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Análise

Morning Call: projeções da Target pressionam bolsas para baixo no começo do dia

A segunda maior varejista dos EUA afirmou que espera uma desaceleração das compras de final de ano pela alta inflação, fazendo os clientes optarem por produtos essenciais e bens não-duráveis.

Após a mudança de humor que contaminou as bolsas mundiais pelas falas de dirigentes do Fed e as perspectivas da segunda maior varejista dos EUA sobre a inflação, as bolsas não indicam um sinal de melhora no começo do dia.

Na Ásia os mercados também são impactados pelo saldo negativo do balanço comercial de outubro do Japão pior do que as projeções. A balança registrou um déficit de 2,16 trilhões de ienes em outubro e  desacelerou de um crescimento anual de 28,9% em setembro para 25,3% em outubro, enquanto as falas do presidente do Banco Central do país não melhoraram as perspectivas dos investidores. Haruhiko Kuroda, dirigente do BC japonês disse ser possível trazer a inflação para a meta mesmo que leve tempo e que é importante manter a política de expansão monetária para dar suporte à economia. A inflação no país é de 3% em 12 meses, maior alta desde 2014.

O índice Nikkei encerrou o dia com queda de 0,35%, Hang Seng teve queda de 1,15%, Shanghai recuou 0,15%, o Taiex teve leve baixa de 0,01% e o KOSPI caiu 1,39%.

Na Europa, mesmo com a redução da piora do risco geopolítico envolvendo a explosão de um míssil perto da fronteira da Polônia com a Ucrânia, os mercados registravam quedas no começo do dia após a divulgação ontem dos índice de preços ao consumidor do Reino Unido que atingiu uma alta de 11,1% em 12 meses. Em resposta, o ministro das Finanças, Jeremy Hunt, deve divulgar um novo orçamento hoje (17).

Em relação à zona do Euro, o IPC do bloco europeu registrou avanço de 1,5% em outubro, elevando a alta em 12 meses de 9,9% para 10,6%, resultado levemente abaixo dos 10,7% esperados pelo mercado. O núcleo do índice também acelera com uma alta em 12 meses de 4,8% em setembro para 5% em outubro.

No começo do dia o índice alemão DAX recuava 0,02% enquanto os demais pares tinha quedas mais fortes como o FTSE com recuo de 0,54%, o CAC em baixa de 0,71% e o Euro Stoxx com perdas de 0,33%.

Dados econômicos dos EUA

Ontem (16) as bolsas norte-americanas reagiram aos dados das vendas no varejo de outubro que mostraram um crescimento de 1,3% no mês impactado pela estabilidade nas vendas de automóveis, indicando que a alta de juros começam a afetar a compra de bens duráveis como carros. Em tese a notícia seria boa para os mercado, mas as perspectivas da Target, segunda maior varejista dos EUA, divulgadas ontem (16) esfriaram os ânimos dos investidores.

A empresa espera que a inflação alta influencie as escolhas dos clientes por produtos mais essenciais e baratos à medida que nos aproximamos de épocas festivas de final de ano, fazendo sua previsão de receitas para o último trimestre do ano diminuir, preocupando o mercado. No começo do dia os pré-mercados dos pais tinham queda como o Dow Jones recuando 0,6%, S&P 500 com baixa de 0,66% e o índice Nasdaq com perdas de 0,67%.

E hoje (17) o mercado pode se reagir aos discursos de integrantes do Fed durante o dia e divulgações de dados econômicos:

  • 10:00: Bullard, membro do FOMC discursa;
  • 10:30: Construção de novas casas (out);
  • 10:30: Pedidos inciais por seguro-desemprego;
  • 11:15: Bowman, membro do FOMC discursa;
  • 11:40: Mester, membro do FOMC discursa;
  • 12:40: Jefferson, membro do conselho do Fed, discursa.

Fiscal continua a pressionar desempenho do Ibov

Após a apresentação ontem (16) no Congresso da minuta da PEC de transição, o mercado teve maiores detalhes do documento que sugere ideias para que as propostas sejam discutidas. A proposta tiraria de forma excepcional R$ 175 bilhões do teto de gastos para o pagamento do Bolsa Família além de tirar as receitas extraordinárias do teto para serem direcionadas a investimentos.

O senador eleito Wellington Dias (PT-PI) já afirmou que as conversas orçamentárias começam na semana que vem e tentou amenizar a situação afirmando que haverá um plano de cortes de despesas. Mesmo assim, a bolsa brasileira caiu, com ajuda também da piora do ânimo global, 2,58% ontem (16) e pode ter novos reflexos com a fala de Lula de que não adiantaria pensar apenas em responsabilidade fiscal sem manter a responsabilidade social e voltou a criticar o teto de gastos.

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