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Ataque à rede bitcoin e ethereum são inviáveis, aponta estudo

Os custos e dificuldades técnicas envolvidas tornam esses ataques possíveis apenas na teoria, mas não na prática. 

Um estudo recentemente publicado pela empresa CoinMetrics, renomada em análise de dados de criptomoedas, lançou luz sobre a segurança das duas maiores e principais redes do mercado: bitcoin (BTC) e ethereum (ETH). A conclusão foi que realizar ataques direcionados a essas redes é, atualmente, “economicamente inviável”.

Para isso, o estudo se pautou em uma análise detalhada sobre os sistemas de consenso que sustentam o bitcoin e o ethereum – Proof-of-Work (PoW) e o Proof-of-Stake (PoS) –, além dos custos e mecanismos envolvidos.

Diferença entre PoW e PoS

Desde o seu surgimento, o bitcoin continua a operar sob o mecanismo de consenso Proof-of-Work (PoW ou prova de trabalho), enquanto o ethereum fez a transição para o Proof-of-Stake (PoS ou prova de participação) há pouco mais de um ano. A principal diferença entre os dois está na maneira como novos blocos são adicionados ao blockchain e como a segurança é mantida:

  • Proof-of-Work (PoW): Neste modelo, os mineradores resolvem problemas computacionais complexos para validar e adicionar novos blocos à rede. Esse processo requer uma quantidade significativa de poder computacional (máquinas superpotentes) e energia elétrica.
  • Proof-of-Stake (PoS): Aqui, os validadores são selecionados aleatoriamente para criar novos blocos com base na quantidade de criptomoeda que possuem e estão dispostos a “apostar” no staking como garantia. Esse modelo é considerado mais eficiente em termos de consumo energético e não requer gastos com máquinas como no PoW.

PoW x PoS

Proof-of-Work (PoW)Proof-of-Stake (PoS)
Consumo de EnergiaAltoBaixo
Modelo descentralizadoSimSim
SegurançaAltaAlta
Equipamento EspecializadoASICs (Application-Specific Integrated Circuits)Não necessário
Exemplo de representantesBitcoinEthereum
Fonte: formulado pela autora

Ataque 51% e ataque 34%

Assim, um dos pontos críticos abordados pelo estudo é o famoso ataque de 51% do bitcoin. Esse ataque ocorre quando um minerador ou um grupo de mineradores consegue controlar mais de 50% do poder de mineração da rede, podendo manipular ou impedir as transações. 

Os ataques de 51% e 34% são tentativas de uma entidade obter controle majoritário sobre a taxa de hash de mineração de um blockchain. A diferença é que o primeiro se refere às redes que usam PoW e o segundo, as que utilizam o mecanismo PoS. 

No caso do bitcoin, o estudo revelou que um ataque desse tipo exigiria um investimento inicial colossal de US$ 20 bilhões, destinados à produção massiva de 40 milhões de unidades de microprocessadores ASICs. Além disso, também haveria um gasto gigantesco com eletricidade para manter as máquinas funcionando, especificamente, US$ 7,8 bilhões por hora.

Quantidade de máquinas ASICs necessárias para atacar a rede bitcoin ao longo dos anos:

Fonte: relatório CoinMetrics

Para atacar a rede ethereum, por outro lado, um atacante precisaria comprar ether (ETH) ao invés das máquinas ASICs para efetuar um ataque 34%. Segundo o estudo, isso custaria cerca de US$ 34,39 bilhões para acontecer em 31 de dezembro de 2023, quando o ETH estava cotado a US$ 2.279. Em somatória, dada a natureza do Proof-of-Stake e a necessidade de adquirir uma quantidade substancial de ethereum, o processo demoraria até o dia 14 de junho de 2024 para obter sucesso – ou seja, seis meses.

Resiliência comprovada

A análise detalhada dos custos e logísticas envolvidos em potenciais ataques à rede bitcoin e ethereum leva a uma conclusão clara: economicamente, um hack dessa magnitude é possível apenas no imaginário. Os riscos e custos associados a tais empreendimentos superam em muito os benefícios potenciais. 

Embora a motivação para ataques a essas redes possa variar, seja por interesses financeiros ou ideológicos de uma coligação de países contra a tecnologia, a realidade é que a segurança dessas infraestruturas atingiu um nível em que os recursos necessários para comprometê-las são simplesmente inviáveis.

Apesar dos desafios persistentes ao mundo das criptomoedas, os fundamentos sólidos dos dois principais ativos do mercado levantam um questionamento: será que essa não seria uma forma mais segura para guardar dinheiro ao invés dos bancos ou cofres?

*As informações, análises e opiniões contidas neste artigo são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews.

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