A Starbucks demitiu 1.100 empregados corporativos na última quinta-feira (20). A medida atinge 7% do quadro administrativo global e busca acelerar mudanças operacionais para revitalizar a empresa.

O corte não afeta funcionários das lojas da rede de cafeterias.

A empresa não divulga o total de funcionários corporativos. A maioria de seus colaboradores trabalha nos cafés.

O CEO Brian Niccol, que assumiu em setembro durante queda nas vendas, anunciou a reestruturação em janeiro. Os trabalhadores demitidos serão notificados até terça-feira. Os funcionários corporativos devem trabalhar remotamente esta semana.

A cafeteria busca eliminar duplicidade de funções. A empresa segue outras grandes corporações na redução de níveis gerenciais. A Southwest Airlines anunciou este mês corte de 15% dos empregos corporativos em sua primeira rodada de demissões.

As ações da Starbucks permaneceram estáveis antes da abertura dos mercados americanos. Os papéis subiram 17% nos últimos 12 meses até sexta-feira. O S&P 500 Index teve alta de 18% no mesmo período.

Em setembro, a Starbucks empregava 211.000 pessoas nos EUA. Desse total, 95% atuavam em suas mais de 10.000 lojas próprias. O restante ocupava funções corporativas. Fora dos EUA, a empresa empregava 150.000 pessoas em proporções similares.

Os cortes não afetam trabalhadores em cafés ou em operações de armazenagem, fabricação, distribuição e torrefação.

Trabalhadores que perderem seus empregos receberão pagamento e benefícios até 2 de maio. Depois disso, eles receberão indenização com base na estabilidade, de acordo com a Starbucks. Eles também receberão suporte para transição de carreira, entre outras assistências.

A rede de cafés está fechando centenas de vagas abertas e não preenchidas como parte da reestruturação.

“Reconheço que as notícias são difíceis”, disse Niccol no anúncio. “Acreditamos que é uma mudança necessária para posicionar a Starbucks para o sucesso futuro.”

Retornar ao escritório

A Starbucks começará a exigir que os funcionários no nível de vice-presidente e acima trabalhem nos escritórios de Seattle ou Toronto três dias por semana. Os trabalhadores no nível de diretor ou abaixo poderão manter seu status remoto, embora a contratação para funções futuras exija principalmente estar em Seattle ou Toronto.

Niccol, ex-CEO da Chipotle Mexican Grill Inc., agiu rapidamente para promulgar mudanças para ajudar os cafés a funcionarem melhor , incluindo trazer de volta os bares de condimentos e limitar as lojas apenas para clientes pagantes.

O CEO também desfez várias mudanças de liderança implementadas por seu antecessor e reforçou a política de retorno ao escritório da empresa, alertando que funcionários que não comparecessem três dias por semana poderiam ser demitidos, informou a Bloomberg News.

No entanto, o acordo de trabalho do CEO, que permite seu deslocamento da Califórnia para a sede em Seattle no jato corporativo da empresa, provocou críticas de funcionários e observadores externos. A Starbucks afirmou que Niccol dedicará a maior parte do tempo em Seattle ou em visitas às lojas.