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Carro elétrico pode dar primeiro passo para virar ‘popular’ no Brasil
Nova versão do Kwid movida a eletricidade pode custar menos de R$ 100 mil; JAC também espera baixar preço do compacto E-JS1.
O brasileiro sonha com o carro elétrico. Uma pesquisa feita pela SAE Mobilidade em parceria com a KPMG apontou que 89,7% dos entrevistados querem que os veículos elétricos se tornem opção de compra real.
O problema, porém, está no custo: hoje, o modelo mais acessível sai por R$ 150 mil. Só que esse cenário pode começar a mudar em 2022.
Quem levantou a bola foi Luca de Meo, CEO do Renault Group. Durante visita ao Brasil, o executivo confirmou a estreia do Kwid elétrico por aqui no ano que vem. Perguntado se o modelo (que será trazido da China, onde se chama City K-ZE) pode ser o carro elétrico mais barato do país, Luca foi categórico. “Provavelmente”, disse.
A expectativa é que o subcompacto seja vendido por menos de R$ 100 mil. Embora ainda seja caro para um Kwid (cuja versão mais completa custa aproximadamente R$ 62 mil), o hatch seria uma opção interessante para quem deseja abandonar os motores a combustão. Importante lembrar que o Zoe, único modelo 100% elétrico vendido pela Renault no país, não sai por menos de R$ 200 mil.
De Meo ressaltou ainda que o projeto terá mudanças no visual e ganhará uma nova motorização antes de estrear por aqui. Na China, o K-ZE tem números bem modestos: são 44 cv e autonomia de apenas 104 quilômetros – muito pouco quando a maioria dos modelos já passa dos 250 km.
Em março, a empresa havia anunciado um investimento de R$ 1,1 bilhão para a renovação de cinco produtos da sua gama atual e o lançamento de dois novos veículos elétricos – Zoe e, agora sabemos, Kwid.
Compacto da JAC também pode ficar mais barato
A JAC Motors é uma das marcas que mais apostam nos carros elétricos na atualidade. Além disso, é dela também o título simbólico de ‘carro elétrico mais barato do Brasil’, já que o E-JS1 custa R$ 159.900.
Mas se depender da vontade de Sergio Habib, presidente da JAC no país, esse valor pode cair em breve.
“Faz tempo que estou pedindo para os chineses lançarem uma versão com autonomia de 200 quilômetros (hoje o E-JS1 pode rodar até 300 quilômetros). Assim, a gente pode ter uma bateria menor e vender o carro por R$ 130 mil ou até R$ 120 mil”, afirmou.
Caso essa nova versão realmente seja lançada, Habib espera que o E-JS1 venda ainda mais. Hoje, o pequenino hatch é o modelo mais comercializado por sua marca no Brasil.
“Só não conseguimos vender mais carros porque a demanda está muito alta na China. Mas eles já me falaram que, a partir de março, vão entregar todas as unidades que eu precisar”, concluiu.
*Vitor Matsubara é jornalista automotivo e editor do Primeira Marcha. Tem passagens por Quatro Rodas, de 2008 a 2018, e UOL Carros, de 2018 a 2020. |
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