Na quinta-feira (12), com o mercado brasileiro fechado em função do feriado de Nossa Senhora Aparecida, o Departamento do Trabalho dos EUA informou que o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu 0,4% em setembro, com avanços surpreendentes nos custos de aluguel e de gasolina. O resultado ficou acima da expectativa de elevação de 0,3% da pesquisa da Reuters com economistas.
O número, que sugere uma inflação ainda pressionada, elevou as apostas de que o Federal Reserve poderá aumentar sua taxa básica de juros mais uma vez ainda em 2023, o que fez os rendimentos dos Treasuries avançarem na quinta-feira.
Nesta sexta-feira, na reabertura dos negócios no Brasil, as taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) se ajustaram ao cenário visto na véspera nos EUA e avançaram. Como a sessão desta sexta-feira foi espremida entre o feriado e o fim de semana, a liquidez também foi reduzida.
No fim da tarde, a taxa do DI para janeiro de 2024 estava em 12,21%, ante 12,219% do ajuste anterior, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 11%, ante 10,885% do ajuste anterior. A taxa para janeiro de 2026 estava em 10,805%, ante 10,659%.
Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2027 estava em 11%, ante 10,849%, enquanto a taxa para janeiro de 2028 estava em 11,265%, ante 11,116%.
Com o movimento, perto do fechamento a curva a termo precificava em 96% as chances de o corte da Selic em novembro ser de 0,50 ponto percentual. Já as chances de corte de apenas 0,25 ponto percentual — uma possibilidade surgida após o rali mais recente — eram precificadas em 4%.
A alta das taxas dos DIs no Brasil ocorreu a despeito de, no exterior, os rendimentos dos Treasuries estarem em queda nesta sexta-feira, com investidores buscando a proteção dos títulos norte-americanos em meio à intensificação do conflito entre Israel e Hamas no Oriente Médio.
Às 16:37 (de Brasília), o rendimento do Treasury de dez anos –referência global para decisões de investimento– caía 8,40 pontos-base, a 4,6269%.