Os ativos de grandes empresas brasileiras negociadas no exterior reagem positivamente a votação do novo marco fiscal realizada na noite de terça-feira (22). O MSCI Brazil Capped ETF (EWZ), principal fundo de gestão passiva atrelado à Bolsa brasileira, subia 0,60% na pré-abertura do mercado, às 8h00 (horário de Brasília) desta quarta-feira (23).
As ADR-S (recibo de ações de ativos negociados das empresas brasileiras na NYSE) ordinários da Petrobras (PETR3) tinham alta de 1,70%. Já os ADRs da Vale (VALE4) tinham variação positiva de 0,47% na bolsa americana.
Segundo a Guide Investimentos, com a agenda do governo no Congresso sendo destravada, a tendência é de que os ativos consigam se recuperar, “tal como ocorreu na sessão de ontem quando o Ibovespa fechou em alta de mais de 1,5%“, disseram.
Já na visão de Hugo Queiroz, Sócio da L4 Capital, a aprovação traz uma “lufada de ar fresco” para o cenário econômico brasileiro. “Esta decisão é crucial para dissipar as incertezas que rondavam o ambiente financeiro e pode ter um papel importante nas perspectivas futuras para o nosso mercado”, disse.
Queiroz reitera que uma das consequências mais notáveis da aprovação é a manutenção da perspectiva de corte de 0,5 pontos percentuais na taxa de juros (Selic) pelo Banco Central na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
“Embora fatores externos, como a inflação e as taxas de juros dos Estados Unidos, também desempenhem um papel, o pilar fiscal é uma parte fundamental do equilíbrio econômico. Sua resolução, ao menos em parte, contribui para trazer clareza e direção”.
Hugo Queiroz, Sócio da L4 Capital
Já a Levante Investimentos apontou que apesar de as notícias serem positivas para a bolsa, o cenário deve ser de volatilidade, dado o cenário indefinido no mercado internacional. Os investidores estão na expectativa tanto de indicadores das economias americana e chinesa quanto das declarações dos diretores do Federal Reserve (Fed), o banco central americano, e no encontro de Jackson Hole, com início previsto para quinta- feira (24).
O arcabouço
Na noite de véspera, a Câmara dos Deputados votou e aprovou o arcabouço fiscal. O texto segue agora para a sanção do presidente, Luiz Inácio Lula da Silva. A votação foi expressiva, com 379 votos a favor e 64 contrários. O texto aprovado retira algumas classes de gasto, como o Fundeb fora do limite estabelecido pelo novo regime fiscal.
Além disso, está prevista a votação do projeto do Carf no Congresso hoje, além de outras pautas como a MP do salário-mínimo e à medida que visa ajustar a correção da tabela do IR.
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