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A AES, fornecedora de energia renovável para gigantes da tecnologia como Microsoft, Google e Amazon, está avaliando opções estratégicas, incluindo uma possível venda da companhia, segundo pessoas com conhecimento do assunto.

Investidores de infraestrutura como a Brookfield Asset Management e a unidade Global Infrastructure Partners da BlackRock estão analisando a AES, após as ações da empresa terem perdido cerca de metade de seu valor nos últimos dois anos. Mesmo assim, uma aquisição da companhia sediada em Arlington, Virgínia — que tem valor de mercado de US$ 7,9 bilhões e valor empresarial estimado em US$ 40 bilhões — ainda seria uma das maiores da história no setor.

As ações da AES chegaram a subir até 19% após o fechamento do pregão regular, apesar de terem acumulado uma queda de 38% nos últimos 12 meses.

A companhia possui ativos de energia renovável, como parques eólicos e solares, além de duas distribuidoras nos estados de Indiana e Ohio. Ela tem fechado contratos com empresas de tecnologia para fornecer energia limpa a data centers — segmento que se torna cada vez mais relevante com o avanço da inteligência artificial e da mineração de criptomoedas.

A AES tem enfrentado dificuldades com a política energética do presidente dos EUA, Donald Trump, que restringiu licenças para projetos renováveis, impôs tarifas mais altas e acelerou o fim dos créditos para energia limpa. Em maio, a empresa divulgou resultados trimestrais abaixo do esperado pelo mercado.

Nos últimos anos, a AES também reduziu sua presença internacional e passou a focar no desenvolvimento de projetos renováveis. No Brasil, a operação da empresa foi vendida em maio de 2024 para a Auren Energia, companhia controlada pela Votorantim.

Mesmo com essa reestruturação, o tamanho e a diversidade dos ativos da empresa dificultam que ela apresente ao mercado uma tese de investimento tão simples quanto a de outros pares do setor de energia dos EUA. Não há garantia de que alguma das empresas interessadas vá, de fato, fazer uma proposta. Procuradas pela Bloomberg, AES, Brookfield e BlackRock não comentaram o assunto.