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Quero vender meu imóvel e investir em FIIs para ter uma renda. É bom negócio?
Leitora é aposentada e quer saber qual o melhor investimento após ter quitado um studio com seu VGBL; envie sua pergunta por e-mail.
Pergunta do leitor: Me chamo Elizabeth, tenho quase 59 anos e já sou aposentada. No ano passado, adquiri um studio na planta por R$ 240 mil e acordei o pagamento em 6 parcelas de R$ 40 mil. Mas como o INCC estava muito alto, resolvi quitá-lo com o valor da minha previdência VGBL que não rendia nada. Hoje tenho pequenos investimentos em CDBs, Tesouro Direto, fundo de investimento, FIIs e ações. Em maio de 2022, receberei as chaves do studio. Pretendo vendê-lo e aplicar em FIIs para complementar minha renda. Meu raciocínio está correto ou devo direcionar este dinheiro para outro investimento?
Resposta de Rejane Tamoto:
O primeiro passo importante para saber se essa ideia é válida é determinar quanto precisará de renda para complementar o pagamento das despesas mensais. Isso também ajudará a definir o quanto a soma de todas as aplicações, que é a reserva para a aposentadoria, poderá durar nos próximos anos. É importante que o patrimônio seja protegido da inflação para que seja capaz de complementar a renda em toda a fase de aposentadoria.
Para que isso seja feito da forma mais inteligente, é necessário montar um fluxo de caixa e um orçamento. Para o fluxo de caixa, é preciso anotar todas as despesas mensais, por categorias. Assim poderá saber quanto precisa para as despesas fixas, com moradia, alimentação, saúde, transporte e quanto representam as despesas variáveis, ou seja, com lazer, cultura etc.
Ao descobrir qual é a sua despesa mensal atual por categorias, conseguirá visualizar quais são as de maior peso e analisar possíveis mudanças e substituições. Desta maneira, poderá projetar as despesas futuras e quanto precisará ter de renda total.
No processo de anotar todas as receitas e despesas e projetar os ganhos e gastos futuros, também terá duas escolhas. Uma delas é usufruir de uma renda dos investimentos para complementar o orçamento atual, como é a ideia proposta na pergunta.
A segunda é reduzir as despesas para que possa arcar com elas usando a renda atual, que pode ser a soma do benefício do INSS com outras que venha a ter, como a de previdência privada, aluguéis ou outras atividades, caso continue ativa após a aposentadoria.
Esse trabalho ajudará a definir o melhor investimento. Caso escolha não usufruir da renda agora, poderá pensar no crescimento de parte do seu patrimônio, e montar uma carteira diversificada, ou seja, distribuída em aplicações diferentes.
Importante lembrar que os fundos de investimentos fazem essa diversificação de forma profissional e ativa, com controle das oscilações. Carteiras de fundos de previdência, atualmente, também permitem diversificação, com a vantagem de que os recursos também passam a ficar em nome de beneficiários, como cônjuge e filhos, no caso de falecimento, reduzindo os custos da família com inventário.
A diversificação ajudará a preservar o capital, para que ele possa pagar pelas mesmas contas de hoje no futuro. Para saber qual é a carteira apropriada para essas necessidades, será necessário fazer o teste de análise de perfil de risco na instituição financeira (gestora, banco ou corretora) com a qual mantém relacionamento. Esse teste define o quanto de oscilação ou risco tolera de acordo com a sua realidade atual, idade e prazo de investimento.
A diversificação também é recomendada caso planeje usufruir de parte ou de toda renda dos investimentos. Nesse caso, é possível considerar uma distribuição em investimentos que efetuam pagamentos periódicos. É o caso de ações com foco em dividendos, fundos imobiliários, títulos públicos de renda fixa com pagamento de renda semestral.
Os investimentos mencionados acima também podem oscilar e é preciso reduzir o risco de precisar resgatar essa renda em um momento ruim de mercado. Também será necessário que essa distribuição obedeça ao seu perfil, com base no resultado do teste de risco.
Independentemente da forma como investirá os seus recursos para complementar a renda, é importante manter o valor equivalente a seis meses em aplicação de renda fixa para uma reserva de segurança. Essa quantia poderá ajudar a arcar com imprevistos, que sempre podem acontecer.
*Planejadora Fiduciária na Fiduc
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