Economia
5 fatos para hoje: agronegócio quer acordo com Biden; lucro da B3 cresce 34%
Em encontro, representantes do agronegócio refletiram sobre a fala do presidente Jair Bolsonaro na terça-feira em ataque a Biden.
1 – Ao contrário de Bolsonaro, agronegócio quer construir pontes com Joe Biden
O presidente Jair Bolsonaro pode até não ter reconhecido o democrata Joe Biden como o governante eleito dos Estados Unidos e ainda chamar o futuro mandatário de “candidato a chefe de Estado”, mas os representantes do agronegócio não pensam assim. Eles avaliam que o País precisa reverter a imagem negativa de desmatamentos em alta e baixa proteção ambiental.
“Estamos no limiar de uma mudança de comando na maior economia do mundo, os Estados Unidos, com a eleição de Biden. O Brasil é eficiente e competitivo e não tem o que temer na nova gestão, mas um país não é amigo de pessoas, tem negócios com outros países”, afirma o ex-presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB) e atual da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), Cesario Ramalho.
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Ele lembra que o agro é responsável por quase um quarto do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e que os produtos nacionais são competitivos, também quando comparados aos dos EUA. “Biden deve colocar os Estados Unidos novamente no Acordo de Paris (de combate às mudanças climáticas), o que é importante para termos um debate equilibrado.”
Os comentários foram feitos no Encontro Nacional do Comércio Exterior (Enaex), que começou nesta quinta (12), e termina nesta sexta (13). No evento, da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), os líderes deixaram refletir o mal-estar causado pela fala de Bolsonaro na terça-feira, em que o presidente provocou Biden, após receber críticas sobre queimadas na Amazônia.
2 – B3: lucro líquido recorrente no trimestre vai a R$ 1,14 bi, alta de 34,4%
Com um forte volume de negociação dos ativos, a B3 (B3SA3) viu seu lucro líquido recorrente subir 34,4% no terceiro trimestre do ano, para R$ 1,14 bilhão. Em relação ao visto no trimestre imediatamente anterior, o aumento foi de 13%.
“Desde o começo do ano, a base de investidores de varejo cresceu 84% e atingiu 3,1 milhões de contas em setembro, crescimento expressivo que contribuiu com a manutenção dos elevados volumes negociados nas nossas plataformas, continuando com a tendência observada no primeiro semestre de 2020″, segundo a mensagem da administração, no documento que acompanha o demonstrativo financeiro da bolsa.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) recorrente chegou em R$ 1,666 bilhão, aumento de 50,1% na relação anual e de 17,4% na trimestral.
A receita líquida foi a R$ 2,535 bilhões, expansão de 49,6% ante o observado no mesmo trimestre de 2019 e de 19,9% em comparação com o visto no segundo trimestre do ano.
“A manutenção dos altos volumes negociados em nossas plataformas contribuiu com um sólido desempenho financeiro e geração de caixa robusta durante o terceiro trimestre”, ainda de acordo com a mensagem da administração.
3 – Ser Educacional reverte lucro e tem prejuízo ajustado de R$ 1,3 milhão no 3º tri
A Ser Educacional registrou prejuízo líquido ajustado de R$ 1,301 milhão no terceiro trimestre deste ano, revertendo o ganho de R$ 36,185 milhões obtidos em igual período do ano passado.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado somou R$ 54,816 milhões no mesmo trimestre, queda de 19,8% sobre o intervalo entre julho e setembro de 2019. A margem Ebtida ajustada passou de 23,6% para 20,3% no terceiro trimestre de 2020.
Entre o terceiro trimestre de 2019 e o terceiro trimestre de 2020, a receita líquida caiu 6,7%, para R$ 269,454 milhões, impactada pelos efeitos da covid-19 que geraram aumento das taxas de evasão durante o ano e prolongaram o processo de captação e rematrículas para o mês de outubro, “o que significa que parte do reconhecimento de mensalidades desse trimestre ocorrerá no quarto trimestre“, informou a Ser.
4 – Natura &Co. tem lucro de R$ 377,7 milhões no trimestre, praticamente estável
A Natura &Co (NTCO3) registrou lucro líquido de R$ 377,7 milhões no terceiro trimestre de 2020, o número é praticamente estável em relação ao apresentado um ano antes, R$ 376,8 milhões.
O Ebitda do grupo ficou em R$ 1,457 bilhão, alta de 32,8%. E a Receita líquida atingiu R$ 10,4 bilhões, uma alta de 31,7%.
O grupo também informou em fato relevante que voltou a projetar as sinergias com a Avon entre US$ 300 milhões e US$ 400 milhões, entre 2020 e 2024. “O valor estimado não compreende os custos para a implementação das iniciativas atreladas a essas sinergias, os quais são estimados por Natura &Co em aproximadamente US$ 190 milhões ao longo do mesmo período de 2020 a 2024”, diz o comunicado da empresa.
5 – Cyrela tem lucro líquido de R$ 1,403 bilhão no trimestre, alta de 13,5
A incorporadora paulistana Cyrela Brazil Realty (CYRE3), da família Horn, teve lucro líquido de R$ 1,403 bilhão no terceiro trimestre de 2020, montante 13,5 vezes maior do que o lucro de R$ 104 milhões no mesmo período de 2019.
O resultado foi recorde na história da companhia e acabou impulsionado, principalmente, pelos ganhos de R$ 1,153 bilhão oriundos das ofertas iniciais de ações (IPOs) das incorporadoras Lavvi, Cury e Plano & Plano.
Já o lucro líquido ajustado, que exclui o ganho com os IPOs, foi de R$ 250 milhões, o que representa um aumento de 140% na mesma base de comparação anual.
Mesmo sem os ganhos com as operações na Bolsa, a Cyrela se beneficiou do aumento dos lançamentos e das vendas nos últimos trimestres, com avanço expressivo na receita e diluição de custos, levando a margens mais altas.
*Com Estadão Conteúdo