Além disso, ele volta e meia aparece em publicidade da Adidas e, ainda, é embaixador da Copa contratado pelo governo do Qatar.
Cafu é o investimento em renda fixa do mercado publicitário em ano de Copa do Mundo. Não é aquela ação que vai te dar os maiores lucros, mas é um rendimento seguro para quem quer se associar ao Mundial sem comprometer grande parte da verba disponível e passando uma boa imagem para o público além do fanático por futebol.
Desde 2010 que é assim. Mas por que todos querem Cafu? Uma série de fatores ajuda a explicar esse fenômeno.
Cafu é o último jogador a levantar a Copa do Mundo pelo Brasil. O gesto eternizado por ele em Yokohama, com a frase “100% Jardim Irene” estampada na camisa, ajudou a fazer com que seu rosto se tornasse popular. Mas não é só isso que explica.
Dos jogadores campeões na Ásia em 2002, ninguém conseguiu manter a imagem tão associada à seleção brasileira e ao penta como o ex-lateral. Marcos virou o tio palmeirense brincalhão nas redes sociais. Ronaldo virou dono de clube. Ronaldinho Gaúcho fez rolês aleatórios por vários times e segue até hoje aparecendo onde menos e quando se espera.
Da mesma forma, ninguém conservou tanto a imagem do atleta vencedor de 2002 quanto Cafu. A gente olha para ele 20 anos depois e parece que nada mudou. Dá até para imaginar que ele está mais em forma e jovem do que Daniel Alves para assumir a lateral-direita no Qatar…
E, o ponto que talvez seja mais importante, Cafu tem a melhor relação custo-benefício entre os campeões de 2002. Sua imagem é facilmente identificada por todo tipo de gente, o que permite à marca conseguir uma associação direta com o futebol, a seleção brasileira e a Copa.
Isso tudo a um custo muito mais baixo do que Ronaldo ou Ronaldinho. Sem o mesmo retorno de mídia, claro, mas com a garantia de que o sucesso da estratégia estará dentro da expectativa.
Pensa bem. Analisando tudo isso, se fosse para você investir num garoto-propaganda para a Copa do Mundo, em quem seria? Não tem como. Cafu é a renda fixa da publicidade em ano de Mundial. Não vai gerar milhões de retorno, mas você não corre o risco de perder dinheiro…
*Erich Beting é jornalista formado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP) e especialista em Gestão do Esporte pelo Instituto Trevisan. Começou a carreira no jornalismo esportivo na Folha de S.Paulo e, em 2005, idealizou e lançou a “Máquina do Esporte”, principal veículo sobre negócios do esporte no país. Foi ainda analista de negócios do esporte no UOL e Sportv, além de ter atuado como comentarista de futebol do BandSports. Venceu por duas vezes o Prêmio Comunique-se, na categoria de Melhor Jornalista de Marketing & Publicidade. |
As informações desta coluna são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews e das instituições com as quais ele possui ligação.