O plano, uma contraproposta à iniciativa popular “Pare o Apagão”, permitiria que empresas solicitassem licenças para construir reatores — se aprovado pelo parlamento e confirmado em um possível referendo.
A iniciativa popular, por sua vez, quer que a mudança seja consagrada constitucionalmente, o que seria mais difícil de conseguir do que uma mudança legislativa.
O fim da proibição marcaria uma grande mudança na política energética da Suíça. Os defensores argumentam que a energia nuclear será necessária, juntamente com as energias renováveis, para atender à crescente demanda por eletricidade, reduzir as emissões e estabilizar a rede elétrica.
Os críticos das usinas nucleares na Suíça argumentam que novos reatores acarretam altos custos, desafios no descarte de resíduos e potencial resistência pública. A vizinha Alemanha abandonou completamente a energia nuclear em 2023.
Sem planos para usinas nucleares
“O fim da proibição não significa necessariamente que novas usinas nucleares serão construídas”, disse um porta-voz da concessionária suíça Axpo Holdings AG. A empresa, que opera 60% da capacidade nuclear da Suíça, afirmou que, embora possa trabalhar em novas construções, atualmente não tem planos de construir usinas nucleares ou investir em um novo projeto.
“Uma empresa como a Axpo não pode arcar sozinha com os riscos regulatórios e financeiros. Alguma forma de compartilhamento de riscos é necessária”, acrescentou o porta-voz.
O governo está instando os eleitores a rejeitarem a iniciativa “Pare o Apagão”, argumentando que uma mudança legal é mais rápida e evita a incerteza de uma emenda constitucional.
Os legisladores têm até agosto de 2026 para decidir sobre ambas as propostas. A menos que a iniciativa seja retirada, os eleitores terão a palavra final em um plebiscito.