Em publicação no Twitter, o presidente disse que 20 “marginais” foram mortos, afirmou lamentar a morte de uma moradora em meio ao confronto e disse que a ideia da polícia era prender os suspeitos fora da comunidade, mas isso não foi possível, de acordo com ele, pelo ataque dos suspeitos aos policiais.
“Parabéns aos guerreiros do BOPE e da @PMERJ que neutralizaram pelo menos 20 marginais ligados ao narcotráfico em confronto, após serem atacados a tiros durante operação contra líderes de facção criminosa”, escreveu Bolsonaro na rede social sobre a operação, feita em parceria com a Polícia Rodoviária Federal (PRF).
“A operação vinha sendo planejada há meses e os agentes de segurança monitoravam os passos de chefões do tráfico com objetivo de prendê-los fora da comunidade, o que não foi possível devido ao ataque da facção, fazendo-se necessário o uso da força para conter as ações.”
Ao mesmo tempo que lamentou a morte de uma moradora de uma comunidade vizinha na operação, Bolsonaro também disse lamentar o que chamou de “inversão de valores de parte da mídia, que isenta o bandido de qualquer responsabilidade, seja pela escravidão da droga, seja por aterrorizar famílias, seja por seus crimes cruéis”.
O presidente exaltou ainda o fato de a polícia ter apreendido na operação 13 fuzis, quatro pistolas, 12 granadas e “uma grande quantidade de drogas”.
Bolsonaro tem nos policiais uma importante base eleitoral e defende o “excludente de ilicitude”, que isentaria o agente de segurança de ser responsabilizado por atos que comete no exercício da função.
Investigação
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro abriu um procedimento investigatório para apurar as circunstâncias das mortes ocorridas durante a operação na Vila Cruzeiro e informou em nota que determinou que a PM envie, em um prazo máximo de dez dias, o procedimento de averiguação sumária dos fatos ocorridos durante a operação, “ouvindo todos os policiais militares envolvidos e indicando os agentes responsáveis pelas mortes, além de esclarecer sobre a licitude de cada uma das ações letais”.
O órgão recomendou, ainda, que todas as armas dos policiais militares envolvidos na ação sejam apreendidas e enviadas para exame pericial para que sejam comparados com os projéteis que venham a ser retirados das vítimas da operação desta terça-feira.
No ano passado, 28 pessoas morreram, entre elas um policial civil, durante operação policial na favela do Jacarezinho, também na zona norte da capital fluminense. Segundo a polícia, a maioria dos mortos tinha ligação com o tráfico de drogas. Foi a ação mais letal da história da polícia no Estado.