A Indonésia manteve a proibição da venda do iPhone 16s da Apple, afirmando que o plano de US$ 1 bilhão da empresa, que inclui a construção de uma fábrica de AirTag, é insuficiente para atender aos requisitos de investimento local.
As regras de conteúdo doméstico exigem que a Apple produza parte de seus smartphones ou componentes no território nacional, enquanto o AirTag é apenas um acessório, explicou o ministro da Indústria, Agus Gumiwang Kartasasmita, em uma entrevista coletiva de imprensa nesta quarta-feira.
“Até esta tarde, o governo não tem base para emitir os certificados de conteúdo local” que a Apple precisa para vender seu dispositivo principal na Indonésia, disse ele. “A Apple precisa negociar conosco para que possamos emitir um certificado.”
A Indonésia bloqueou as vendas do iPhone 16 em outubro como parte de uma estratégia para persuadir a empresa de tecnologia dos EUA a investir mais na maior economia do Sudeste Asiático. Atrasos na retomada das vendas estão privando a Apple de gerar receitas em um mercado promissor de cerca de 280 milhões de consumidores, onde disputa espaço com rivais como a Samsung Electronics.
De acordo com Kartasasmita, a Apple pode ser sancionada por sua contínua não-conformidade com as regras locais de investimento, embora isso seja o último recurso do governo. “Vamos buscar outras formas ou opções”, disse ele, acrescentando que o governo já enviou uma contraproposta à Apple.
Um representante da Apple na Indonésia não comentou sobre o assunto.
A decisão marca uma reviravolta inesperada poucas horas depois de o ministro de Investimentos, Rosan Roeslani, ter dito a jornalistas na noite de terça-feira que a Indonésia havia aprovado o plano da Apple de construir uma instalação de AirTag. Os requisitos de conteúdo nacional estão sob a responsabilidade do ministro da Indústria.
A Apple propôs construir uma fábrica até o início de 2026 e iniciar a produção de AirTags, um dispositivo que permite aos usuários rastrear bagagens, animais de estimação ou outros pertences, segundo Roeslani. Executivos da empresa estão em Jacarta para negociar com o governo a proposta de investimento.
Fabricantes rivais, como Samsung e Xiaomi, já montaram fábricas na Indonésia para cumprir com as regulamentações de conteúdo nacional introduzidas em 2017. Outras maneiras de aumentar o conteúdo local incluem o fornecimento de materiais, contratação de trabalhadores, desenvolvimento de aplicativos e investimentos em academias de desenvolvedores no país.
“Não há prazo para conformidade”, disse Kartasasmita. “Se a Apple quiser vender o iPhone 16 e, especialmente, se eles planejam lançar o iPhone 17, a decisão é inteiramente deles.”