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Primeira Marcha

Stellantis faz dois anos com mais acertos do que erros no BR

Grupo que comanda marcas como Fiat e Jeep celebra bons resultados.

Foi em meados de 2020 que a Stellantis começou sua trajetória na indústria automotiva. O grupo nascido da união da FCA Fiat Chrysler com a PSA rapidamente se tornou uma potência global – e claro que no Brasil não seria diferente.

Antonio Filosa, presidente do grupo para a América Latina, participou de um evento para celebrar os dois anos de existência da Stellantis. O executivo lembrou dos desafios e conquistas da empresa na região – que não foram poucas, aliás.

Logo de cara, Filosa encarou o desafio da falta de componentes, sobretudo semicondutores, e soube contornar a situação com eficiência – algo que nem todos os seus rivais conseguiram. Foi assim que as fábricas do grupo (nas cidades de Betim, Goiana e Porto Real) quase não precisaram paralisar suas atividades.

Além disso, a Stellantis acertou a mão na maioria dos lançamentos realizados desde 2021. Vamos relembrar alguns deles a seguir.

Fiat nos SUVs e Jeep ampliando a linha

Com quase todas as marcas na briga pelo segmento de SUVs compactos, a Fiat entrou no páreo apenas em 2021. Mas a empresa soube correr atrás do prejuízo com o Pulse, que se tornou um dos modelos mais vendidos da categoria e quase ultrapassou o Jeep Renegade no ano passado. O segundo SUV estreou em 2022: o Fastback trouxe um novo público para a Fiat, que aprecia design e sofisticação, mas precisa de um amplo porta-malas.

O sucesso da Jeep foi construído ainda nos tempos de FCA, quando a empresa entrou em uma nova fase com a dupla Renegade e Compass. Sucessos de público e crítica, os SUVs se tornaram referências em suas categorias. Então era chegada a hora de ampliar a gama. Nos últimos dois anos, a marca trouxe o inédito Commander, Compass híbrido (ou 4xe, se preferir) e a picape Gladiator, esta baseada no Wrangler. E não podemos esquecer do “queridinho” Renegade, que finalmente trocou o pacato motor 1.8 flex pelo 1.3 turbo de até 185 cv.

Peugeot e Citroën com motivos para sorrir

Imagem de divulgação

Mas quem merecia atenção especial eram as marcas do extinto grupo PSA. Apesar de prestigiadas no Brasil, Peugeot e Citroën vinham de sucessivos resultados ruins, fruto de decisões equivocadas e produtos que não fizeram tanto sucesso. Sob nova administração, as empresas seguiram caminhos distintos.

Investir no 208 foi a saída encontrada pelos lados da Peugeot. A estratégia deu certo: o hatch foi o modelo mais vendido da marca com quase 30 mil emplacamentos e contribuiu para a empresa voltar ao top 10 das maiores montadoras do país. Além de investir pesado nas vendas diretas (para clientes como locadoras e frotistas), a Peugeot apostou no lançamento do 208 1.0, que combina o eficiente motor 1.0 Firefly de origem Fiat a um bom pacote de equipamentos, sobretudo na versão Style.

Goste ou não da nova estratégia da Citroën, a Stellantis resolveu popularizar a marca francesa sem esquecer alguns dos princípios da empresa centenária, como design e inovação. Assim nasceu a estratégia C-Cubed, que prevê o lançamento de três produtos inéditos em três anos. O primeiro deles estreou em 2022: o novo C3 atacou o segmento de populares com um projeto feito para mercados emergentes, especialmente na América do Sul. Com mais de 10 mil emplacamentos, o compacto ajudou a Citroën a crescer no Brasil. Novos modelos serão lançados nos próximos anos, incluindo um SUV de sete lugares.

Ram pode virar a nova Jeep?

Imagem de divulgação.

O caso mais emblemático da gestão Stellantis é o da Ram. Até 2020, a empresa vendia apenas um produto no Brasil: a grandalhona 2500, que só pode ser conduzida por motoristas com carteira de habilitação do tipo C. Isso mudou com as chegadas da 1500 Rebel e da Ram Classic, que trouxeram novos clientes à marca. Na outra ponta da tabela, a 3500 agregou ainda mais sofisticação para quem aprecia as típicas picapes americanas. Resultado: a Ram ganhou volume de vendas, e esses números devem crescer ainda mais com a estreia de uma inédita picape de porte médio feita sobre a plataforma da Fiat Toro.

Bastante admirada na Itália, a Abarth voltou ao Brasil em 2022. Até então, a empresa havia aparecido por aqui apenas em alguns momentos, como no lançamento do Stilo Abarth, uma versão esportiva do hatch com o motor 2.4 do Marea. Agora com status de marca própria, ela voltou ao país com o Pulse Abarth, o primeiro SUV da fabricante no mundo.

Eletrificação também se tornou uma prioridade para as marcas da Stellantis. No Brasil, a Peugeot lidera as ações com três modelos: e-208 GT, e-2008 e e-Expert. A Fiat possui o 500e e o e-Scudo, a Jeep traz o Compass 4xe e a Citroën oferece o Ë-Jumpy. Para este ano, a Fiat lançará o Abarth 500e e a Peugeot promete novidades.

Domínio absoluto

Levando em consideração o desempenho das oito marcas do grupo presentes no Brasil (Fiat, Jeep, Ram, Citroën, Peugeot, Chrysler, Dodge e Abarth), a Stellantis fechou o ano de 2022 com nada menos do que 32,9% do mercado brasileiro.

Impressionante, mas é apenas a prova de que a gestão comandada por Antonio Filosa está rendendo bons frutos para o grupo no país. Com vários lançamentos programados para este ano, como uma inédita picape média da Fiat e um novo produto Citroën, a tendência é que esse domínio apenas se amplie em 2023.

As informações desta coluna são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews e das instituições com as quais ele possui ligação. 

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