A BP, que abandonou sua fracassada estratégia de baixo carbono para se concentrar mais em combustíveis fósseis, assinou um memorando de entendimento para estudar a revitalização de dois campos de petróleo na Líbia, informou a direção da empresa em um comunicado. O documento descreve uma estrutura para como as empresas de energia podem trabalhar juntas e avaliar uma série de dados técnicos.
Separadamente, um porta-voz da Shell confirmou que a empresa assinou um memorando de entendimento com a companhia da Lívia “para estudar potenciais oportunidades no setor de petróleo e gás do país”.
Aumento na produção de petróleo
O foco na Líbia, membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo, surge em um momento em que o país do norte da África tenta trazer de volta as grandes empresas de petróleo que se retiraram.
A Líbia tem lutado para conter a agitação desde a queda do ditador Muammar Kadafi, em 2011. O país, que tem as maiores reservas conhecidas de petróleo bruto na África, está dividido entre dois governos que frequentemente disputam o controle de recursos petrolíferos subinvestidos.
Desde a guerra civil, que levou a uma queda de cerca de 18 vezes na produção da Líbia, para cerca de 100.000 barris por dia em 2011, a produção tem sido volátil. O país tem bombeado entre 1,2 milhão e 1,3 milhão de barris por dia nos últimos tempos, embora esse número tenha sofrido algumas variações significativas. A meta é aumentar a produção para 2 milhões de barris por dia em alguns anos.
Desde o ano passado, empresas internacionais, incluindo a BP, a italiana Eni, a espanhola Repsol e a austríaca OMV, retomaram as perfurações na Líbia, encerrando as pausas em vigor desde 2014. A Líbia está atualmente realizando sua primeira licitação para contratos de exploração de energia desde a guerra civil de 2011.
O acordo da BP “reflete nosso forte interesse em aprofundar a parceria com a NOC e apoiar o futuro do setor energético da Líbia”, disse William Lin, vice-presidente executivo de Gás e Energia de Baixo Carbono da BP. “Esperamos aplicar a experiência da BP na reconstrução e gestão de campos petrolíferos gigantes em todo o mundo.”
O acordo com a BP abrange os campos de petróleo de Sarir e Messla, descobertos em 1961 e 1971, respectivamente. No ano passado, após um hiato de uma década, a empresa retomou a exploração de gás natural na Líbia em parceria com a Eni.