A Semrush, listada na Bolsa de Nova York desde 2021, desenvolve ferramentas que auxiliam companhias em publicidade digital, pesquisas em redes sociais, campanhas online e otimização de presença virtual — incluindo como aparecem em resultados de busca impulsionados por inteligência artificial.
Segundo a Adobe, integrar a Semrush ao portfólio permitirá oferecer “uma solução abrangente que dá aos profissionais de marketing uma visão holística de como suas marcas aparecem em canais próprios, LLMs, mecanismos de busca tradicionais e pela web em geral”.
A operação é uma fatia modesta para a Adobe, cujo valor de mercado supera US$ 135 bilhões. Conhecida por programas como Photoshop, Illustrator e Adobe Analytics, a empresa tem ampliado sua atuação em softwares de marketing e análise de dados, área que já vem contribuindo de forma crescente para a receita. No entanto, suas ações acumulam queda superior a 20% no ano, em meio a dúvidas sobre o impacto da evolução da IA no seu negócio principal.
A Semrush também vinha enfrentando pressão no mercado, refletindo a correção mais ampla no setor de tecnologia. Ainda assim, suas ações dispararam 71% na manhã desta quarta-feira, chegando a US$ 11,55 — perto do preço da oferta — antes de terem a negociação suspensa.
A empresa destacou recentemente novos recursos baseados em IA, incluindo uma ferramenta que ajuda profissionais de marketing a melhorar e medir desempenho em SEO e motores de IA como ChatGPT, Gemini e Perplexity. Entre seus grandes clientes corporativos estão TikTok e Amazon.
Para a Adobe, a compra reforça sua estratégia de consolidar soluções que ajudem marcas a entender como são percebidas pelos consumidores em um ambiente digital cada vez mais guiado por IA.
“Esta é uma forma natural de continuarmos crescendo em um espaço muito importante para nossos clientes”, afirmou Anil Chakravarthy, presidente da divisão de Experiência Digital da Adobe. “Todo diretor de marketing hoje pensa em como sua marca aparece no ChatGPT e em outras plataformas.”
A empresa elevou em setembro sua projeção financeira anual pela segunda vez no ano, dizendo que os investimentos em inteligência artificial começam a gerar retorno, com clientes aderindo a recursos premium para acessar novas capacidades.
Já a tentativa de aquisição da Figma — uma das maiores já cogitadas por uma empresa de software privada — acabou abandonada mais de um ano após seu anúncio, devido à resistência de reguladores do Reino Unido e da Europa.
