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Análise

Morning Call: mercado de olho nos Bancos Centrais; Ibovespa repercute a Selic

Os principais fatos que podem impactar os mercados hoje e uma breve análise do índice Bovespa.

Cenário global e bolsa de valores 

Esta quinta-feira será um dia movimentado para os mercados financeiros ao redor do mundo, com decisões de política monetária no Japão e na zona do euro, importante sinais serão dados em relação ao novo ambiente global de inflação e ao mesmo tempo desaceleração econômica que será testada pelos dados do PIB dos EUA, enquanto no Brasil investidores vão repercutir a decisão do Copom anunciada na noite de ontem de elevar a Selic em 1,50 ponto percentual, para 7,75% ao ano, e sinalizar outro aumento na mesma magnitude em dezembro, porém isso já era precificado após a deterioração das perspectivas fiscais intensificadas na semana passada. 

Pelo lado positivo, o sentimento econômico da zona do euro subiu pelo segundo mês consecutivo em outubro, aproximando-se de uma máxima histórica de julho e pressionando as expectativas de inflação entre consumidores e produtores para novos recordes. O índice de sentimento econômico subiu para 118,6 em outubro, de 117,8 em setembro. O índice de expectativas de inflação dos consumidores subiu para 40,0 em outubro, maior valor desde o início das medições, em 2000, de 33,1 em setembro. As expectativas de preço de venda entre os fabricantes também estabeleceram um novo recorde, subindo de 38,3 em setembro para 42,2. Preços mais altos ao produtor normalmente se traduzem em inflação ao consumidor com um intervalo de alguns meses. Por isso, destacamos acima que o mercado deve ficar de olho na decisão de política monetária na zona do euro hoje.

Neste cenário, as bolsas europeias operam sem direção única nesta 5ªF, que além de trazer vários balanços corporativos na região, também aguardando, logo mais, a atualização da política monetária do BCE. O encontro acontece em meio a preocupações com a inflação acima da meta de 2%, ao mesmo tempo em que outros BCs alertam sobre a pressão de preços mais resistente que o esperado. As bolsas asiáticas encerraram o pregão desta 5ªF em baixa acompanhando o fraco desempenho em NY ontem, mas especialmente após o Banco do Japão deixar sua política monetária inalterada e cortar a previsão de crescimento para o atual ano fiscal.

Futuros: Dow Jones (+0,06%), S&P 500 (+0,16%), Nasdaq (+0,36%); Petróleo: Brent a US$ 83,68 (-1,06%);WTI a US$ 81,75 (-1,10%); Ouro: -0,04%, a US$ 1.799,00 a onça-troy na Comex; Treasuries: T-note de 10 anos em alta a 1,55030 (de 1,54750); Londres (-0,25%) a 7.235.04; Frankfurt (-0,17%) a 15.678,38; Paris (+0,27%) a 6.771,51; Madrid (-0,18%) a 8.956,00.

Cenário no Brasil 

Aqui, com balanços de três blue chips (Petrobras, Vale e Ambev), o mercado doméstico também fica atento aos números das companhias que refletem a recuperação da economia real, além disso, IGP-M e resultado primário do Tesouro são dados importantes para monitorar. O investidor também repercute o resultado do Copom, que veio hawkish, contratando Selic de 9,25% para o fim do ano, em uma mudança do “plano de voo” justificada pela inflação acima do esperado e riscos fiscais ampliados pelo furo do teto. Já as dificuldades para aprovação da PEC dos precatórios na Câmara, que não conseguiu votar a matéria ontem à noite, causam preocupação. 

Ibovespa

O Ibovespa fechou praticamente estável na quarta-feira, perdendo fôlego no fim do pregão, com a cautela prevalecendo antes da decisão de política monetária do Banco Central e o risco de um aumento mais forte na Selic. O IBOV recuou 0,05%, a 106.363,10 pontos, com volume financeiro de R$27,7 bilhões. 

O IBOV entrou em uma tendência de baixa no longo prazo ao cruzar abaixo da média móvel de 200 períodos e formar topos e fundos descendentes, além disso, um movimento de queda no curto prazo já foi consolidado, após operar abaixo da média móvel curta (21 períodos) e romper o fundo formado no dia 20 de setembro aos 107.500 pontos. Qualquer movimento positivo neste momento será considerado um repique de alta, dentro da tendência principal de baixa, portanto sendo necessário mais tempo e mais confirmações para reverter esta tendência.

Indicadores econômicos e eventos
EUA: Balanços de Mastercard e Caterpillar, antes da abertura do mercado, e de Amazon e Apple, após o fechamento do mercado
Brasil: Balanços de Alpargatas, Ambev, Assaí, Fleury, Petrobras, Suzano e Vale, após o fechamento do mercado
FGV: IGP-M de outubro (8h)
Zona do euro: BCE divulga decisão de política monetária (8h45)
TSE retoma julgamento sobre cassação da chapa Bolsonaro-Mourão (9h)
Zona do euro: Presidente do BCE, Christine Lagarde, participa de coletiva após decisão monetária (9h30)
EUA/Dpto Trabalho: Pedidos de auxílio-desemprego da semana até 23/10 (9h30)
EUA/Deptº do Comércio: 1ª estimativa do PIB do 3TRI (9h30)
EUA/NAR: Vendas pendentes de imóveis em setembro (11h)
Governo Central deve ter déficit primário de R$ 4,250 bilhões em setembro (13h30)

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