com a ajuda de ações financeiras e ligadas a transporte marítimo, e o Taiex registrou modesto ganho de 0,23% em Taiwan, a 20.700,51 pontos.

Na Oceania, a bolsa australiana terminou a sessão em leve alta, sustentada por ações industriais e de tecnologia. O S&P/ASX 200 subiu 0,14% em Sydney, a 7.804,50 pontos.

Contato: [email protected]

*Com informações da Dow Jones Newswires

A Petrobras não tem nenhum plano de firmar parceria comercial com a Refinaria do Amazonas (Ream), antiga Reman do sistema Petrobras, que foi vendida ao grupo Atem no fim de 2022.

A afirmação é do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, em entrevista coletiva nos Estados Unidos na noite desta terça-feira, 7. Ele foi questionado se haveria possibilidade de repetir em Manaus o que acontece em Mataripe, na Bahia, onde a Petrobras negocia com a Acelen para resgatar participação na refinaria local.

Prates disse que, "aparentemente", a refinaria está parada e que vai ser "muito difícil" voltar a operar.

A Petrobras planeja fechar o formato da sua volta à refinaria de Mataripe, da Acelen, em junho ou julho deste ano, disse na terça-feira, 7, nos Estados Unidos, o presidente da estatal, Jean Paul Prates. O fechamento do negócio, porém, ainda deve levar mais meses, conforme disse ao Broadcast o diretor financeiro Sérgio Caetano Leite.

Desde o fim do ano passado, a Petrobras negocia uma volta ao negócio de refino tradicional na Bahia, além da construção de uma biorrefinaria em sociedade com a Acelen, também naquele Estado.

"As negociações com a Acelen acontecem em duas bandas diferentes, para a refinaria e para biorrefinaria. O processo de volta da Petrobras à refinaria (de Mataripe) é bem real, já a biorrefinaria ainda é um projeto. Mas temos 70 pessoas envolvidas nisso para dar gás muito grande (na negociação com a Acelen)", disse Prates.

O presidente da Petrobras falou a jornalistas em Houston, nos Estados Unidos, por ocasião da Conferência de Tecnologia Offshore (OTC), o maior evento do setor de óleo e gás no mundo.

Segundo Prates, o processo de análise da refinaria de Mataripe está na parte final e caminha mais rápido por se tratar de um ex-ativo da estatal, portanto bem conhecido. "O que toma mais tempo é a parte de biocombustível, por ainda ser um projeto", disse.

Embora as negociações para as duas frentes tenham começado no mesmo momento, tratam-se de projetos independentes. "Não tem isso de um só sair se o outro sair", disse Prates.

Ao Broadcast, Caetano Leite disse haver dúvidas sobre o formato dos dois negócios e a companhia ainda estuda qual será o mais lucrativo, inclusive do ponto de vista tributário.

Pode haver participação direta, abertura de subsidiária específica, criação de uma joint venture, entre outras, disse Leite. Ele disse que o martelo será batido neste ano, mas que o closing tende a demorar mais, lembrando que só a venda da refinaria, processo mais simples, demorou 18 meses.

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse que o afundamento do solo em Maceió no entorno das operações da Braskem não deveria ser um obstáculo para a venda da fatia da Novonor (ex-Odebrecht) na companhia.

"Tem um passivo ambiental (em Maceió) que o comprador tem de entender. Não é assustador a ponto de impedir a venda de um complexo petroquímico. Dentro do conglomerado Braskem, isso não deveria ser um fator capaz de deter propostas pragmáticas sobre o ativo", disse ao citar unidades no exterior, como no México e na Alemanha.

Nos bastidores, a questão ambiental em Maceió vem sendo apontada como um dos fatores por trás da desistência da Adnoc das negociações, anunciada ontem. Haveria temores com relação a dimensão dos custos com indenizações.

A Adnoc havia apresentado em novembro uma oferta não vinculante pela participação da Novonor na Braskem que implicava um preço por ação de R$ 37,29, totalizando um valor de R$ 10,5 bilhões.

A primeira-vice-diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Gita Gopinath, especula que o aumento das compras de ouro por bancos centrais de países como China e Rússia pode ser uma resposta a preocupações sobre a imposição de sanções.

"O ouro é geralmente visto como um ativo seguro e politicamente neutro, que pode ser armazenado domesticamente e ser isolado de sanções ou apreensão", disse, durante evento na Stanford Institute for Economic Policy Research.

A primeira-diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Gita Gopinath, alertou na terça-feira, 7, que a fragmentação do comércio é muito mais custosa à economia global hoje do que durante os primeiros anos da Guerra Fria. À época, o comércio de bens representava apenas 16% do Produto Interno Bruto (PIB), proporção que saltou para cerca de 45% atualmente, de acordo com ela.

Em discurso no Stanford Institute for Economic Policy Research, Gopinath lembrou ainda que, naquele período, o movimento predominante era de retirada de restrições comerciais pelos países. "Agora, estamos em um ambiente de crescente protecionismo com vários países voltando-se para dentro", explica.

A economista acrescenta que, desta vez, uma série países neutros têm exercido papel de conexão entre EUA e China, algo que não acontecia quando os rivais americanos eram a União Soviética. Essas nações hoje dispõe de maior influência diplomática e podem atenuar parte dos custos da fragmentação, disse Gopinath.

A dirigente acrescenta que a fragmentação global pode reduzir os ganhos de eficiência gerados pela especialização, além de limitar a competitividade. "Menos comércio também implicaria menos difusão do conhecimento, um benefício fundamental da integração, que também poderia ser reduzido pela fragmentação do investimento direto transfronteiriço", diz ela, que usa o Brexit - saída do Reino Unido da UE - como exemplo.

Gopinath também enxerga vários riscos financeiros, entre eles maior volatilidade, mais vulnerabilidade a choques e dificuldades no compartilhamento de riscos. "Em um

cenário moderado, com baixos custos de ajustamento, as perdas poderão ser tão baixas quanto 0,2% do PIB mundial, enquanto em num cenário extremo de fragmentação comercial com capacidade limitada de ajustamento das economias, as perdas poderão chegar a 7% do PIB global", estima.

A primeira vice-diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Gita Gopinath, alertou para os crescentes sinais de fragmentação da economia global, embora entenda que o cenário atual ainda não se configura uma 'desglobalização' - fenômeno que descreve a significativa reversão da integração comercial do planeta.

Em longo discurso na Stanford Institute for Economic Policy Research, Gopinath explicou que os fluxos de investimento estrangeiro direto (IED) têm sido redirecionados com base em parcerias geopolíticas. Um sinal disso é o fato de vários países reavaliarem o papel do dólar em suas trocas comerciais, de acordo com ela.

Para Gopinath, o processo não necessariamente é negativo, porque pode ajudar os países a criarem resiliência. "Mas se a tendência continuar, poderemos ver um amplo retrocesso nas regras globais de engajamento e, com isso, um uma reversão significativa dos ganhos da integração econômica", adverte.

A economista afirma que as restrições ao comércio mais que triplicaram desde 2019, sobretudo após a invasão da Rússia à Ucrânia, em 2022. Apesar disso, a proporção do comércio para o Produto Interno Bruto (PIB) permanece estável entre 41% e 48% desde a crise financeira global de 2008, conforme Gopinath.

Para ilustrar o contexto, Gopinath separou o mundo em três blocos: um com os país alinhados aos EUA, outro com as nações mais ligadas à China e um terceiro grupo das economias neutras.

Segundo ela, houve uma diminuição no crescimento do comércio entre esses agrupamentos, mas não foi tão grave. "Isto acontece porque parte do comércio e do investimento estão sendo reencaminhados através de países terceiros, compensando parcialmente a erosão das ligações diretas entre os EUA e a China", destaca.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse estar animado com a possibilidade de ainda nesta semana "pacificar" a negociação sobre a desoneração da folha de pagamentos. Segundo ele, não é a ideia da Fazenda "derrotar ninguém" no Supremo Tribunal Federal (STF) - que suspendeu liminarmente o benefício, a pedido do governo, com a decisão do ministro Cristiano Zanin. "Os setores se sensibilizaram também com o fato de que estamos buscando. Não queremos derrotar ninguém no STF, mas buscar entendimento, porque é o País que está em jogo e houve sensibilização em torno disso, e estamos animados com a possibilidade de ainda nesta semana pacificar esta questão", disse Haddad a jornalistas.

O ministro afirmou que tem o plano de encontrar o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ainda nesta semana para "arredondar de uma vez por todas" o acordo no tema. "Eu já falei com o ministro Alexandre Padilha para verificar horário nesta semana para nos reunirmos. E como tudo que foi feito pela Fazenda, desde o ano passado até hoje, tudo foi negociado, acordado, chegamos a bom termo de tudo pelo bem da saúde financeira do País", disse Haddad, argumentando que esse esforço é necessário para que o País continue avançando em notas de crédito, indicadores econômicos, geração de emprego e controle de inflação.

"Estamos muito seguros de que o melhor método é a negociação", completou o ministro. Como mostrou mais cedo o Estadão/Broadcast, o Ministério da Fazenda joga com o calendário para conseguir fechar um acordo com os 17 setores que usufruem da desoneração da folha de pagamentos. Como o benefício foi suspenso por liminar, as empresas deverão voltar a recolher a contribuição patronal pela alíquota cheia já no próximo dia 20, data do pagamento. Ou seja, o prazo é curto, o que dá vantagem ao governo nessa nova mesa de negociação.

Empresas e parlamentares pressionam para que a Receita Federal institua uma noventena (um prazo de noventa dias) para a reoneração da folha.

A primeira vice-diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Gita Gopinath, defendeu que a comunidade internacional deve trabalhar para fortalecer o sistema multilateral baseado em regras, com objetivo de mitigar a fragmentação do comércio global.

Em discurso durante evento do Stanford Institute for Economic Policy Research, Gopinath argumentou que esse processo demanda a retomada do funcionamento do mecanismo de solução de controvérsias da Organização Mundial do Comércio (OMC), paralisado desde 2019.

Para a economista, os países também deve buscar mais progressos na gestão de subsídios e restrições ligadas à segurança nacional, além do desenvolvimento de normas para o uso apropriado de políticas industriais.

Gopinath, no entanto, reconhece que essas são medidas complexas. Para ela, alguns passos pragmáticos devem ser tomados antes, como a manutenção de canais de comunicação entre rivais. "Diálogo entre EUA e China - que estamos testemunhando agora - pode ajudar a evitar a concretização do pior cenário", disse.

A dirigente acrescenta que as nações precisam encontrar áreas em que possam trabalhar conjuntamente, apesar do impasse em outras questões. Ela cita como exemplo as discussões no âmbito do clima e de regulação para o comércio digital.

O lucro líquido ajustado da Raia Drogasil (RD) somou R$ 213,681 milhões no primeiro trimestre de 2024, montante 4,8% acima do registrado no mesmo trimestre do ano passado. Sem ajustes, o lucro foi de R$ 212,995 milhões, alta de 3,2%.

O lucro antes de juros, impostos depreciação e amortização (Ebitda) ajustado chegou a R$ 679,885 milhões nos três primeiros meses do ano, aumento de 20,8% na mesma base de comparação. A margem Ebitda ajustado subiu 0,4 ponto porcentual (p.p.) ante um ano antes, para 7,0%. Enquanto a operação de varejo alcançou margem Ebitda de 7,4%, incremento também de 0,4 p.p no comparativo anual.

A receita bruta, por sua vez, cresceu 15,3% entre janeiro e março em relação ao mesmo período de 2023, para R$ 9,767 bilhões. Parte do resultado foi ajudado pelo crescimento de 15% das receitas do varejo. A companhia destaca que os canais digitais atingiram receita bruta de R$ 1,550 bilhão, salto de 46,4% na base anual.

A Raia Drogasil explica que, no trimestre, concluiu algumas reclassificações de receitas e despesas para garantir a máxima correlação com as suas atividades. Diante disso, a companhia ressalta que tais mudanças não alteraram Ebitda, balanço patrimonial ou fluxo de caixa.

Porém, houve mudanças em relação às taxas de entrega cobradas dos clientes nas vendas digitais e às suas correspondentes deduções, que deixam de integrar a receita bruta e passam a ser reclassificadas como despesas com vendas.

Caixa

No trimestre, a Raia Drogasil registrou fluxo de caixa livre negativo de R$ 118,054 milhões, ante fluxo negativo de R$ 42,119 milhões no primeiro trimestre do ano anterior. Já o consumo total de caixa foi de R$ 179,3 milhões, acima do consumo de R$ 98,7 milhões um ano antes.

Ao fim de março, a dívida líquida ajustada da empresa era de R$ 2,946 bilhões, correspondendo a uma alavancagem de 1,1 vez o Ebitda ajustado dos últimos 12 meses, 0,2 p.p. acima do apurado no mesmo trimestre de 2023.

O Carrefour afirmou ter 7 lojas fechadas em virtude das enchentes no Rio Grande do Sul.

A rede, que destinou cestas básicas para doação na região em caráter de emergência, tem cerca de 7% das vendas vindas do Estado. No entanto, as lojas fechadas dizem respeito a menos de 1% das vendas do grupo.

O CEO, Stephane Maquaire, afirmou que a companhia busca dar assistência aos seus funcionários, bem como prestar ajuda aos moradores do entorno.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que pasta encaminhou na terça-feira, 7, à Casa Civil dois projetos de lei como parte das medidas para socorrer o Rio Grande do Sul. A expectativa é que eles sejam submetidos ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na quarta-feira, 8. Uma das propostas se debruça sobre o tratamento especial da dívida do Estado com a União, já que o governo estadual pede a suspensão dos pagamentos em razão da tragédia que atingiu as cidades gaúchas. Já o outro texto trata de crédito subsidiado para atender os atingidos pelas chuvas.

"Encaminhamos agora à Casa Civil dois projetos que vão ser submetidos a Lula amanhã e devem ser anunciados por ele", afirmou Haddad a jornalistas. Questionado se a suspensão do pagamento das dívidas do RS precisaria de alteração legal, o ministro respondeu que "possivelmente" sim, e que o assunto agora está sob análise da Casa Civil. A decisão será anunciada por Lula.

Já sobre o projeto de crédito, Haddad argumentou que a população gaúcha, especialmente de baixa renda, não terá condições de pagar os juros praticados pelo mercado. Por isso, o governo vai oferecer linhas de financiamento especiais, de longo prazo.

"O objetivo é que as pessoas vão ter que refazer suas vidas e não vão poder recorrer ao sistema bancário tradicional, sobretudo as pessoas de mais baixa renda, não vão ter condições de pagar os juros praticados no mercado, nem seria justo. É uma situação dramática, e o governo federal tem mecanismos que vão permitir linhas especiais de financiamento de longo prazo para que pessoas possam refazer suas vidas", disse o ministro, que contou ter conversado com o governador do RS, Eduardo Leite (PSDB), para esclarecer pontos das medidas que serão encaminhadas ao Congresso.

"E falei com o presidente Arthur Lira sobre os projetos. Congresso está 100% preparado para atender", afirmou. "Temos o tratamento da dívida, crédito, parte tributária já foi parcialmente resolvida, diferindo pagamento, e a questão da calamidade que permite aos ministérios atuarem imediatamente nas áreas afetadas. É um conjunto de medidas que fica pronto nesta semana. Os recursos já vão estar disponíveis, as emendas parlamentares também foram destinadas ao RS. São projetos estruturais e à altura do problema que estamos enfrentando", listou o ministro, acrescentando que tudo será feito com "critério e segurança".

Haddad disse ter conversado com o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, sobre o assunto. "Troquei mensagens com o presidente do TCU, para que tenhamos transparência nos gastos, e controle para que o recurso efetivamente chegue a quem precisa", disse.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) defende que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central mantenha o ritmo de corte da taxa de juros Selic em 0,5 ponto porcentual, nesta reunião de maio. "Essa decisão seria compatível com o atual cenário de inflação, sob controle, além de impedir uma redução mais acentuada do crescimento econômico. Além disso, é impraticável a continuidade do projeto de neoindustrialização com altos níveis de taxa de juros", ressalta o presidente da CNI, Ricardo Alban.

O Copom anuncia na quarta-feira, 8, sua decisão sobre a taxa de juros, atualmente em 10,75% ao ano. Segundo o Projeções Broadcast, a desaceleração do ritmo de cortes da Selic para 0,25 p.p já nesta reunião de maio se consolidou como cenário majoritário entre os economistas ouvidos pela pesquisa. A aposta, que era minoritária há duas semanas, agora está no cenário-base de 25 de 45 casas consultadas (55%).

A CNI elenca os dados recentes sobre a inflação, que mostram desaceleração, e cita as expectativas positivas do Boletim Focus, que aponta para inflação de 3,72% no final de 2024, dentro do limite superior da meta de inflação para o ano, de 4,5%, e mais próximo do centro da meta, de 3%.

"Portanto, se os preços estão sob controle, manter o ritmo de queda da Selic evita penalizar ainda mais a atividade econômica no Brasil. A taxa de juros real em nível tão elevado provoca danos consideráveis à economia brasileira", afirma a entidade, lembrando que, mesmo com os cortes da taxa Selic realizados desde agosto de 2023, a taxa de juros real do Brasil está em 6,9% ao ano, ou seja, 2,4 pontos porcentuais acima da taxa de juros neutra. "A consequência do alto nível da taxa de juros real é a perda de dinamismo da economia brasileira."

Para a CNI, uma redução no ritmo de queda dos juros será "inadequada", pois, avalia, "há espaço para manutenção do corte de juros por parte do BC, o que contribuiria para melhorar a situação enfrentada pela atividade econômica brasileira".

"A redução do custo financeiro suportado pelas empresas, que se acumula ao longo das cadeias produtivas, e pelos consumidores é ponto fundamental para a impedir uma desaceleração ainda maior do crescimento econômico", afirma.

A geradora de energia Auren registrou lucro líquido de R$ 253,6 milhões no primeiro trimestre de 2024, alta de 10,3% frente o reportado em igual etapa do ano passado.

O Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização (Ebitda, na sigla em inglês) consolidado alcançou de R$ 599,6 milhões no período, alta de 32,7%, refletindo principalmente a marcação a mercado em contratos de venda de energia devido ao aumento do preço médio de energia no longo prazo, que foi impulsionado pela piora das condições hidrológicas dos últimos meses.

Desconsiderando esse efeito e outros itens, o Ebitda ajustado somou R$ 360 milhões, queda de 9,1% na comparação anual.

Já a receita líquida dos primeiros três meses deste ano somou R$ 1,397 bilhão, 1,2% abaixo do verificado de janeiro a março de 2023.

O desempenho trimestral, segundo a empresa, foi prejudicado pela menor geração de energia, principalmente dos ativos eólicos, associada a uma redução dos preços médios, refletindo a reposição de contratos antigos por contratos novos.

Os parques eólicos da empresa produziram 225,3 megawatts médios (MWm) no primeiro trimestre, queda de 22% em relação ao mesmo período do ano passado. Já a produção hidrelétrica ficou em 916,2 MWm de janeiro a março, 2,5% inferior ao verificado um ano antes.

"No Nordeste, o recurso eólico foi sensivelmente mais baixo do que o histórico, muito relacionada com uma transição, com uma mudança da zona de baixa pressão ali no Nordeste, que favoreceu chuvas na região, resultando em recurso eólico menor", disse ao Broadcast Energia o vice-presidente de Finanças e diretor de Relações com Investidores da Auren, Mario Bertoncini.

Por outro lado, o executivo citou o bom desempenho do segmento de comercialização, no qual a Auren encerrou o trimestre com aumento de 21,8% no volume de venda de comercializado em relação ao primeiro trimestre do ano passado e um aumento de 7,3% na receita do segmento.

Destaque, também para a redução dos custos operacionais com Pessoal, Materiais, Serviços de Terceiros e Outros (PMSO), que somou R$ 131 milhões, queda de 4,5% em termos nominais, ou 9% em valores reais. A queda reflete menores despesas com pessoal, por conta de menores gastos com rescisões, e redução com materiais e serviços de terceiros, elevadas no ano passado por manutenção em uma das usinas, informou a Auren.

Dívida

A Auren encerrou março com uma dívida líquida de R$ 3,4 bilhões, com prazo médio de 7,1 anos. A alavancagem financeira, medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda Ajustado, atingiu 1,96 vez, o que corresponde a um aumento de 0,17 vez em comparação com a 1,79 vez registrada ao final de dezembro.

A Prio reportou lucro líquido de US$ 224,048 milhões no primeiro trimestre de 2024, recuo de 3% quando comparado ao mesmo período do ano anterior.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) alcançou US$ 467,018 milhões entre janeiro e março deste ano, uma alta de 33% na base anual. A margem Ebitda subiu 10 pontos porcentuais (p.p.), para 77%.

Já o Ebitda ajustado, que desconsidera os efeitos não recorrentes, subiu 23% no primeiro trimestre em comparação ao mesmo intervalo do ano passado, para US$ 466,817 milhões. A margem Ebtida ajustada, por sua vez, também alcançou 77%, alta 5 p.p. na mesma base de comparação.

A receita líquida foi de US$ 639,373 milhões no trimestre, valor 13% superior a igual período de 2023, reflexo do aumento na produção e das vendas da companhia. Ainda segundo a Prio, em release de resultados, o campo de Frade foi responsável por 56% da receita total.

Ao final do trimestre, a dívida líquida da petrolífera era de US$ 975 milhões, resultado menor em US$ 70 milhões quando comparado ao quarto trimestre de 2023. A alavancagem, medida pela dívida líquida por Ebitda ajustado, encerrou o período em 0,6 vez, 0,1 p.p. menor que no trimestre imediatamente anterior, quando ficou em 0,7x.

Operacional

A produção total da Prio entre janeiro de março foi de 88.326 mil barris de óleo equivalente por dia (boed), alta de 44,7% ante o mesmo trimestre de 2023. Do total, a maior produção foi no Campo de Frade, onde a companhia possui 100%, com 46.450 mil boed, elevação de 37,3% na mesma base de comparação.

O custo de produção, conhecido como lifting cost, encerrou março em US$ 7,5 por barril, uma queda de 21,5% quando comparado ao mesmo intervalo do ano anterior.

No primeiro trimestre, a Prio vendeu 7,6 milhões de barris, sendo 4,2 milhões de Frade, 2,4 milhões de Albacora Leste, além de 1 milhão do cluster Polvo e Tubarão Martelo. O preço médio do Brent de referência no período foi de US$ 85,06, 3% acima do registrado um ano antes.

O GPA reportou prejuízo líquido consolidado aos controladores de R$ 660 milhões no primeiro trimestre de 2024, uma piora de 166,5% ante ao apresentado um ano antes. O resultado leva em consideração operações descontinuadas e eventos extraordinários. Se fossem consideradas apenas as operações continuadas e retirados da conta o que não deve se repetir nos próximos trimestres, o resultado teria sido negativo em R$ 197 milhões, melhor do que os R$ 304 milhões de prejuízo reportados um ano antes.

No documento de balanço, a empresa afirma que o aumento do prejuízo, apesar da melhora do Ebitda Ajustado e do resultado financeiro, deve-se, principalmente, aos efeitos pontuais relacionados com o impacto em Outras Receitas e Despesas Operacionais gerado pela adesão ao programa de quitação de débitos de ICMS com o Estado de São Paulo e impairment (ajuste contábil) após a venda da sede administrativa; e o menor reconhecimento de créditos fiscais no Imposto de Renda e CSLL relacionados o prejuízo fiscal acumulado.

Na parte de operações descontinuadas, a companhia ainda somou números negativos vindos do provisionamento para contingências trabalhistas do Extra Hiper; e também da parte da adesão ao programa do Governo do Estado de S. Paulo em relação a débitos do Extra Hiper, com impacto negativo de R$ 175 milhões.

Já no Ebitda, de R$ 380 milhões no trimestre, houve alta de 69,3%. Se os postos de gasolina, em processo de venda, forem tirados da conta, o resultado fica em R$ 372 milhões, com alta de 71%.

A receita líquida foi de R$ 4,6 bilhões, com alta de 10,3%. Com os postos de gasolina, o valor vai para R$ 4,9 bilhões, com alta de 9,9%.

A companhia reportou ainda que houve redução de R$ 1,4 bilhão da dívida líquida com diminuição de 6,8 pontos na alavancagem (pré-IFRS 16) em relação ao mesmo período de 2023, de 9,8 vezes para 3,0 vezes.

A bancada do PSDB na Câmara defende um auxílio emergencial para afetados pelas enchentes no Rio Grande do Sul, nos moldes do benefício que foi criado de forma temporária na pandemia de covid-19. Além disso, os deputados tucanos também querem a aprovação de um programa chamado "Recupera Rio Grande", com benefícios tributários a empresas. Um projeto de lei com essas medidas deve ser protocolado pelo partido.

Os parlamentares do PSDB propõem que as famílias gaúchas afetadas pelas fortes chuvas que atingem o Estado recebam um benefício social de R$ 600 por mês, mas ainda não há definição sobre qual seria a duração dos benefícios. O programa voltado para o setor produtivo, por sua vez, traria uma redução de alíquotas de tributos cobrados sobre os resultados das companhias, como Pis/Pasep, Cofins, Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) e Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ).

O Congresso tem se mobilizado para pautar uma série de iniciativas de socorro ao RS. O Senado aprovou nesta terça-feira, 7, um projeto de decreto legislativo enviado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva que reconhece a calamidade pública no Estado e retira da meta fiscal os recursos que serão usados para a recuperação dos estragos causados pelas enchentes. O texto já havia passado na Câmara na segunda-feira, 6.

Os parlamentares também discutem a destinação de emendas para o Rio Grande do Sul. O deputado Danilo Forte (União Brasil-CE) propôs ainda a utilização de recursos da privatização da Eletrobras e do programa de recuperação socioambiental de Itaipu Binacional para a recuperação do Estado.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), marcou para quarta-feira, 8, a instalação da comissão especial da PEC que prevê a reserva de 5% do valor disponibilizado às emendas de cada parlamentar para enfrentamento de catástrofes e emergências naturais. O deputado federal Pedro Aihara (PRD-MG), que relatou a proposta na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), prevê um incremento de pelo menos R$ 500 milhões nas verbas de emergência contra desastres caso o texto seja aprovado.

O Carrefour reportou lucro líquido de R$ 39 milhões, que reverte prejuízo de R$ 113 milhões de um ano antes. No conceito ajustado, o lucro foi de R$ 52 milhões e reverteu prejuízo de R$ 375 milhões. O Ebitda ajustado, por sua vez, foi de R$ 1,418 bilhão, alta de 36,6%. Já a receita líquida foi de 24,8 bilhões, com alta de 1,8%.

O lucro bruto da companhia foi de R$ 5,047 bilhões, alta de 5,1% na comparação anual, com margem bruta de 20,3%, alta de 0,6 ponto porcentual. A companhia apresentou melhora de margem bruta em todos os nossos negócios, exceto o varejo, no qual experimenta uma nova dinâmica de preços e viu a margem bruta cair 0,7 ponto porcentual.

As despesas com vendas, gerais e administrativas totalizaram R$ 3,6 bilhões, uma queda de 3,7%. Segundo a companhia, esse foi o resultado de iniciativas de redução de custos e captura de sinergias com a integração do Grupo BIG. As despesas SG&A representaram 14,7% das vendas líquidas, 85 pontos base a menos do que um ano atrás.

O CEO do Grupo, Stephane Maquaire afirmou que a companhia deve seguir apresentando alta de vendas, visto que a inflação alimentar voltou ao campo positivo. Em sua visão, isso deve trazer altas sequenciais nas vendas em mesmas lojas do Atacadão. No total, as vendas dessa divisão de negócios tiveram alta de 6.6%, com mesmas lojas crescendo 1,8% e mais 4,5% de crescimento vindo da expansão.

O negócio de varejo, porém, está em outro momento. As vendas totalizaram R$ 6,9 bilhões, com queda de 10,7%. No período houve redução de 24% na área de vendas, já que 25 lojas foram convertidas em Atacadão e 140 lojas foram fechadas nos últimos 12 meses. Em mesmas lojas, houve queda de 1,5%. Apesar da queda, a empresa afirma que houve evolução ao longo do trimestre e está firme nos testes de preços mais competitivos e próximos aos de atacarejo.

"Estamos seguindo a tendência de um consumidor mais endividado", diz Maquaire. A gestão explicou, em conversa com jornalistas, que têm cuidado da redução de custos para um melhor equilíbrio desse modelo, mas que deve seguir com mais serviços e unidades de produtos nas lojas do Carrefour, mesmo com preços mais baixos.

As vendas no Sams Club chegaram a R$ 1,6 bilhão, com alta de 21,5% ante o mesmo período de 2023. Em mesmas lojas, a alta foi de 6,9%. Para a gestão, esse segue um ponto de destaque nos resultados.

Já o faturamento do Banco Carrefour totalizou R$ 15,9 bilhões, com alta de 15,6%, puxado pelo crescimento de 20,1% no faturamento do cartão de crédito Atacadão e de 8,4% no faturamento do cartão de crédito Carrefour.

A carteira de crédito total atingiu R$ 25 bilhões, um crescimento de 22,3%. Na inadimplência, o índice acima de 90 dias caiu 130 pontos base na comparação anual e 30 pontos base na comparação com o trimestre anterior.

;A emissão de notas fiscais em várias partes do País está passando por instabilidade devido ao desligamento de equipamentos da Secretaria Estadual da Fazenda do Rio Grande do Sul (Sefaz-RS) e do Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação do Rio Grande do Sul, o Procergs. O data center do Estado foi desligado após o prédio do Procergs ser inundado pelas fortes chuvas que atingem o Estado gaúcho.

Além de processar os documentos fiscais do Rio Grande do Sul, o serviço virtual da Sefaz-RS atende ao sistema de Nota Fiscal de outros 15 Estados brasileiros: Acre, Alagoas, Amapá, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Pará, Paraíba, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Roraima, Santa Catarina, Sergipe e Tocantins.

Para tentar contornar o problema, a operação para autorização dos documentos foi transferida para o ambiente tecnológico da nuvem. A Sefaz-RS recomenda às empresas que encontrarem dificuldades que verifiquem se não possuem configuração em seu ambiente que limite a comunicação de internet aos endereços IP dos data centers, como, por exemplo, uma regra em firewall que restrinja a comunicação.

A pasta recomenda ainda ajustar configurações de rede, internet e proxy. O acesso não deve ser feito pelos endereços IPs (Internet Protocol) mas sim diretamente nos domínios sefaszrs.rs.gov.br e svrs.rs.gov.br.

Em nota, a secretaria informou que a emissão de guias para pagamento de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) está indisponível por meio de sistemas da Receita Estadual. Para isso, deve ser usada a Guia Nacional de Recolhimento de Tributos (GNRE), que pode ser acessada por meio deste link. A pasta recomenda às empresas a continuar a fazer o recolhimento dos impostos.

Além do site, o Emissor de Nota Fiscal Avulsa Eletrônica e o aplicativo Nota Fiscal Fácil também estão fora do ar. A recomendação aos usuários é para que sejam utilizados outros programas emissores disponíveis, como, por exemplo, o do Sebrae-RS, disponível neste link.

Além de processar os documentos fiscais dos Estados, o sistema do Sefaz-RS é utilizado para consulta de cadastro pelos Estados do Acre, Espírito Santo, Rio Grande do Norte, Paraíba e Santa Catarina. O sistema também opera contingência para o Amazonas, Bahia, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pernambuco e Paraná.

Prevenção

Os equipamentos que operam esse sistema estão no prédio da Procergs, que foi inundado pelas fortes chuvas. Por precaução, todos foram desligados.

A água atingiu quadro elétrico, no-breaks e geradores, segundo a Agência Brasil. Isso ocorreu depois que as casas de bombas que operam na região do centro foram desativadas.

Ainda segundo a agência, vários sites do governo estão for do ar. A prioridade é manter no ar sistemas de serviços prioritários, tais como Defesa Civil, saúde e segurança pública, além do site principal do governo do Rio Grande do Sul.

"Nesse sentido, com o intuito de preservar a infraestrutura instalada, e de ter condições de retomar nossas atividades no menor intervalo de tempo possível, a equipe responsável pela gestão da crise tomou a decisão consciente de desligar o data center, retirando temporariamente a maioria dos nossos serviços do ar", informa nota do governo gaúcho.

A Câmara aprovou a urgência para a tramitação do projeto de lei que cria o Programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover), que prevê incentivos fiscais para empresas do setor automotivo que invistam em sustentabilidade. Os deputados, contudo, ainda não chegaram a um acordo sobre alguns pontos do texto. Por isso, antes de analisar o mérito da proposta, votarão outros requerimentos.

O parecer do relator, o deputado Átila Lira (PP-PI), contém um jabuti que pode derrubar a isenção de impostos de importação para compras de itens do exterior de até US$ 50, transações usuais nos negócios de companhias como Shein, Shopee e Ali Express.

O relatório revoga uma regulamentação que diz que esses bens "serão desembaraçados com isenção do Imposto de Importação, desde que o remetente e o destinatário sejam pessoas físicas".

Conforme mostrou o Broadcast Político, deputados do PT têm receio sobre a revogação dessa regra, que pode fazer com que o programa Remessa Conforme perca atratividade para essas empresas. No entanto, outros líderes partidários demonstraram interesse na aprovação do texto conforme apresentado por Átila Lira.

Os auditores fiscais federais agropecuários aprovaram nesta terça-feira, 7, um indicativo de greve, válido a partir de amanhã, informou o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Agropecuários (Anffa Sindical), em nota. A ação foi aprovada por 84% dos auditores fiscais federais agropecuários em assembleia na noite desta terça-feira. Segundo o Anffa, o indicativo sinaliza que a categoria pode entrar em greve se as demandas da carreira não forem atendidas pelo governo federal.

O Anffa informou que os auditores farão uma nova tentativa de negociação com o Executivo. Nos próximos dias, os auditores agropecuários entregarão uma contraproposta de reestruturação de carreira ao Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos.

De acordo com o Anffa, a partir de amanhã os auditores agropecuários vão reforçar operações coordenadas no País com foco na vistoria de frigoríficos e de madeiras utilizadas para transporte das mercadorias em portos, tanto para importação quanto para exportação. "As ações são previstas em normas do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e têm o objetivo de garantir a segurança alimentar nas indústrias e a preservação da agropecuária nacional. Os auditores têm deixado de cumprir horas extras não remuneradas, mas continuam respeitando os prazos previstos em normas vigentes para a liberação de certificados e mercadorias", esclareceu o sindicato.

A mobilização da categoria no Rio Grande do Sul foi suspensa em virtude da calamidade pública do Estado. Conforme o sindicato, os auditores atuam em força-tarefa para garantir o abastecimento de alimentos na região.

O Conselho de Supervisão do Regime de Recuperação Fiscal (RRF) do Rio Grande do Sul suspender os prazos aplicáveis ao Estado dentro do programa, informou há pouco o Ministério da Fazenda. Segundo a pasta, os prazos estão suspensos pelo período de 30 dias, podendo ser novamente postergados "caso seja necessário".

"A medida ocorre em função do estado de calamidade pública causado pelas fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul", disse a Fazenda, que não deu mais detalhes sobre a decisão. Fazem parte do conselho do RRF representantes do Ministério da Fazenda, do Tribunal de Contas da União (TCU) e do Estado.

O plano de recuperação fiscal do Rio Grande do Sul foi homologado em 2022, e é responsável por impor uma série de restrições fiscais ao governo estadual. Em março, a administração gaúcha pleiteou ajustes no plano, antes mesmo de ser afetado pela catástrofe climática.

Na justificativa para a revisão, além de perda de arrecadação com o ICMS por causa das mudanças promovidas no governo Jair Bolsonaro, também havia a ponderação de que as despesas consideravam o aumento dos gastos para enfrentar eventos climáticos, já que o Estado sofreu com chuvas intensas e inundações em setembro de 2023, além do pagamento de precatórios.

A Câmara aprovou nesta terça-feira, 7, de forma simbólica, a Medida Provisória (MP) que parcela o pagamento das compensações de créditos tributários acima de R$ 10 milhões obtidos na Justiça pelas empresas. O texto, que já foi aprovado em comissão mista formada por deputados e senadores, segue agora para análise do Senado.

As empresas solicitam compensações tributárias judiciais quando vencem o governo federal em processos que tramitam na Justiça. Funciona como uma espécie de encontro de contas: as companhias ganham o direito de usar os tributos pagos indevidamente, segundo decisão do juiz, como "crédito" para abater de impostos que ainda têm a pagar ao Fisco. No fim de 2023, porém, o governo mudou essa legislação por meio da MP.

O texto elaborado pela equipe econômica, e mantido pelo relator, o deputado Rubens Pereira Júnior (PT-MA), prevê um parcelamento para empresas compensarem créditos tributários junto ao Fisco, no caso de montantes a partir de R$ 10 milhões. A Fazenda defende que essa norma traz previsibilidade ao orçamento público.

De acordo com o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, de um universo de compensações tributárias que gira em torno de R$ 70 bilhões, metade - R$ 35 bilhões - é afetado pela nova regra do Fisco. Dentro desse grupo, 87% das 495 empresas impactadas conseguirão abater o valor no menor prazo, de 12 meses - aplicado a quem tem créditos entre R$ 10 milhões a R$ 100 milhões.

O entendimento do relator foi de que o universo amplo de contribuintes que continuarão podendo compensar seus créditos à vista ou num prazo de doze meses dá força para os valores propostos pela equipe econômica.

"A compensação tributária entrará no orçamento, tal como precatório. Eu tenho convicção que o parcelamento veio para ficar. Ele garante a correção e a segurança jurídica", disse Pereira Jr, quando o texto foi aprovado na comissão mista.

Quando foi editada pelo governo, a MP também previa o fim da desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia e de alguns municípios, além do encerramento do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse). Essas medidas, contudo, enfrentaram grande resistência do Congresso e, diante disso, foram retiradas pela MP e passaram a tramitar em projetos de lei separados.

O Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul) informou nesta terça-feira, 7, que, em meio ao desastre climático no estado, segue "completamente operacional e com plena disponibilidade" em seus diversos canais de relacionamento com o cliente, seja digital ou em agências físicas.

Em comunicado publicado na noite desta terça-feira, 7, o Banrisul diz que tem envidado os melhores esforços para reativação da estrutura de atendimento presencial nas localidades mais duramente atingidas pelas fortes chuvas dos últimos dias.

A instituição afirma que também tem adotado ações e medidas de apoio aos clientes que foram afetados. Contudo, não especificou quais ações.

De acordo com o Banrisul, o evento climático não provocou impactos patrimoniais (ativos imobilizados) relevantes e que, apesar da atuação predominante no Rio Grande do Sul, ainda não é possível estimar os impactos nos negócios da companhia.

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, confirmou a ideia da criação de um fundo de aval, para garantir as operações de crédito de produtores rurais do Rio Grande do Sul, conforme antecipado pelo Broadcast Agro. "A minha avaliação, trouxe isso na reunião, é que as linhas de crédito devem vir atreladas a um fundo garantidor para ter acesso efeito na ponta. A proposta que levamos ao governo é de um fundo garantidor com aval do governo aos moldes do feito com o Pronampe na pandemia", disse Fávaro, em coletiva de imprensa após reunião da Sala de Situação do governo federal.

A proposta foi levada por Fávaro aos demais ministérios do comitê. "Para termos efetividade no crédito, precisamos de medida excepcional neste momento. Por isso, sugiro o fundo garantidor. Agora, o Ministério da Fazenda tomará medidas cabíveis", acrescentou

Como mostrou o Broadcast(sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), a ideia é criar um fundo que funcionaria aos moldes do Fundo Garantidor de Operações (FGO), criado pelo governo durante a pandemia para avalizar empréstimos para micro e pequenas empresas no âmbito do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe). Na prática, o fundo deve garantir às instituições financeiras que, em casos de inadimplência e incapacidade de cumprimento dos empréstimos pelos produtores rurais, o governo arcaria com o pagamento das operações. O Tesouro Nacional seria o avalista do instrumento.

O ministro explicou que a criação do fundo deve-se ao momento de baixa liquidez dos produtores afetados pelas enchentes e de dificuldades de comprovação de garantia, em virtude de propriedades perdidas. "Em função de três anos de secas recorrentes no Rio Grande do Sul e duas enchentes consecutivas, teremos que sair do viés comum das linhas de crédito. Dinheiro para financiar a agropecuária, o dinheiro dos bancos não acabou, mas os bancos se recolhem porque tem mais risco. O crédito fica mais difícil e liquidez também", justificou.

O lucro líquido da Telefônica Brasil, dona da Vivo, cresceu 7,3% no primeiro trimestre de 2024 em relação ao mesmo período de 2023, chegando a R$ 896 milhões.

O aumento no lucro está relacionado ao crescimento da receita, principalmente na divisão de serviços móveis, acompanhada de manutenção de custos sob controle, afirmou a companhia na sua apresentação de resultados.

O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) aumentou 6,8% na mesma base de comparação anual, indo a R$ 5,277 bilhões. A margem Ebitda teve uma leve alta 0,1 ponto porcentual, para 39%.

A receita operacional líquida da companhia aumentou 6,5%, totalizando R$ 13,546 bilhões. O desempenho foi puxado pelo segmento móvel, com avanço de 8,7%, enquanto o fixo cresceu 1,6%.

Os custos totais da operação aumentaram 6,3%, para R$ 8,269 bilhões. Os custos dos serviços e produtos vendidos aumentaram 1,5%, para R$ 2,539 bilhões, em função do crescimento dos serviços digitais e das vendas de eletrônicos.

A maior aceleração foi vista nos custos da operação, com aumento de 8,6%, para R$ 5,730 bilhões. Segundo a empresa, isso ocorreu pelo impacto da inflação e das maiores despesas de atividade comercial. Também teve aumento de 12,7% nas provisões para devedores duvidosos, chegando a R$ 398 milhões.

O resultado financeiro (saldo entre receitas e despesas financeiras) gerou uma despesa de R$ 687 milhões, o que representa um aumento de 4,5%, em função do maior nível de despesas com variações monetárias e cambiais, segundo a operadora.

A linha de imposto de renda e contribuição social teve um aumento de 78,1%, indo a R$ 328 milhões.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deve se reunir nesta terça-feira, 7, às 19h, com a Casa Civil e bancos públicos no Palácio do Planalto. O tema da reunião não foi confirmado até o momento, mas ontem Haddad disse que a equipe econômica irá propor a criação de linha de crédito às famílias atingidas pelas enchentes no Rio Grande do Sul.

O encontro deve ter representantes do Banco do Brasil, Caixa Econômica e Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A agenda do ministro ainda previa sua participação em reunião ministerial promovida pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), às 18h, para tratar da política industrial, apurou o Broadcast. Haddad, contudo, ainda não deixou o prédio do Ministério da Fazenda.

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Carlos Fávaro, afirmou que o governo federal preparou uma Medida Provisória (MP) para a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) importar 1 milhão de toneladas de arroz diante das chuvas no Rio Grande do Sul, conforme antecipou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado). De acordo com o ministro, o arroz importado será pronto para o consumo para evitar impacto ao produtor rural.

Segundo Fávaro, a importação do produto é para evitar especulação. Inicialmente, a ideia do governo é comprar 200 mil toneladas de arroz beneficiado e empacotado. "O primeiro momento é evitar desabastecimento, evitar especulação", disse Fávaro em coletiva de imprensa após participar de reunião da Sala de Situação para tratar da tragédia no Rio Grande do Sul, nesta terça-feira, 7. "Não é para concorrer com os produtores."

"Não estamos fazendo nada excepcional: é trazer, abrir uma medida provisória para comprarmos 1 milhão de toneladas", disse. "O que queremos fazer é que a Conab cumpra seu papel para dar estabilidade e evitar especulação."

A medida, contudo, só será possível após a aprovação do Projeto de Decreto Legislativo (PDL) enviado ontem pelo governo federal ao Congresso, que prevê recursos para ajudar na recuperação do Rio Grande do Sul em meio aos estragos ocasionados pelas chuvas. O ministro sinalizou que, havendo estabilidade nos preços do cereal, a importação pode ser suspensa.

Fávaro afirmou que a ideia é evitar uma alta exacerbada no preço do arroz. "Se a gente for rápido na importação, não tem esse estágio. Por isso que já é arroz descascado e empacotado."

Segundo o ministro, muito provavelmente o primeiro leilão de 200 mil toneladas será competitivo para o próprio Mercosul. "Está mais perto, tem teto de preço, não tem imposto. Então, muito provavelmente, Argentina, Uruguai e Paraguai, talvez alguma coisa da Bolívia", comentou.

O ministro comentou que mais de 70% da safra de arroz já foi colhida, mas pontuou que haverá perdas nos armazéns que estão alagados. "Além disso, a grande dificuldade é a estrutura logística: tirar do Rio Grande do Sul e levar aos centros consumidores", disse.

De acordo com ele, os produtores gaúchos têm arroz para suprir abastecimento, mas há dificuldade logística. Fávaro calcula que a expectativa é de que cerca de 1,6 milhão de toneladas de arroz ainda estejam nas lavouras gaúchas.

As taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) tentaram devolver todo o avanço registrado ontem, quando o mercado foi tomado por preocupações sobre os impactos econômicos e fiscais das enchentes no Rio Grande do Sul, mas caminham para terminar a sessão apenas em leve queda, refletindo a cautela dos investidores antes da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que será anunciada amanhã.

Na segunda-feira os investidores estavam preocupados com o baixo grau de clareza em relação à estrutura dos auxílios financeiros do governo federal ao Rio Grande do Sul. Este receio foi mitigado pelo fato de o Planalto ter apresentado uma saída menos complexa, via projeto de decreto legislativo. Esta alternativa, que focaliza melhor os gastos, obteve o aval da Câmara dos Deputados, que aprovaram a proposta ontem à noite.

"Ninguém tinha falado ainda quais seriam as medidas, de onde sairiam os recursos. De ontem para hoje esse cenário ficou um pouco mais claro", afirmou Jefferson Lima, gestor da mesa de reais e juros da CM Capital.

O alívio, no entanto, foi limitado, porque a solução encontrada retira as despesas de auxílio ao Rio Grande do Sul tanto do cômputo da meta fiscal quanto dos limites previstos por eventuais contingenciamentos. Além disso, a ajuda financeira ao Estado culminará num aumento da dívida pública.

"A maneira como foi aprovado, isso acabou tirando um pouco da questão de risco institucional", disse Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos. "Mas no final das contas, está aumentando o gasto e, frente a uma receita que não dá conta, leva à elevação do endividamento", acrescentou.

As taxas também reduziram o ritmo de queda diante da proximidade da decisão do Copom. O mercado continua enxergando como cenário mais provável o anúncio de um corte de 0,25 ponto porcentual na Selic, mas há uma parcela minoritária que espera o cumprimento do guidance dado pelo colegiado em março, de redução de 0,50 ponto porcentual.

Abdelmalack diz haver argumentos que justificam o corte de 0,50 ponto, como a ausência de um forte distanciamento entre as expectativas e a meta de inflação, mas considera que a sinalização dada pela diretoria do Banco Central ao longo das últimas semanas direcionou o entendimento do mercado para um corte de 0,25, cenário esperado pela Veedha.

"A grande questão é a dissidência em relação à decisão deste mês", afirmou. Se a decisão não for unânime, pode voltar a ter esse debate no mercado", acrescentou.

A taxa do contrato de DI para janeiro de 2025 caiu a 10,210%, de 10,217% no ajuste de ontem. Na mínima da sessão, chegou a 10,165%. A taxa para janeiro de 2026 recuou a 10,425%, de 10,437%, enquanto a taxa para janeiro de 2027 teve queda a 10,730%, de 10,747%. A taxa para janeiro de 2029 encerrou a 11,200%, de 11,235%.

A segunda sessão da primeira parte da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central terminou há pouco, às 17h49. A primeira fase do encontro, que se estende até a manhã de quarta-feira, 8, com três sessões, é de análise da conjuntura, quando o colegiado revisita temas importantes para a tomada de decisão da taxa Selic. A definição dos juros básicos, atualmente em 10,75% ao ano, acontece amanhã à tarde e o novo nível será divulgado a partir de 18h30.

No mercado, é levemente majoritária a expectativa de que a cúpula do BC optará por uma redução menor da taxa, de 0,25 ponto porcentual, depois de um ciclo de seis cortes consecutivos de 0,50 pp, iniciado em agosto do ano passado. Conforme a pesquisa do Projeções Broadcast, a diminuição do ritmo é a aposta de 25 das 45 casas consultadas (55%). Duas semanas antes, a avaliação preponderante era de novo corte de meio ponto na taxa básica de juros - 20 instituições permanecem nesta posição.

Na reunião anterior, em março, os membros do Copom reduziram o período do forward guidance, retirando a sinalização de novos cortes do mesmo tamanho no plural. Com a mudança, o colegiado passou a mirar apenas o encontro atual, com o BC indicando um corte da mesma magnitude. Ao justificar a mudança, o colegiado alegou o aumento das incertezas domésticas e, principalmente, do exterior. Desde então, o quadro vem se mostrando ainda mais extremo e o presidente do BC, Roberto Campos Neto, passou a adotar um discurso avaliado como mais hawkish em suas participações públicas.

Mais recentemente, houve a percepção de que o Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos Estados Unidos), pode demorar mais tempo do que o esperado para reduzir suas taxas. Além disso, há uma preocupação ainda com a área fiscal doméstica, a resiliência do mercado de trabalho e as incertezas sobre a possibilidade de contágio para a inflação, em especial, a de serviços. Para completar, a tragédia com as enchentes no Rio Grande do Sul adiciona mais incertezas em relação à atividade e à perseguição da meta fiscal, a depender do modelo escolhido pelo governo federal para socorrer o Estado.

Houve alterações nas estimativas do mercado financeiro também colhidas pelo Projeções Broadcast para as próximas reuniões do Copom, elevando a mediana de junho de 10,00% para 10,25% ao ano e a de julho, de 9,75% para 10,00%. Algumas casas passaram a prever, inclusive, que a Selic terminará o atual ciclo em 10,25% ao ano - na ponta mais otimista, uma casa projeta uma taxa de 8,00% aa.

Ao comentar sobre a diminuição de prazo do forward guidance, em entrevista exclusiva ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), o diretor de Assuntos Internacionais do BC, Paulo Picchetti, disse que poderia ser uma ferramenta para o colegiado "ir mais devagar para chegar mais longe". Os membros da cúpula da autoridade monetária têm evitado falar sobre números ligados ao juro terminal para não criar ruídos na comunicação do BC.

De acordo com o Boletim Focus, a mediana para a inflação de 2024 passou de 3,79% no último Copom, em março, para 3,72% na divulgação de ontem. Já para 2025, houve nova alta, de 3,51% para 3,53%, enquanto a estimativa para 2026 continuou estacionada em 3,50% - todas desancoradas em relação à meta contínua de 3,00%. O Relatório Trimestral de Inflação de março mostrou que a estimativa do BC para a inflação permaneceu em 3,5% para 2024 e em 3,2% para 2025. Para 2026, a expectativa é de uma alta de 3,2%.

As ações do Reddit subiram no final do pregão desta terça-feira, 7, depois que o site de mídia social público publicou resultados melhores do que o esperado para o trimestre. O Reddit relatou receita de US$ 243 milhões, um aumento de 48% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, e bem acima da previsão consensual de US$ 214 milhões. A empresa perdeu US$ 575,1 milhões no trimestre, refletindo custos relacionados ao IPO.

O lucro ajustado antes de juros, impostos, depreciação e amortização foi de US$ 10 milhões, contra um prejuízo de US$ 50,2 milhões um ano antes.

Os usuários ativos semanais foram 306,2 milhões, um aumento de 40%. Os usuários ativos diários aumentaram 37%, para 82,7 milhões.

Para o próximo trimestre, o Reddit espera receitas entre US$ 240 milhões e US$ 255 milhões, bem acima do consenso de Wall Street de US$ 227,5 milhões. A empresa vê o Ebitda ajustado variando do ponto de equilíbrio a US$ 15 milhões positivos.

No after hours em Nova York, às 17h41 (horário de Brasília), as ações subiam 14,75%, a US$ 56,60, em comparação com o preço de oferta pública inicial de US$ 34 em março. Fonte: Dow Jones Newswires.