Chegamos em março, o mês da Mulher, do Dia Internacional da
Mulher.

Para dizer a verdade, março é o mês “o” mês para a Fin4she.
Estamos com nossas agendas lotadas. Muitos eventos, encontros e comemorações
para celebrar as mulheres, o protagonismo feminino e a equidade de gênero.

Mais do que comemorar, eu trago aqui neste mês tão
expressivo e importante uma nova reflexão: mesmo estando em 2021, o quanto nós
mulheres de fato progredimos?

Eu, como uma boa sagitariana, tendo sempre ao otimismo e a acreditar
que progredimos muito. Nós mulheres tivemos avanços incríveis na última metade
do século. Porém, é impossível não questionar a fragilidade do nosso progresso
enquanto mulheres até aqui.

Neste mês de março estamos completando um ano de pandemia global,
cujos maiores impactos foram e ainda são sobre as mulheres. As mulheres fizeram
tripla jornada: casa, trabalho e filhos. E muitas acabaram deixando o seu
trabalho por conta dos cuidados domésticos com filhos e outros familiares.

O fato é que a pandemia deixou mais de metade das mulheres
fora do mercado de trabalho. Segundo a Pnad Contínua, do IBGE, 8,5 milhões de
mulheres já haviam deixado os seus empregos no terceiro trimestre de 2020. A
taxa de participação das mulheres na força de trabalho ficou em 45,8%, uma
queda de 14% em relação à 2019.

Uma outra consequência da pandemia foi a crescente
disparidade salarial entre os gêneros. Um estudo do IPR (Institute for Policy
Research) calcula que os salários das mulheres podem não se recuperar antes de
2040.

Eu já trouxe em outros artigos muitos dados sobre todo esse
atraso e impacto para as mulheres em 2020. Por isso me questiono: qual o tom da
nossa comemoração neste mês de março de 2021?

O que a pandemia nos ensinou é que o nosso progresso não está
100% blindado. Precisamos pensar e refletir como construir esse progresso em
uma base sólida, pois nossos avanços ainda são frágeis.

Nosso caminho até agora foi construído pela vontade e
talento das mulheres, que superaram dificuldades, abriram portas, lutaram e nos
deixaram um legado.

Sim, tivemos muitos motivos para nos inspirar e acreditar em
2020. Um deles é o simples fato da Fin4she nascer e eu estar aqui, por exemplo.
Eu acredito que estamos em um momento de despertar, com uma consciência e
desejo de transformar muito grande. O nosso desafio é mudar e implementar ações
práticas, que funcionem e perseverem.

Precisamos de pessoas engajadas e curiosas sobre o tema.
Precisamos apoiar novas vozes, incentivar e trazer as mulheres para o mercado
de trabalho. Temos que ser protagonistas das nossas histórias.

Precisamos ouvir as mulheres e ampliar o nosso olhar.

A minha mensagem em março de 2021 é que todas as nossas
ações sejam plantadas em terra forte, cultivada, regada e cuidada. Para que
possamos colher bons frutos por muitas e muitas gerações.

Que nenhuma outra tempestade seja capaz de tirar o que foi plantado,
semeado e conquistado por todas nós até aqui.

Parabéns mulheres! E que a gente siga juntas e cada vez mais
fortes.