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Ibovespa B3 faz 55 anos: por que gostamos tanto de índices?

Uma pessoa que tivesse investido no Ibovespa B3 em janeiro de 1968 e tivesse segurado o investimento até hoje teria o equivalente a uma valorização de 2.400%.

Imagem de divulgação: Henio Scheidt.

Você já reparou na quantidade de indicadores que usamos no nosso dia a dia, principalmente, mas não só, para acompanhar a economia e o mercado financeiro? Essa poderosa ferramenta matemática que envolve taxas, coeficientes e muitos cálculos é usada diariamente e das mais variadas formas: o Produto Interno Bruto (PIB), a taxa de desemprego, a taxa de inadimplência, a inflação medida pelo Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA) e até o Índice de Felicidade Bruta (FIB) são alguns dos indicadores que com os quais temos contato com alguma frequência. Dentro deste universo, não dá para deixar de destacar os tão famosos e acompanhados índices de ações.

Seu uso é tão notório e importante que o primeiro índice do mercado de ações foi constituído em 1896. Há 136 anos o Índice Dow Jones Average (IDJA) é calculado e divulgado diariamente, medindo a performance das 30 maiores ações do mercado norte-americano. O Brasil não fica atrás. O Ibovespa B3 é o quarto índice mais antigo do mundo e começou a ser calculado em 1968. São 55 anos de história para contar.

Mas o que faz do Ibovespa B3 o principal índice do mercado local? Além de muito tradicional e uma metodologia bastante consolidada no mercado, o índice é fácil de acompanhar e permite comparabilidade. Isso significa que, de forma rápida e objetiva, você consegue ter um resumo dos movimentos do mercado, verificar a evolução da rentabilidade e confrontar com outros investimentos. Na prática, ele mede o desempenho das ações mais negociadas na bolsa do Brasil, demonstrando a valorização ou desvalorização média das empresas no dia. Sua variação pode ser acompanhada no site da B3.

Atualmente, o índice conta com 86 ativos que juntos representam um valor de mercado de R$ 3,3 trilhões. Em dia de alta recorde, registrou aumento de 36,05%, em 4 de fevereiro de 1991, quando o governo Collor anunciou um plano para conter a hiperinflação da época. Em 21 de março de 1990, também motivado pelas incertezas macroeconômicas, ele havia registrado sua maior queda histórica, de 22,26%. Para evitar quedas tão acentuadas, em 1997 foi acionado pela primeira vez o Circuit Breaker. O objetivo é interromper a negociação por curtos períodos de tempo quando o Ibovespa B3 tem quedas bruscas motivadas por um fato inesperado que traz nervosismo para o mercado. É uma forma de acalmar os ânimos e evitar a desvalorização desenfreada dos ativos.

Quando o Ibovespa B3 surgiu, atribuiu-se a ele o número 100. Os pontos cresceram tanto nos últimos 55 anos, motivados pela valorização das companhias, as trocas de moedas e a inflação, que a B3 optou por reduzir a pontuação em 11 ocasiões. Em 10 delas, os pontos foram divididos por 10 e, uma vez, em 1983, eles foram divididos por 100.

Uma pessoa que tivesse investido no Ibovespa B3 em janeiro de 1968 e tivesse segurado o investimento até hoje teria o equivalente a uma valorização de 2.400% já descontada a inflação de todo esse período, pelo Índice Geral de Preços/Disponibilidade Interna (IGP-DI).

Mas dá para investir num índice? Muitos se fizeram essa pergunta até que, na década de 1970, os gestores de fundos de investimento resolveram essa questão criando o primeiro Fundo de Índice. O produto tem o objetivo de replicar o índice de referência, ou seja, os gestores passaram a usar os indicadores não apenas como um benchmark para verificar se estavam indo bem ou mal, como passaram a criar produtos que tinham a intenção de replicar o seu desempenho. Na prática, o fundo coloca em sua carteira os mesmos papéis, com os mesmos pesos do índice que ele segue, fazendo com que a rentabilidade daquele conjunto de ativos espelhe a rentabilidade do índice.

Na década de 90, como uma evolução destes Fundos de Índices, foram desenvolvidos os Exchange Traded Funds (ETFs). Em sua essência, são produtos iguais, mas os ETFs trazem uma diferença importante: suas cotas são negociadas em bolsa de valores. Dessa forma, os ETFs somaram a simplicidade de seguir um índice e a diversificação que já é inerente a um indicador com o adicional de liquidez que a negociação em bolsa traz. Se o investidor quiser vender sua cota, ele pode fazer isso negociando-as no pregão do dia. Estes aspectos se traduzem, em geral, em uma redução no custo da taxa de administração cobrada pelos gestores, o que é muito benéfico para o investidor final.

No Brasil, o primeiro ETF foi lançado em 2004, mas foram nos últimos 7 anos que o mercado passou a crescer significativamente. O volume investido no produto, que era de aproximadamente R$ 4 bilhões em 2016, atingiu R$ 50 bilhões em 2021, um aumento de mais de 12 vezes. Atualmente, em 2023, o valor recuou para R$ 38 bilhões, mas é inegável o potencial deste mercado.

Se o aumento do valor total investido nos ETFs foi expressivo, o aumento do número de investidores foi ainda maior, saindo de aproximadamente 20 mil, em 2016, para quase 530 mil em 2023, um aumento de mais de 26 vezes. 

Só o Ibovespa B3 tem 8 ETFs atrelados a ele, além de mais de 1.400 fundos sendo negociados no mercado local. No total, 24 ETFs são negociados refletindo os mais variados índices calculados pela B3.

Resumidamente, os índices, com o crescimento dos ETFs, deixaram de ser somente uma referência e passaram a ser uma excelente oportunidade de investimento para as pessoas físicas, sempre alinhado aos objetivos e perfil de risco de cada um. Apesar do avanço refletido nos números, ainda existe um grande espaço para crescimento. Cerca de 10% dos investidores pessoas físicas que investem em produtos de renda variável escolhem os ETFs. Isso mostra a grande oportunidade para que os benefícios da diversificação, simplicidade e custos reduzidos sejam mais propagados. Consulte sua corretora, verifique as opções e faça bons negócios!

*Henio Scheidt é gerente de Índices da B3.

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