A comissária europeia de concorrência, Teresa Ribera, afirmou que o órgão irá avaliar se a transação “pode comprometer o acesso contínuo e confiável da Europa ao fornecimento de ferro-níquel”, uma liga essencial na produção de aço inox.
Agora, as empresas terão de apresentar soluções que eliminem as preocupações dos reguladores — ou correm o risco de ver o negócio barrado. A decisão final deve sair até 20 de março.
Em comunicado conjunto, MMG e Anglo American disseram não acreditar que a aquisição traga problemas de concorrência, mas garantiram que vão “colaborar integralmente” com as autoridades europeias para esclarecer qualquer dúvida.
O acordo reforça o domínio crescente da China sobre o fornecimento global de níquel. Listada na Bolsa de Hong Kong, a MMG tem como acionista controlador a China Minmetals Corp., gigante estatal que atua dos setores de mineração ao comércio internacional.
Além da UE, a operação também gerou críticas nos Estados Unidos: o Instituto Americano do Ferro e do Aço pediu à Casa Branca que intervenha, argumentando que o negócio daria à China maior influência sobre as reservas mundiais de níquel.
As companhias tentaram evitar uma investigação completa oferecendo um compromisso: a Anglo compraria da MMG parte do fornecimento de ferro-níquel vindo das minas brasileiras de Codemin e Barro Alto. Mas os reguladores consideraram a proposta insuficiente.
As chamadas investigações de “Fase 2” da UE costumam estender a análise em cerca de 90 dias úteis, mas o processo pode se alongar caso os fiscais exijam mais informações. Normalmente, o braço antitruste europeu impõe medidas rigorosas para resolver preocupações de concorrência — embora, em alguns casos, decida aprovar as transações sem restrições se as dúvidas iniciais não se confirmarem.