A investigação foi encaminhada ao Escritório de Combate ao Cibercrime, informou a promotoria de Paris em um comunicado nesta segunda-feira (6).
Um porta-voz da Apple se referiu a uma postagem de blog, que a empresa publicou em janeiro, sobre o uso de gravações de voz e se recusou a comentar mais.
A investigação envolve a coleta de gravações de usuários pela Apple pela Siri, a assistente virutal disponível na maioria de seus dispositivos.
Resposta da Apple
A Apple já declarou que pode gravar e reter interações de áudio por meio da Siri para ajudar a aprimorar seus serviços, um recurso que a empresa afirma ser opcional.
Alguns desses dados podem ser retidos por até dois anos e revisados por “avaliadores”, ou subcontratados, de acordo com a Apple.
A França adotou uma abordagem rigorosa em relação às maiores empresas de tecnologia dos EUA, iniciando investigações sobre questões antitruste e instituindo um imposto sobre serviços digitais. O presidente dos EUA, Donald Trump, classificou tais impostos como discriminatórios e alertou que os EUA poderiam responder com tarifas.
A investigação da Apple ocorre após uma denúncia apresentada na França no início deste ano pela Liga dos Direitos Humanos. A denúncia se baseou no depoimento de Thomas le Bonniec, ex-subcontratado da Apple na Irlanda, que se manifestou publicamente sobre a análise de gravações sensíveis de usuários, incluindo as de pacientes com câncer.
A Apple afirmou que “não retém gravações de áudio de interações com a Siri, a menos que os usuários optem explicitamente por ajudar a melhorar a Siri e, mesmo assim, as gravações são usadas exclusivamente para esse fim”.