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Especial COP 28: conseguiremos salvar o planeta?

Essa pode ser uma das últimas chances que teremos para que, diplomaticamente e em bloco de países, consigamos reverter a situação do aumento da temperatura de nosso planeta.

Entre os dias 30 de novembro e 12 de dezembro será sediado em Dubai nos Emirados Árabes Unidos o evento mundial mais esperado do ano, a COP 28, Conferência Climática das Nações Unidas (ONU) que dessa vez vem acompanhada de um clima mais sombrio porque a corda está perto de nosso pescoço global.

Dubai (Imagem de Onno Kalverda por Pixabay)
Dubai (Imagem de Onno Kalverda por Pixabay)

Essa pode ser uma das últimas chances que teremos para que, diplomaticamente e em bloco de países, consigamos reverter a situação do aumento da temperatura de nosso planeta e evitar que isso aqui vire um inferno.

Se você passou ileso ao calor, à seca nas regiões amazônicas, às enchentes no Sul do país ou ao apagão em São Paulo por conta de um ciclone tropical, saiba que os desastres naturais irão também te afetar em breve.

O Relatório “Unidos pela Ciência” publicado no mês de setembro pela ONU indicou que entre 1970 e 2021 ocorreram cerca de 12 mil desastres meteorológicos climáticos e hídricos no planeta. Isso trouxe mais de dois milhões de mortes e gerou uma perda de aproximadamente US$ 4,3 trilhões ou R$ 20,8 trilhões em nossa moeda. Isso pode se acelerar nos próximos anos.

Por isso, a importância dessa COP28, as decisões e acordos que saírem dessa Conferência podem ser um divisor de águas para o nosso futuro. Geopoliticamente não há precedente em nossa história que demonstre que tenhamos andado em um único bloco de países por conta de um objetivo comum de salvar o planeta para sobrevivermos. Temos que fazer isso agora e essa Conferência terá que ter a força necessária para tecer esse acordo.

Estamos diante de um colapso climático eminente e vai piorar, a ONU publicou na semana passada o Relatório que precede a Conferência climática e que analisa os Planos Nacionais de Ações Climáticas das 198 partes, incluindo a União Europeia, e alertou que o progresso dos últimos anos é insuficiente para conseguirmos cumprir o Acordo de Paris e evitar o aumento da temperatura global acima de 1,5 grau celsius.

Por isso, essa deverá se tornar a COP da ação, tal qual dito pelo Secretário Geral da ONU, Antonio Guterres, na apresentação dos resultados da análise dos Planos Nacionais de Ações Climáticas: “Muito mais ações serão necessárias para evitarmos piores impactos climáticos”.

Acrescentando que a COP28 deve se tornar um ponto de virada claro, que os governos devem não só acordar quais as fortes ações climáticas serão tomadas, mas também começar a mostrar exatamente como executá-las.

O presidente da COP 28, Sultan Al Jaber, também engrossa o coro e vem de forma consistente conversando com inúmeros Delegados e autoridades dos países que estarão presentes na Conferência para que eles tragam para o evento metas climáticas mais ambiciosas e agressivas, o que é bastante controverso em se tratando do líder de uma das maiores produtoras de petróleo e gás do mundo, a ADNOC – Abu Dhabi National Oil Co.

No entanto, 3 ações concretas que estão na mesa nessa COP28 faz com que essa controvérsia possa trazer um retorno positivo e nos mostrar que a escolha do país sede na região de maior concentração de produtores de combustíveis fósseis do mundo, o Golfo Pérsico, foi algo pensado de forma cirúrgica e diplomaticamente inteligente.

A primeira ação concreta que essa COP28 deve acordar é quanto a necessidade de preencher enormes deficiências no financiamento climático. Veja que recentemente o próprio Sultan Al Jaber, presidente da COP28, anunciou mais de US$ 25 bilhões em investimento para o fundo climático de perdas e danos.

A segunda ação concreta à mesa é a repressão às emissões de metano. O que de novo trouxe Al Jaber à mesa, que apesar de ser líder de uma das maiores empresas produtores de petróleo e gás natural do mundo, está fazendo seu papel de catalizador em prol das ações climáticas e pressionando as gigantes do petróleo em se comprometerem a reduzir as suas emissões de metano.

Plataformas de petróleo em Vaca Muerta, Argentina. 21 de janeiro de 2019. REUTERS/Agustin Marcarian/File Photo

Por fim, a terceira ação que está na mesa depende diretamente das escolhas e soluções que os países do Golf Pérsico trarão, pois, a batalha ideológica sobre como e com que rapidez acabar com os combustíveis fósseis e substituí-los por renováveis é o ponto que fará com que a virada de salvação do futuro seja possível e depende muito das decisões desses países.

Vamos ver o que teremos nessa COP28, mas as peças pretas e brancas do tabuleiro de xadrez dessa vez vão ter que se unir para conseguirmos criar ações concretas de combate aos desafios climáticos urgentes.

As informações, análises e opiniões contidas neste artigo são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews e das instituições com as quais ele tem ligação.

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