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Economia

É hora de EUA acabar com crise bancária, diz CEO que socorreu First Republic

Após liderar uma linha de crédito emergencial ao First Republic Bank, Jamie Dimon criticou reguladores e colegas banqueiros.

Jamie Dimon, billionaire and chief executive officer of JPMorgan Chase & Co., following a Bloomberg Television interview at the JPMorgan Global Markets Conference in Paris, France, on Thursday, May 11, 2023. Dimon said US regulators are likely to overreact in their response to the turmoil that swept through the banking industry in March, leading to the collapse of four regional lenders. Photographer: Cyril Marcilhacy/Bloomberg

O CEO do JPMorgan, Jamie Dimon, disse que é hora de os reguladores nos EUA ajudarem a acabar com a turbulência no setor bancário, mas já antecipa que eles vão tomar as medidas erradas para evitar crises no futuro.

“Acho que vai piorar para os bancos — mais regulamentação, mais regras e mais exigências”, disse o chefe do maior banco do país, em entrevista à Bloomberg TV, de Paris.

“Alguns desses bancos pequenos me dizem que têm mais pessoas nas equipes de compliance do que agentes de crédito.”

CEO do JPMorgan, Jamie Dimon, à bloomberg

Dimon, o único CEO de um grande banco de Wall Street durante a crise financeira global que ainda está no cargo, desempenhou um papel central na resposta ao pior revés que o setor enfrenta em mais de uma década.

Críticas a reguladores

Em seu estilo sem meias palavras, ele entrou no debate com críticas a reguladores e colegas banqueiros, liderou uma linha de crédito emergencial ao First Republic Bank e interveio para comprar o credor na semana passada, quando já não havia mais o que fazer.

Jamie Dimon, CEO do JP Morgan. Crédito: Cyril Marcilhacy/Bloomberg

“Precisamos acabar com a crise bancária”, disse Dimon. “FDIC, OCC, Fed — seja lá o que for preciso fazer para melhorar a situação, deveriam fazer,” acrescentou, se referindo à agência responsável pela estabilidade do setor, o braço do Tesouro americano que regula as instituições financeiras, e o banco central do país. 

Quatro bancos regionais quebraram em meio a uma campanha agressiva de aumento de juros do Federal Reserve e fuga de depósitos. A compra do First Republic pelo JPMorgan e a declaração de Dimon de que “esta parte da crise acabou” não foram suficientes para acalmar as preocupações dos investidores sobre a saúde do setor. 

O KBW Regional Banking Index, índice que acompanha as ações dos bancos médios nos EUA, já caiu mais 13% desde que o acordo foi anunciado, estendendo seu tombo desde meados de fevereiro para 37%. As ações do PacWest, o mais recente foco das preocupações, já despencou 85%. 

Bancos não previram armadilhas

Os bancos deveriam ter sido estimulados a ficar de olho em uma gama mais ampla de possíveis armadilhas, em vez de um teste de estresse anual de centenas de milhares de páginas que gera uma “falsa sensação de segurança”, disse Dimon. O próprio Fed não estava prevendo aumentos de juros até começar o aperto, e então ficou surpreso quando os bancos também foram pegos desprevenidos, disse.

O aperto monetário do Fed desencadeou uma forte queda no valor dos Treasuries no ano passado, à medida que os compradores dos títulos exigiam rendimentos mais altos para acompanhar a alta de juros, e isso acarretou perdas para os bancos regionais com grandes volumes de dívida do Tesouro americano em suas carteira. Os yields aumentam para quem paga menos, mas quem já detém os títulos sai perdendo. 

Dimon disse que os reguladores precisam lidar melhor com a situação financeira dos bancos menores, para “não serem surpreendidos constantemente”.

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