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Argentina e Colômbia avançam na produção de carro elétrico e Brasil patina
Enquanto países vizinhos esboçam produção local, mercado brasileiro está longe da nacionalização.
A Argentina largou na frente na “corrida” pela fabricação de carros elétricos na América Latina. O país deve ser o primeiro do continente a produzir veículos, graças à Chery.
A fabricante chinesa prepara um investimento de US$ 400 milhões a ser realizado em duas etapas. A meta é produzir 100 mil veículos elétricos (e possivelmente híbridos também) anualmente por volta de 2030.
Quem também está bem na fita é a Colômbia. Em recente visita ao país, o presidente da General Motors International, Shilpan Amin, perguntou como era a percepção do atual governo colombiano de Gustavo Petro. Prontamente os executivos afirmaram que viam uma administração comprometida com a transição energética.
Amin questionou, então, se a gestão era comprometida “a ponto de fazer da Colômbia o primeiro país da América Latina onde montaremos nossos veículos elétricos”. Logo veio a resposta: “sim, senhor”.
E o Brasil?
Enquanto isso, o Brasil apenas assiste de camarote à evolução de seus vizinhos.
Não há qualquer tipo de esboço de fabricação de veículos elétricos no país. Nem a produção local de carros híbridos mostra indícios de ascensão.
Por enquanto, a Toyota é a única montadora a fazer veículos deste tipo por aqui. Hoje, Corolla e Corolla Cross são fabricados com a tecnologia híbrida flex em Indaiatuba (SP).
Falta de incentivos dificulta ideia
Apesar das boas intenções, alguns fatores importantes dificultam a nacionalização de veículos eletrificados.
Uma das principais é a falta de incentivos para a produção no país. Foi o que ressaltou Santiago Chamorro, presidente da General Motors América do Sul.
O executivo afirma que gostaria de produzir carros elétricos no Brasil, mas fica difícil viabilizar a ideia se o governo não se dispõe a ajudar.
Sem conceder isenções, as montadoras alegam altos custos de produção com retorno aquém do desejado.
Vale lembrar que, hoje, os modelos elétricos mais acessíveis do mercado não saem por menos de R$ 150 mil. E do jeito que as coisas andam, vai ser difícil chegar a um patamar menor do que esse tão cedo.
As informações desta coluna são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews e das instituições com as quais ele possui ligação.
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