Economia
5 fatos para hoje: inflação na China e vacina da Janssen
Brasil deve receber nos próximos dias 3 milhões de doses perto do fim da validade.
1- Senado aprova pacote de US$ 250 bi que visa competir com China em inovação
O Senado dos Estados Unidos aprovou na terça-feira (8) um projeto de lei bipartidário de US$ 250 bilhões que tem como objetivo impulsionar os gastos do governo em pesquisa e desenvolvimento de tecnologia em meio à crescente competição com a China e de outras nações. A proposta foi aprovada com 68 votos favoráveis 32 contrários. O avanço veio depois da votação ter sido adiado pouco antes do recesso do Memorial Day do Senado.
A legislação ainda precisa de aprovação na Câmara dos Representantes, que tem ponderado abordagens um tanto diferentes. O tamanho da contagem final dos votos no Senado sugere que o pacote pode ter ampla votação favorável. O projeto visa reformar o apoio do governo dos EUA à ciência, expandindo o papel na pesquisa tecnológica. Ele autorizaria cerca de US$ 190 bilhões em gastos para fortalecer as tecnologias avançadas buscando competir globalmente, embora nem todo esse dinheiro represente novos gastos.
O projeto também se tornou um meio para uma série de outras iniciativas relacionadas à tecnologia. Autorizaria cerca de US$ 52 bilhões para incentivar uma maior produção de semicondutores nos EUA.
O governo do presidente Joe Biden disse recentemente que apoiava o projeto do Senado e continuaria a trabalhar com o Congresso para melhorá-lo e garantir que as metas de financiamento fossem cumpridas. “Esta legislação bipartidária é um passo importante para garantir que os EUA permaneçam globalmente competitivos no século 21”, afirmou um comunicado da administração.
2- Inflação ao produtor na China tem maior alta em 12 anos em meio e destaca pressões globais
Os preços ao produtores na China aumentaram em maio no ritmo anual mais forte em mais de 12 anos devido à alta dos preços de commodities, destacando pressões inflacionárias globais no momento em que as autoridades estão tentando revitalizar o crescimento após o impacto da covid-19.
Investidores estão cada vez mais preocupados que as medidas de estímulo possam superaquecer a inflação global e forçar bancos centrais a apertar a política monetária, potencialmente limitando a recuperação.
O índice de preços ao produtor da China subiu 9,0% em maio sobre o ano anterior, informou nesta quarta-feira a Agência Nacional de Estatísticas, uma vez que os preços se recuperaram das mínimas do ano passado.
A alta do índice, a mais forte para qualquer mês nessa base de comparação desde setembro de 2008, deveu-se a aumentos significativos nos preços do petróleo, minério de ferro e metais não ferrosos, disse a agência.
Pouco depois da divulgação dos dados de inflação, a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma disse que a China vai monitorar de perto os movimentos de preços das commodities e elevar as previsões para manter a ordem do mercado.
O salto dos preços ao produtor ainda não afetou de forma substancial a inflação ao consumidor, o que significa que o Banco do Povo da China não deve se preocupar por enquanto.
Os preços ao consumidor subiram 1,3% em maio sobre o ano anterior, maior alta em oito meses, mas ficaram abaixo das expectativas de avanço de 1,6%. A inflação ao consumidor permaneceu bem abaixo da meta oficial de em torno de 3%.
3- Brasil deve receber 3 milhões de doses da vacina da Janssen perto do fim da validade, diz Queiroga
O Brasil deve receber nos próximos dias dos Estados Unidos um primeiro lote de 3 milhões de doses de vacina contra Covid-19 da Janssen, da multinacional Johnson & Johnson, com data de validade de 27 de junho, disse o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em depoimento à CPI da Covid do Senado nesta quinta-feira.
Queiroga foi questionado pelo vice-presidente da comissão, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), sobre o fato de o país poder receber o imunizante próximo ao prazo de validade.
“Em relação à Janssen, é procedente, um prazo mais curto, isso foi pactuado com o PNI, com o Conass e com o Conasems e entendemos que temos de fazer uma estratégia para aplicar essas 3 milhões de doses num prazo muito rápido para não vencer vacinas”, respondeu o ministro.
Segundo Queiroga, o lote da vacina da Janssen precisa de autorização do FDA, espécie de Anvisa norte-americana, para ser enviado ao Brasil. Ele admitiu a possibilidade de perda desses imunizantes se houver demora no posicionamento do FDA.
“Naturalmente que se tardar o posicionamento do FDA, essas 3 milhões de doses podem não ser mais úteis pra nós, não é? Por conta da exiguidade de prazo”, reconheceu.
Queiroga disse que esse lote de vacinas da Janssen é uma antecipação porque estavam inicialmente previstas para chegar apenas no último trimestre do ano.
O país fechou um acordo no qual vai receber 38 milhões de doses desse imunizante, o único em uso no Brasil que poderia ser aplicado em dose única.
4- Guedes diz que Mercosul causou danos ao Brasil nas últimas décadas
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou na terça-feira (8) que a participação no Mercosul tem sido prejudicial ao Brasil. Segundo ele, a associação ao bloco travou a ampliação de mercados pelo país.
“Estarmos unidos [no Mercosul] causou danos ao Brasil nos últimos 30 anos. O Brasil está comercializando menos com nossos parceiros do Mercosul hoje do que há 20 anos. Foi uma armadilha. Impediu o Brasil de se engajar numa integração industrial mais produtiva nas cadeias globais”, afirmou durante conferência virtual do Bradesco BBI em Londres.
Guedes destacou que o Brasil pretende reduzir “unilateralmente” as tarifas de importação. “E também falando com nossos amigos do Mercosul, porque nós queremos ter uma flexibilização e modernização no Mercosul”, disse.
O ministro voltou a defender a entrada do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e afirmou que o governo está adotando todas as medidas para se adequar às regras exigidas para o bloco.
Criada em 1961 e com sede em Paris, a OCDE é uma organização internacional formada por 36 países, incluindo algumas das principais economias desenvolvidas do mundo, como Estados Unidos, Japão e países da União Europeia. É vista como um “clube dos ricos”, mas também tem entre seus membros economias emergentes latino-americanas, como México, Chile e Colômbia.
5- Para Meirelles, situação da reforma tributária está menos definida
O ex-ministro da Fazenda e atual secretário de Fazenda de São Paulo, Henrique Meirelles, afirmou que a situação da reforma tributária está “menos bem definida” após as mudanças na presidência do Congresso, em webinar da Câmara britânica de Comércio e Indústria no Brasil. Ele lembrou que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) dissolveu a comissão especial do tema. O ex-ministro afirmou, no entanto, que o projeto continua andando, embora sem muita definição de como será dividido entre as casas parlamentares.
Meirelles destacou que a reforma é imprescindível para o Brasil crescer mais e melhor, assim como o substitutivo proposto pelos Estados e que estava caminhando junto com as Propostas de Emenda à Constituição 45 e 110, que propõem a adoção de um Imposto de Valor Agregado (IVA) nacional.
Também ressaltou que, além da reforma tributária, a reforma administrativa também é importante no âmbito federal, assim como uma agenda de modernização e de produtividade.
Ele citou as iniciativas do Banco Central, como o PIX e o open banking, e do Ministério da Infraestrutura, assim como medidas em São Paulo, dentre elas a concessão da estrada Piracicaba-Panorama, o maior contrato do País, e o plano de uma linha ferroviária para ligar São Paulo e Campinas.
(*Com informações de Reuters, Estadão Conteúdo e Agência Brasil)
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