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Primeira Marcha

Montadoras cobram previsibilidade do governo para decidir futuro da indústria

Falta de definição na indústria automotiva foi criticada por executivos em evento em SP.

Presidentes de algumas das principais fabricantes de automóveis cobraram medidas do governo para estimular o crescimento da indústria no Brasil. O encontro aconteceu durante o #ABX23, evento que reuniu os principais nomes do setor na última quarta-feira (21) em São Paulo (SP).

Entre as reivindicações, os executivos pedem por maior previsibilidade, necessidade de uma reforma tributária e a definição da nova etapa do Rota 2030.

#ABX23, evento que reuniu os principais nomes do setor automobilístico (Foto: Vitor Matsubara/Primeira Marcha)
#ABX23, evento que reuniu os principais nomes do setor automobilístico (Foto: Vitor Matsubara/Primeira Marcha)

Com estoques lotados, as marcas demonstram preocupação com a falta de previsibilidade, mesmo a curto-prazo. Enquanto a agenda de descarbonização vira fonte de discussões por todo o mundo, a competitividade vira um fator cada vez mais importante para as montadoras. É por isso que a maioria delas anseia pelos próximos passos do Rota 2030, que deve se chamar Mobilidade Verde, e que servirá como referência para eventuais anúncios de investimentos.

Concorrência acaba sendo desleal

A desigualdade de concorrência foi um dos desafios apontados por Santiago Chamorro, presidente da GM América do Sul.

“No ambiente regulatório temos condições não isonômicas que criam níveis de concorrências desiguais. No curto prazo, o Brasil tem a questão econômica envolvendo inflação, alta taxa de juros e confiança do consumidor.”

Santiago Chamorro, presidente da GM América do Sul.

Existem sinais de melhora com ambiente do mercado e discussões sobre a reforma tributária que podem fazer com que a confiança volte. E no longo prazo, o desafio é a transformação tecnológica que todos vivemos sobre a descarbonização”, declarou Chamorro.

Ao contrário de eventos anteriores, nos quais reforçou o posicionamento global da empresa nos veículos puramente elétricos, o executivo reconheceu que não existe uma solução única para o futuro da indústria.

“As tecnologias podem ser diferentes, desde veículos de combustão interna, híbridos ou elétricos. Cabe aí uma diferenciação do impacto dessas tecnologias no ambiente. Na nossa visão, o veículo elétrico é melhor que o híbrido e o movido a combustão”.

Peculiaridades do Brasil dificultam investimentos

Oswaldo Ramos, CCO da GWM, ressalta que a complexibilidade e a falta de previsibilidade do mercado brasileiro, sobretudo por conta do excesso de tributos, dificulta a liberação de investimentos internacionais. Vale lembrar que, no caso da GWM, a matriz fica na China.

“É difícil trazer investimento para o Brasil sem uma clareza da regra do jogo para daqui a dois anos. Acreditamos no futuro eclético e o híbrido é uma tecnologia de transição. Mas no Brasil, de dimensão continental, ele pode durar mais do que um ciclo, pela infraestrutura e pelo perfil de mercado”.

A edição 2024 do ABX está confirmada para o dia 24 de setembro, novamente na capital paulista.

As informações desta coluna são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews e das instituições com as quais ele possui ligação. 

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