Um acordo comercial final entre o Brasil e os EUA virá posteriormente, segundo o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, que fez o anúncio após uma reunião com o secretário de Estado americano, Marco Rubio, em Washington, nesta quinta-feira (13).
Vieira disse aos jornalistas que Rubio reafirmou uma proposta anterior, resultante de conversas técnicas, para um acordo provisório até o final deste mês ou início do próximo. Depois disso, um acordo final seria alcançado dois ou três meses depois, que resolveria definitivamente todas as questões pendentes entre os dois países, afirmou.
Um breve comunicado do porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Tommy Pigott, confirmou que os dois diplomatas “discutiram uma estrutura de reciprocidade para a relação comercial entre os EUA e o Brasil”.
Desde julho, as exportações brasileiras para os EUA enfrentam a possibilidade de tarifas de 50%, depois que o presidente Donald Trump anunciou os encargos, além de suas tarifas gerais de 10%, embora alguns produtos-chave tenham sido isentos a partir do mês seguinte.
A medida do líder americano fez parte de uma tentativa, que acabou fracassando, de impedir o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro sobre as acusações de tentativa de golpe após sua derrota apertada para a reeleição em 2022.
As negociações de alto nível entre os dois maiores países das Américas foram retomadas pouco depois de Trump e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se encontrarem brevemente nas Nações Unidas, em setembro.
Os dois se encontraram no mês passado na Malásia, onde Lula pediu a Trump que removesse as tarifas e as sanções que o governo dos EUA havia imposto a autoridades brasileiras. Lula afirmou depois que esperava uma “solução definitiva” com os EUA em breve.
Vieira observou que o governo brasileiro enviou uma proposta comercial a autoridades americanas na semana passada, a pedido de Washington, e que espera uma resposta já nesta sexta-feira. Ele acrescentou que não discutiu os detalhes da proposta com Rubio, mas apenas questões gerais, e também não revelou o conteúdo da proposta brasileira.
Trump e seu secretário do Tesouro, Scott Bessent, sugeriram tarifas de importação menores para o café nesta semana, produto que não estava originalmente incluído na longa lista de exportações brasileiras que os EUA haviam isentado da taxação.
O Brasil é o maior exportador mundial de café, mas Vieira afirmou que não discutiu essa importante commodity com Rubio.
