FRANKFURT (Reuters) – O Banco Central Europeu não pode se comprometer com um número pré-definido de cortes nas taxas de juros mesmo depois de começar a reduzir os custos dos empréstimos já que isso dependerá dos dados, disse a presidente do BCE, Christine Lagarde, nesta quarta-feira.
Muitas autoridades do BCE expressaram seu apoio a uma primeira redução nos custos de empréstimos de seus níveis atuais recordes, provavelmente em junho, com o debate agora focado em quantos cortes adicionais se seguiriam.
Mas Lagarde pareceu tentar atenuar essa especulação nesta quarta-feira, mesmo reconhecendo que os dados sobre salários e inflação têm sido encorajadores.
“Nossas decisões terão de continuar dependendo dos dados e de reunião a reunião, respondendo às novas informações à medida que elas chegam”, disse Lagarde. “Isso implica que, mesmo após o primeiro corte na taxa de juros, não podemos nos comprometer previamente com uma determinada trajetória”, disse ela em uma conferência em Frankfurt.
A inflação na zona do euro caiu de dois dígitos em 2022 para 2,6% no mês passado.
Lagarde definiu as condições necessárias para que o BCE comece a reduzir os juros: desaceleração do crescimento dos salários, queda contínua da inflação e novas projeções internas confirmando que o crescimento dos preços está voltando à sua meta de 2%.
“Se esses dados revelarem um grau suficiente de alinhamento entre a trajetória da inflação subjacente e nossas projeções, e supondo que a transmissão permaneça forte, poderemos passar para a fase de desfazer nosso ciclo de política monetária e tornar a política monetária menos restritiva”, disse Lagarde.
(Reportagem de Francesco Canepa e Balazs Koranyi)
Veja também
- BRF compra fábrica e passa a ser a primeira empresa de proteínas a produzir na China
- Argentina anuncia licitação para privatizar hidrovia Paraguai-Paraná
- Petrobras confirma plano de investir mais de R$ 635 bilhões entre 2025 e 2029
- Enel prepara plano de investimentos para buscar renovação de suas concessões no Brasil
- Wall Street afunda com cautela de Powell e escolhas do gabinete de Trump