Tim Cook tem mais ou menos US$ 550 milhões em ações da Apple. Arthur Levinson, o presidente do conselho da empresa, conta com um pouco mais do que o CEO, coisa de US$ 760 milhões. Os dois são os maiores acionistas “pessoa física” ali.
Mesmo assim, a participação da dupla na estrutura de acionistas é microscópica. Claro: o valor somado de todas as ações da Apple está na casa dos US$ 2,7 trilhões. A fatia de Cook corresponde a meros 0,021% do total. A de Levinson, a 0,029%.
E como acontece com boa parte das grandes companhias, os maiores acionistas de fato não são pessoas, mas gestoras de fundos. As quatro maiores, juntas, administram US$ 24,4 trilhões em ativos (ações, debêntures, títulos públicos…).
Trata-se de uma quantia que mal cabe no cérebro. Você precisaria ganhar a Mega Sena da virada todos os anos pelos próximos dois séculos para chegar perto disso (assumindo um prêmio equivalente ao do ano passado, de R$ 588,8 milhões). Se você preferir uma comparação menos irracional, bom… US$ 24 tri dá basicamente o PIB dos EUA.
E as big four entre as mega gestoras, na ordem de ativos sob gestão, são:
BlackRock – US$ 9,1 tri
Vanguard – US$ 7,2 tri
Fidelity – US$ 4,4 tri
State Street – US$ 3,7 tri
Essas quatro, junto às mais “modestas” Geode Capital (US$ 1,1 tri em ativos) e a Berkshire Hathaway (de Warren Buffett, US$ 350 bi) prevalecem nas listas de maiores acionistas das cinco companhias mais valiosas do S&P 500, com uma notável exceção: Jeff Bezos. Sua fatia de 11,51% na Amazon equivale a US$ 209 bilhões – 380 vezes maior que a de Tim Cook na Apple. Como dizem por aí, “não tá fácil pra ninguém”.