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Análise

Morning Call: juros sobem como esperado nos EUA mas tom do Fed continua a derrubar bolsas

O discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, se manteve pautado em juros mais altos e por mais tempo do que o esperado anteriormente.

As bolsas pelo mundo reagem com quedas generalizadas ao pronunciamento do presidente do banco central norte-americano, Jerome Powell, ontem (14) após o anúncio da alta esperada de 0,5 ponto percentual na taxa de juros dos EUA.

As bolsas asiáticas seguem o tom negativo das bolsas norte-americanas da quarta-feira (14) e ainda sofrem com o aumento expressivo de infecções por covid na China após as sucessivas flexibilizações das medidas restritivas. O índice Hang Seng encerrou o dia com uma queda de 1,55%, a segunda maior baixa do bloco asiático após a queda de 1,60% do Kospi com ações de tecnologia em queda pressionando o índice enquanto o Nikkei registrou uma queda de 0,37% seguido das perdas de 0,25% de Shanghai e 0,04% do Taiex.

Os mercados europeus seguem o mesmo sentido, refletindo os receios de que a taxa de juros dos EUA atinja patamares mais elevados e por tempo do que esperado, pressionando as decisões do Banco Central Europeu e da Inglaterra, que decidem hoje (15) suas novas taxas de juros. A expectativa do mercado para os juros do bloco europeu é de uma alta de 0,5 ponto percentual nos atuais 2% para 2,5% enquanto a decisão britânica, divulgada mais cedo, contou com a alta de 0,5 ponto percentual dos 3% anteriores para 3,5% mas com provável forte influência em ambos do tom do comunicado do Fed no pronunciamento para as próximas reuniões.

Durante o começo do dia, as quedas eram registradas em todos os maiores índices europeu como os recuos de 1,12% do DAX, 0,41% do FTSE, 1,05% do CAC e 1,21% do índice Euro Stoxx.

Mercados se assustam com pronunciamento do Fed

Na quarta-feira (14) o banco central dos EUA decidiu elevar os juros em 0,5 ponto percentual do intervalo de 3,75% a 4% para 4,25% a 4,50%. O resultado veio em linha com as expectativas do mercado que já contavam com a diminuição do ritmo de alta que vinha de aumentos de 0,75 ponto percentual mas o que acabou preocupando os investidores foi a fala do presidente do BC norte-americano, Jerome Powell, indicando que os integrantes do Fed projetam uma taxa de juros acima de 5% no final de 2023, com quedas para uma média de 4,1% em 2024 e 3,1% em 2025 indicando um aumento das expectativas de juros máximos e da duração do ciclo de alta pelos próprios integrantes quando comparadas com as expectativas da reunião de setembro.

Um dos pontos reforçado foi a inflação de serviços pressionada pelo mercado de trabalho bastante aquecido, assim como novas altas são apropriadas e que o Fed precisa de novas evidências de desaceleração da inflação para poderem decidir sobre os juros além de permanecerem altos por mais tempo.

As falas, consideradas duras, pressionaram os índices que registraram quedas de 0,61% no S&P 500, 0,42% no Dow Jones e 0,76% do Nasdaq no encerramento da quarta-feira (14). E os indicadores da agenda do dia devem influenciar os ânimos do mercado como as vendas no varejo em novembro nos EUA, o índice de atividade industrial e o número de pedidos por seguro-desemprego que deve registrar a mesma variação de 230 mil novos pedidos na semana de acordo com expectativas de mercado.

Brasil: PEC em votação, emenda de relator no Supremo e relatório trimestral de inflação

Após o voto contrário às emendas de relator do chamado orçamento secreto pela presidente do Supremo, Rosa Weber, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) resolveu incluir as emendas na PEC da Transição podendo anular o efeito prático do voto de Weber, que se aplicaria apenas nas emendas na Lei do Orçamento Anual.

A mudança acontece em um momento onde era previsto que a PEC da Transição fosse votada na próxima semana, enquanto a decisão do Supremo sobre a transparência das emendas de relator é votada ainda nesta semana. Ao incluir as emendas na PEC da Transição, o presidente da Câmara garante maior apoio da base do governo eleito ao mesmo tempo mantém as emendas de relator para o período da sua reeleição ao cargo de presidente da Câmara em 2023.

E hoje (15) o Banco Central divulgou seu Relatório Trimestral de Inflação. No documento, o BC deixou inalterada a perspectiva de expansão de 1% para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2023 que havia sido estimada em setembro.

O Ministério da Economia, por sua vez, prevê expansão de 2,7% para o PIB este ano e de 2,1% para o próximo, enquanto o mercado, segundo o boletim Focus mais recente, estima que a economia crescerá 3,05% em 2022 e 0,75% no ano que vem.

Em relação à política monetária, o BC reiterou mensagem da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) de que se manterá vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período suficientemente prolongado será capaz de assegurar a convergência da inflação.

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