A empresa que tem investimento do Summit Agricultural, com sede em Iowa (EA), assinou três acordos para vender créditos de carbono, incluindo um com a empresa de serviços petrolíferos SLB ao preço de US$ 150 por tonelada de dióxido de carbono equivalente.
Outros parceiros da FS são o escritório de advocacia Pinheiro Neto e a empresa de gestão de créditos de carbono Rubicon Carbon e sua parceira YvY Capital.
A construção do projeto de captura e armazenamento de carbono está “em um ótimo estágio”, disse Daniel Lopes, vice-presidente de Sustentabilidade e Novos Negócios da FS. O projeto deve começar a operar em julho de 2026.
Resistência para o carbono
O avanço contrasta com os EUA, onde a Summit Carbon Solutions — outra empresa que tem investimento da Summit Agricultural — enfrentou oposição dos proprietários de terras e continua buscando licenças estaduais.
A captura de carbono também encontrou resistência devido aos altos custos de investimento e às dúvidas sobre a eficácia da tecnologia.
Ainda assim, a captura de carbono é vista como vital para os produtores de etanol de milho, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, para reduzir sua pegada de carbono e atender aos requisitos de acesso a mercados importantes, como o de combustíveis sustentáveis para aviação.
Para o Brasil — segundo maior produtor mundial de etanol —, a tecnologia também apoia os esforços para expandir as vendas no exterior, apesar dos ventos contrários, como as tarifas dos EUA.
A decisão de investimento no projeto da FS foi anunciada depois que o Brasil aprovou a Lei do Combustível do Futuro no ano passado, que estabeleceu regras básicas para a captura de carbono.
Em fevereiro deste ano, a ANP, órgão regulador brasileiro que supervisiona a injeção de carbono no país, incluiu o projeto da FS em uma lista de iniciativas autorizadas a seguir adiante, disse Lopes.
A FS instalará a nova tecnologia perto de sua usina de etanol em Lucas do Rio Verde, em Mato Grosso. Ainda é necessária uma licença ambiental estadual para algumas das obras, mas a FS espera que a aprovação final do Mato Grosso seja emitida entre setembro e outubro.