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Episódio 1

NYSE: o dia D da listagem e o que significa ter ações negociadas em Nova York

Bolsão de liquidez, acesso a investidores internacionais de longo prazo e selo de qualidade de governança atraem empresas brasileiras

Das 2,4 mil empresas listadas na New York Stock Exchange (NYSE), 34 são brasileiras. Pesos-pesados como Eletrobras, Suzano, Nubank, Itaú Unibanco, Embraer-X, Gerdau e VTEX são algumas delas. O que leva essas empresas a abrir seu capital na maior Bolsa do mundo? E o que isso traz de oportunidades, benefícios e responsabilidades?

No primeiro episódio da série exclusiva do InvestNews “Brasil em Wall Street”, altos executivos e fundadores de empresas listadas na NYSE explicam o que significa “tocar o sino” da maior bolsa do mundo e como isso influenciou a trajetória de suas empresas.

“[A listagem] é parte de um grande pacote de integração do Brasil ao mundo. É requisito fundamental de uma estratégia de desenvolvimento que queira um Brasil competitivo, criativo, bem administrado e com alta credibilidade”, explica Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central e sócio-fundador da Gávea Investimentos.

Um dos primeiros efeitos da listagem é o acesso a um número maior de investidores, o que permite baratear o custo de capital. “O principal ganho diz respeito à liquidez. A NYSE representa um grande bolsão de liquidez (…) e grandes investidores globais e internacionais se localizam no mercado americano”, explica Ivan Monteiro, CEO da Eletrobras.

Rafael Japur, CFO da Gerdau, explica que relatórios providos pela NYSE ajudam ainda a prospectar potenciais investidores que ainda não estão na base de acionistas da companhia e que têm interesse em empresas de valor e em investimentos de longo prazo.

O selo de qualidade de governança que as empresas recebem ao ter seus papeis listados na Bolsa de Nova York é também apontado como um grande diferencial. Milton Maluhy Filho, CEO do Itaú Unibanco, ressalta que a empresa passa a ser regulada pela SEC (Securities and Exchange Comission, o equivalente à CVM brasileira) – com um rigor ainda maior de transparência e de governança corporativa. “Além do órgão regulador brasileiro, você também passa a ser regulado pela SEC.”

“É como receber um selo de qualidade de governança e um crachá de acesso a um clube de investidores”, complementa Marcelo Bacci, CFO da centenária Suzano.

Lynn Martin, a segunda mulher a presidir a NYSE em 232 anos, diz que a Bolsa tem uma responsabilidade em relação aos princípios que originaram a NYSE: a de garantir que transparência, justiça e criação de capital perdurem, “independentemente dos ambientes geopolíticos”.

Internacionalização 

Apesar de as companhias entrevistadas pelo InvestNews terem mercados, produtos e públicos diferentes, a internacionalização de suas operações é um alvo comum. O Nubank, que há pouco mais de um mês alcançou o posto da segunda maior empresa brasileira em valor de mercado (atrás somente da Petrobras), escolheu a NYSE para sua estreia no mercado de capitais no fim de 2021. Foi o IPO mais recente de uma empresa brasileira em Nova York.

“O Nubank escolheu a NYSE pelo fato de que as maiores e mais icônicas empresas do mundo estão na bolsa nova-iorquina”, diz David Vélez, CEO e fundador do Nubank, banco que hoje opera no Brasil, Colômbia e México. Acostumado a falar de cifras, tecnologia e estratégia, ele acaba entregando um lado mais emocional sobre o dia em que o Nubank tocou o sino na Bolsa de Nova York. “O IPO do Nu foi tão importante quanto o dia do meu casamento.” 

Day after, o início da jornada

Daniel Moczydlower, CEO da Embraer-X, também não escondeu as emoções nas gravações para a série “Brasil em Wall Street”. Ele conta do “frio na barriga” que sentiu ao ver as primeiras negociações e a movimentação do preço no minuto seguinte à abertura de capital. O movimento era a materialização de que negócio não estava mais apenas na mão de seus fundadores e executivos, mas, sim, do mercado e de sua reação à proposta de valor apresentada.

“A jornada começa no IPO”, diz o co CEO e fundador da VTEX, Geraldo Thomaz. “Nesse momento, a gente tem os recursos, a visibilidade, além de todas as ferramentas que faltavam para fazer a diferença de fato.”

Como diz Paula Ganem, head de Mercado de Capitais Latam e Canadá da NYSE, tocar o sino na NYSE não é um sonho. É um objetivo.

A série “Brasil em Wall Street” tem seis episódios. Está disponível no canal do InvestNews no YouTube e na página exclusiva do site.

Confira abaixo: