Na segunda-feira (8), num jantar beneficente promovido pela Gerando Falcões, o fundador da XP, Guilherme Benchimol, arrematou por R$ 2 milhões uma raquete de João Fonseca, tenista de 19 anos que tem ocupado o posto de novo ídolo do tênis brasileiro: em setembro, depois de vitória na primeira rodada do US Open, bateu mais uma marca histórica na carreira e assegurou a 42ª colocação no ranking da ATP, a melhor em sua trajetória no tênis profissional.

O episódio simboliza bem o momento raro de euforia do esporte no país, saudoso das conquistas de Gustavo Kuerten, o Guga. A audiência de TV confirma o fenômeno: o US Open 2025 impactou 1,8 milhão de pessoas na TV por assinatura (+31% vs 2024) e teve tempo médio de 58 minutos por espectador — recorde histórico. A final masculina foi o jogo mais assistido do US Open na ESPN, com 400 mil pessoas e 227% a mais do que o segundo colocado da TV paga no horário. Antes disso, em maio, os jogos de Fonseca em Roland Garros lideraram a TV paga.

É nesse cenário que a Slyce, marca de vestuário premium para tênis, quer se firmar como o “uniforme” dessa nova fase. Criada há pouco mais de um ano por ex-analistas de M&A do Itaú BBA Jorge Castello Branco e Felipe Tersi, a empresa entrou como uma das patrocinadoras do SP Open, torneio WTA 250 que voltou ao calendário depois de 25 anos, e montou uma loja em parceria com a Asics. O evento reúne 32 jogadoras, incluindo Bia Haddad e Luisa Stefani, e atraiu 38 patrocinadores, além do público esperado de 30 mil pessoas — prova do interesse comercial e de público crescente no tênis.

“Desde o início, branding e qualidade foram o ponto número um”, diz Castello Branco. “Queremos ser amados e não ser apenas mais uma marca.” Mais do que vender roupa, a estratégia da marca é “criar um senso de pertencimento.”

A estratégia da marca novata olha também para o movimento de grifes tradicionais como Gucci e Miu Miu, que têm visto no esporte uma oportunidade de conexão com seu público-alvo. Um exemplo é a parceria do atual número 1 do mundo Carlos Alcaraz com a Louis Vuitton. “As quadras viraram as novas passarelas”, diz Tiago Clemente, que está à frente do marketing da Slyce.

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