Economia

5 fatos para hoje: crise energética em Itaipu; incerteza fiscal

Produção na hidrelétrica despencou devido a uma seca histórica do rio Paraná.

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1- Itaipu enfrenta crise energética com seca no rio Paraná

Técnicos da usina hidrelétrica de Itaipu estão se esforçando para cumprir a demanda de energia, cuja produção despencou devido a uma seca histórica do rio Paraná que pode durar até o próximo ano.

A barragem da usina, que fornece cerca de 10% da energia consumida no Brasil e 86% da usada no Paraguai, registrou sua menor produção desde que a hidrelétrica começou a operar a plena capacidade em 2005.

Rio abaixo, a usina argentino-paraguaia Yacyretá produziu metade do nível normal de energia em setembro, em outro exemplo de como as secas severas estão complicando a mudança dos combustíveis fósseis ao secar rios e reservatórios.

“Temos energia disponível, o que não temos é água para sustentar essa energia por muito tempo”, disse o superintendente de Operações de Itaipu, Hugo Zarate, à Reuters, acrescentando que a usina estava “atendendo à demanda, mas por curtos períodos de tempo”.

Zarate estimou que a produção de Itaipu ficará entre 65 mil e 67 mil gigawatts hora (GWh) neste ano.

“Isso é cerca de 35% do valor máximo de 2016 e 15% menos que em 2020”, afirmou ele em seu escritório na usina, localizada entre as cidades de Hernandarias, no Paraguai, e Foz do Iguaçu, no Brasil.

2- IFI vê cenário fiscal incerto e que depende de medidas que estão sendo anunciadas

Apesar de o governo celebrar a melhora recente das estatísticas fiscais, a dívida bruta em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) deve voltar a subir em breve devido ao aumento do pagamento de juros e terminar o ano em 83,3%, ante 82,7% em agosto, projeta a Instituição Fiscal Independente do Senado (IFI).

Mas o quadro de endividamento do país pode piorar ainda mais, alerta o diretor-executivo da IFI, Felipe Salto, com as medidas discutidas pelo governo em torno da ampliação do Bolsa Família, rebatizado de Auxílio Emergencial, com parcela fora do teto de gastos, e do pagamento dos precatórios em 2022.

“É bom dizer que o cenário pessimista é o segundo mais provável. Se as medidas de flexibilização do teto, de mudança do regramento dos precatórios avançarem, a tendência é a dívida bruta ficar entre o cenário base e o pessimista. A fotografia fiscal de hoje mostra um futuro incerto, depende das medidas que forem anunciadas neste fim de ano, as medidas hoje que estão sendo anunciadas”, disse ele. “O debate do teto está em aberto. Já alertamos desde setembro de 2020 sobre o risco evidente de desmonte do teto“, reforçou Salto, em outro momento.

No cenário básico, a dívida/PIB sobe lentamente nos próximos anos e atinge 87,3% em 2030. Já no pessimista, o endividamento escala, ultrapassa 100% em 2026 e chega em 2030 em 122,3% do PIB.

3- Solução para pagamento de benefício de R$400 virá em PEC dos Precatórios, diz Guedes

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou na noite desta quarta-feira que caberá ao relator da PEC dos Precatórios, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), viabilizar uma fórmula que garanta o pagamento de um benefício social de R$ 400 em 2022 respeitando o arcabouço fiscal do país.

Em evento da revista Exame, Guedes reiterou que a ideia original do Ministério da Economia era abrir espaço para o aumento do benefício do Bolsa Família para R$ 300 com a reforma do Imposto de Renda. No entanto, diante da dificuldade de aprovação da reforma no Senado e da demanda do presidente Jair Bolsonaro de que o valor do benefício fique em no mínimo R$ 400 por família durante 2022, terá que ser adotada uma alternativa transitória.

“O relator Hugo Motta, que está fazendo um excelente trabalho até agora, ele tem agora um problema de como viabilizar isso dentro do arcabouço fiscal, como é que atende a esse pedido de 400 reais”, disse Guedes.

“Isso é uma coisa que está a cargo da política, a política está decidindo até onde estica, nós compreendemos”, acrescentou.

4- Falta de chips chega ao setor de cartões de crédito no Brasil

A escassez global de semicondutores, que já paralisou a indústria automobilística, aterrissou na indústria de cartões do Brasil, que movimenta cerca de R$ 2 trilhões ao ano e abrange bancos, fintechs e varejistas. A falta do insumo praticamente zerou o estoque de chips das emissoras de cartões, que costumava ser suficiente para abastecer a demanda para a emissão de novos plásticos por três meses.

Agora, clientes dessas instituições chegam a esperar até um mês pela chegada de um cartão, gerando, por vezes, problemas em pagamentos que já estão cadastrados no plástico antigo ou retardando consumo.

Para a indústria, não está claro ainda qual deve ser o impacto financeiro. O que se sabe é que o problema deve persistir por alguns anos, e algumas instituições têm utilizado estratégias de escalonamento de entregas e seleção de clientes para contornar o problema.

No entanto, essa não é uma regra nessa indústria que atravessa um momento de grande competição, com a entrada de fintechs e varejistas, que, por sua vez, têm se esforçado para ampliar sua base de clientes, tendo o cartão como porta de entrada.

A Porto Seguro (PSSA3) informa que, “devido à falta de matéria-prima no mercado, a emissão de cartões está sujeita a atrasos”. Em nota, a companhia diz estar trabalhando com seus fornecedores para que a situação “seja normalizada o quanto antes”.

Também procurado, o Bradesco (BBDC3) esclareceu que, “em setembro, devido à falta de chips no mercado, o banco registrou alguns atrasos na entrega de cartões aos seus clientes. Porém, a situação hoje está totalmente normalizada, e todos os cartões – de débito e crédito – estão sendo entregues dentro dos prazos previstos”.

O Itaú Unibanco (ITUB4) afirma que falta de chips não foi sentida pela instituição e que sua emissão de cartões transcorre normalmente. Santander (BCSA34) e Banco do Brasil (BBAS3) não comentaram, e a Caixa não respondeu até a conclusão desta edição.

5- Senado aprova PEC da proteção de dados pessoais

O Senado aprovou nesta quarta-feira Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que inclui a proteção de dados pessoais entre os direitos e garantias fundamentais do cidadão na Carta Magna.

O texto da PEC prevê ainda que a União terá competência privativa para legislar sobre o tema. Dessa forma, é competência da União organizar e fiscalizar a proteção e o tratamento de dados pessoais, inclusive em meios digitais.

Aprovada em dois turnos pelos senadores, a PEC segue à promulgação.

(*Com informações de Reuters e Estadão Conteúdo)

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