Economia

Bolsa e dólar fecham em queda, à espera de Fed e Copom

Mercado aguarda decisões sobre juros nos EUA e no Brasil.

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O Ibovespa, principal índica da bolsa brasileira, fechou em queda nesta terça-feira (16), com agentes financeiros aguardando decisões de política monetária nesta semana, particularmente os anúncios sobre as taxas de juros nos Estados Unidos e Brasil. Já o dólar caiu em relação ao real.

O Ibovespa caiu 0,72%, aos 114.019 pontos. O dólar caiu 0,36%, cotado a R$ 5,619.

A queda do dólar após a valorização anterior ocorre na esteira do recuo dos juros dos Treasuries (títulos do tesouro norte-americano).

O mercado também reage aos últimos dados da inflação, que vieram acima do esperado. Dados fortes de inflação alimentam expectativas de alta de juros para segurar os preços. Com taxas mais altas, o país tende a se tornar mais atrativo para investidores, o que puxaria uma tendência de valorização do real e da bolsa.

Um dos dados divulgados hoje foi a alta de 2,99% do IGP-10 de março, acima da mediana do mercado (2,84%) e também da variação de 2,97% em fevereiro. O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) da segunda quadrissemana de março também teve alta de 0,88% ante taxa de 0,67% na primeira quadrissemana do mês.

Começou nesta manhã a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. As discussões vão a quarta-feira (17), quando será anunciado o novo patamar da Selic (a taxa básica de juros), atualmente em 2% ao ano. A expectativa do mercado é de um aumento a 2,5% nesta reunião.

Outro destaque do noticiário no dia é a a nomeação do médico Marcelo Queiroga como quarto ministro da Saúde durante a pandemia, no lugar de Eduardo Pazuello. Poucos secretários apostam que o novo ministro terá independência, mas esperam que ao menos ele apoie as medidas de restrição.

No cenário externo, há ainda expectativa para a reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), que também será concluída na quarta-feira.

A equipe da Levante também chamou a atenção o revés no noticiário ligado a vacinas contra a covid-10, com vários países na Europa suspendendo o uso do imunizante do laboratório AstraZeneca, que no Brasil é produzido pela Fiocruz.

“Isso quer dizer um atraso na imunização das populações, com reflexos negativos na retomada da atividade econômica”, afirmou em nota a clientes.

Na véspera, Alemanha, Itália e França comunicaram que suspenderão o uso das vacinas contra coronavírus da AstraZeneca. Um painel de especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) deve emitir um comunicado sobre a vacina nesta terça.

Destaques da bolsa

GOL PN (GOLL4) perdeu 6,36% e AZUL PN (AZUL4) recuou 6,19%, após figurarem entre as maiores altas do Ibovespa na segunda-feira. No setor de viagens, CVC BRASIL ON (CVCB3) caiu 7,46%, com o noticiário sobre a suspensão da vacina da AstraZeneca por vários países europeus no radar.

ITAÚ UNIBANCO PN (ITUB4) caiu 2,04% e BRADESCO PN (BBDC4) recuou 1,66%, entre as maiores pressões negativas, com apenas BANCO DO BRASIL ON (BBSA3) fechando no azul entre os bancos no Ibovespa, com elevação de 0,27%

PETROBRAS PN (PETR4) cedeu 1,56%, em sessão de queda do preço do petróleo no exterior. Além disso, a terça-feira previa reunião do Comitê de Pessoas da companhia para analisar a indicação do general Joaquim Silva e Luna para integrar a petrolífera.

VALE ON (VALE3) fechou em baixa de 0,32%, destoando do setor de mineração e siderurgia, que mostrou USIMINAS PNA (USIM5) disparando 8,55%, CSN ON (CSNA3) avançando 3,13% e GERDAU PN (GGBR4) valorizando-se 1,02%. Analistas do BTG Pactual reiteraram recomendação de “compra” para Usiminas e Gerdau, elevando os respectivos preços-alvo a R$ 22 e R$ 37, de R$ 17 e R$ 30. O BTG também reiterou “compra” para Vale e elevou o preço-alvo do ADR da mineradora.

KLABIN (KLBN4 e KLBN3) avançou mais de 4% e SUZANO ON (SUZB3) subiu 3,29%. O BTG também reiterou recomendação de compra para os papéis, com o preço-alvo de Klabin passando de R$ 29 para R$ 38 e o de Suzano de R$ 81 para R$ 101. Os analistas do BTG afirmaram que continuam a acreditar que o mundo atravessa em um “superciclo de commodities” que ainda está em seu começo.

Bolsas globais

O mercado acionário norte-americano ficou sem direção clara durante grande parte do dia depois que os índices S&P 500 e Dow Jones fecharam em máximas recordes na sessão anterior, com o otimismo em torno de um pacote de estímulo fiscal de US$ 1,9 trilhão e as medidas de vacinação em andamento reforçando visões de que a economia está a caminho da recuperação.

  • O índice Dow Jones recuou 0,39%, encerrando aos 32.825,95 pontos
  • S&P 500 perdeu 0,16% para 3.962,71 pontos
  • O Nasdaq subiu 0,09%, para 13.471,57 pontos

As ações europeias subiram, com uma previsão otimista da montadora alemã Volkswagen gerando um rali no setor automotivo, enquanto investidores aguardavam a visão do Federal Reserve sobre a recente aceleração da inflação.

  • Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 0,80%, a 6.803,61 pontos.
  • Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 0,66%, a 14.557,58 pontos.
  • Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 0,32%, a 6.055,43 pontos.
  • Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 0,50%, a 24.261,12 pontos.
  • Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 0,26%, a 8.657,70 pontos.
  • Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 0,36%, a 4.835,17 pontos.

O mercado acionário da China fechou em alta nesta terça-feira depois de perdas do dia anterior, conforme as empresas de consumo e financeiras se recuperaram, mas os ganhos foram limitados pela cautela do investidor com possível aperto da política monetária.

  • Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 0,52%, a 29.921 pontos.
  • Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 0,67%, a 29.027 pontos.
  • Em XANGAI, o índice SSEC ganhou 0,78%, a 3.446 pontos.
  • O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, avançou 0,87%, a 5.079 pontos.
  • Em SEUL, o índice KOSPI teve valorização de 0,70%, a 3.067 pontos.
  • Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou alta de 0,39%, a 16.313 pontos.
  • Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 0,02%, a 3.105 pontos.
  • Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 avançou 0,80%, a 6.827 pontos.

*Com Reuters e Estadão Conteúdo

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