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Coluna do Samy

Caso 123 Milhas: mitigar riscos tem um custo, e nem todos podem pagar

Sugerir que o consumidor busque sempre o caminho de menor risco também pode ser uma solução muito simplista.

As agências virtuais de turismo estão ganhando cada vez mais destaque como uma opção prática e acessível para viajantes que desejam planejar a viagem pela internet e, acima de tudo, economizar. Oferecendo a conveniência de pesquisar e reservar pacotes turísticos, voos e acomodações diretamente em plataformas digitais e garimpar preços com facilidade, essas agências proporcionam acesso a uma variedade de opções com apenas alguns cliques. No entanto, há riscos comumente associados às compras online que precisam ser levados em consideração.

Avião durante voo 6/1/2022 REUTERS/Bryan Woolston

Há cerca de uma década, era esperado que os consumidores apresentassem cautela com relação a compras online, especialmente as de maior valor. Com o passar dos anos, à medida em que suas aquisições foram se mostrando bem sucedidas, o ticket médio das compras pela internet foi aumentando cada vez mais, assim como a confiança do consumidor. Ainda assim, sempre que eventos relacionados a fraudes ou propaganda enganosa ocorrem, a insegurança e a cautela voltam a assolar o mercado de forma generalizada – e não prejudicam apenas as empresas causadoras do dano.

Se por um lado as comodidades e preços da internet são tentadores, por outro, as agências virtuais costumam ter menos “lastro” do que as agências físicas, as quais têm como trunfo as indicações e o atendimento personalizado, além de soluções imediatas para problemas que possam surgir antes, durante ou após a viagem. A interação direta com um agente de viagens e a possibilidade de conhecer as instalações da empresa também podem proporcionar uma maior sensação de segurança, especialmente para viajantes mais cautelosos.

O caso 123 Milhas

A agência de turismo 123 Milhas tornou-se conhecida por “democratizar” as passagens aéreas oferecendo preços abaixo do mercado. Após amplo investimento em divulgação e a sua popularização em todo o Brasil, a empresa tomou a decisão, nesta semana, de suspender temporariamente a comercialização de pacotes e a emissão de passagens da linha promocional denominada “Promo”.

A medida atraiu a atenção do Procon-SP e levantou suspeitas, inclusive, sobre o estabelecimento de uma suposta pirâmide financeira. A justificativa fornecida pela 123 Milhas foi de que desafios econômicos e de mercado a levaram a tomar tal decisão – o que pode até ser verdade, mas não sossega os consumidores prejudicados.

Quando se trata de turismo de lazer, o custo passa a ser um fator determinante para a grande maioria dos brasileiros, muitas vezes representando parte importante de seu orçamento anual. A verdade é que mitigar os riscos e buscar agências mais consolidadas tem um custo, e nem todos podem pagar.

Sugerir que o consumidor busque sempre o caminho de menor risco também pode ser uma solução muito simplista, uma vez que ao fazer isso pode-se estar sugerindo que o mesmo extrapole seu orçamento ou simplesmente deixe de viajar – o que, em ambos os casos, também o prejudica. Portanto, é preciso analisar o orçamento sempre de foram racional, buscando um equilíbrio adequado entre custo, risco e benefício.

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