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Finanças

Temporada de balanços nos EUA: o que os resultados das empresas do S&P sinalizam até agora?

Mais de 80% das empresas do S&P 500 divulgaram seus resultados, com a maioria superando as estimativas para receitas e lucros, segundo a FactSet.

Mais de 80% das empresas do S&P 500 divulgaram seus resultados, com a maioria superando as estimativas do mercado para receitas e lucros (74% e 84%, respectivamente) no 4º trimestre de 2023, segundo a FactSet. Com a temporada perto do seu fim, o que dizer dos balanços até agora?  

Surpresas positivas 

Analistas ajustaram suas projeções para receitas e agora apontam para um crescimento esperado nos lucros por ação de 6,5% de forma agregada (para as ações do S&P 500) em relação ao trimestre igualmente anterior de 2022. Se isso se confirmar, estes seriam os melhores dados desde o 2º trimestre do mesmo ano, segundo a empresa americana de dados financeiros.

Os setores industriais, de tecnologia e financeiro puxaram as surpresas positivas, sendo estes os responsáveis pelo maior aumento dos lucros globais do S&P na comparação anual, desde então. 

No setor de tecnologia, pelo menos quatro empresas surpreenderam com maiores lucros por ação, a exemplo de Microsoft (US$ 2,93 vs. US$ 2,77), Apple (US$ 2,18 vs. US$ 2,10), Qualcomm (US$ 2,75 versus US$ 2,37) e Intel (US$ 0,54 versus US$ 0,45). 

Já quanto ao setor industrial, Uber (US$ 0,66 vs. US$ 0,16) foi destaque, seguido por Amazon (US$ 1,00 vs. US$ 0,79), Ford Motor (US$ 0,29 vs. US$ 0,12) e Marriott International (US$ 3,57 vs. US$ 2,12) em consumo discricionário. 

No setor de saúde, a surpresa positiva do lucro por ação foi relatada pela Pfizer (US$ 0,10 vs. – US$ 0,16), enquanto que em comunicação, a Meta (US$ 5,33 vs. US$ 4,82) surpreendeu nessa temporada.

Decepção

A decepção, por assim dizer, está direcionada às small caps (empresas de menor capitalização), que apresentaram um desempenho de resultados inferior em comparação com o resto do mercado.

Entre as empresas do índice Russell 2000, 38% surpreenderam negativamente em relação aos resultados divulgados nesta safra de balanços, de acordo com levantamento da Avenue.

Busca por eficiência: a palavra da vez

As menções sobre eficiência operacional têm sido maiores do que nunca, em especial com a possibilidade de investimentos em tecnologias que podem impulsionar a produtividade futura.

Com um mercado de trabalho apertado (baixa taxa de desemprego e salários crescendo acima da inflação), as empresas têm buscado cada vez mais focar em obter ganhos de eficiência.

“Não é por acaso que observamos um recorde no uso da expressão “eficiência operacional” nas conferências de resultados”.

William Castro Alves, estrategista da Avenue nos EUA.

Assim, a discussão sobre o tema se divide entre setores que abordam o conceito de forma mais abrangente e entre grupos que apostam em inteligência artificial (IA).

O próprio Zuckerberg disse aos investidores durante a divulgação dos resultados da Meta que que passou a apreciar a eficiência depois de cortar milhares de empregos no ano passado.

Presidente-executivo da Meta, Mark Zuckerberg 23/10/2019 REUTERS/Erin Scott

“Sinto que realmente comecei a pensar que operamos melhor como uma empresa mais enxuta”, disse, acrescentando que os aumentos no número de funcionários seriam “relativamente mínimos”.

Uma análise do Morgan Stanley destaca que a eficiência operacional é vista como uma extensão do fator de qualidade e que tem “uma visão construtiva sobre isso”. 

Os analistas do banco americano também observam que, curiosamente, “o fator de alta eficiência operacional tem apresentado forte desempenho desde que a IA se tornou central para os investidores em geral no segundo trimestre do ano passado”. 

Inteligência artificial

Também é destaque o aumento no número de empresas mencionando o tópico da inteligência artificial em suas conferências de resultados. 

“Companhias parecem estar buscando investir ou se preparar para o que muitos consideram uma grande revolução no universo empresarial”, aponta Alves, da Avenue.

Segundo o Morgan Stanley, as ações classificadas como de “crescimento de alta qualidade” têm apresentado resultados superiores ao mercado, com aumento de 6,9% no lucro por ação (excluído o setor financeiro), acima da média histórica de 4,4%. 

Isso corrobora com a visão dos analistas internacionais da XP, já que apontam em relatório que essa temporada “é um sucesso”. 

As ‘7 magníficas’

Uma pesquisa recente do Deutsche Bank apontou que as “7 Magníficas” (Apple, Amazon, Microsoft, Alphabet, Tesla, Meta e NVidia) exercem agora maior poder financeiro do que todas as empresas dos países do G20 – juntos.

Os analistas do banco alemão destacaram que a capitalização de mercado combinada destas companhias por si só a tornaria a segunda maior bolsa de valores do mundo, o dobro da do Japão, em quarto lugar.

A Microsoft e a Apple, individualmente, têm capitalizações de mercado semelhantes às de todas as empresas listadas combinadas na França, na Arábia Saudita e no Reino Unido, acrescentaram.

E todas as sete companhias americanas investem fortemente em IA.

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