As mortes em razão do novo coronavírus subiram para seis, conforme última atualização divulgada ontem (19) pelo Ministério da Saúde. Já os casos confirmados saíram de 428 na quarta-feira, para 621 ontem. São Paulo segue como foco da disseminação do vírus, com 286 casos.
Para se fazer cumprir as medidas recomendadas pelo Ministério da Saúde, como o isolamento social, o governo federal e os estados têm coordenado ações que influem na renda do trabalhador, a fim de garantir o direito dos mais economicamente vulneráveis de ficar em casa.
Impacto na economia
Por exemplo, a diretoria colegiada da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) aprovou a proposta de isenção do pagamento das contas dos consumidores das categorias de uso Residencial Social e Residencial Favela, cadastrados. A isenção valerá por 90 dias para as contas emitidas a partir de 1º de abril em todos os municípios operados pela companhia, atingindo 506 mil famílias.
O governo também se preocupa em manter o emprego, por isso quer permitir que as empresas cortem em 50% a jornada e o salário, medida que faz parte do pacote “Programa Antidesemprego” a ser enviado ao Congresso. Em compensação, os trabalhadores que tiverem o salário e a jornada reduzidos pelos empregadores receberão durante três meses uma compensação do governo, que irá de R$ 261,25 a R$ 381,22.
No total, o pacote com iniciativas para proteger os mais vulneráveis, preservar empregos e combater a pandemia já soma R$ 184,6 bilhões. Só a compensação para o trabalhador vai custar R$ 10 bilhões, com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). A previsão é alcançar até 11 milhões de pessoas.
Seguindo a estratégia da equipe economia, será preciso estimular setores fundamentais para superar a crise. Por isso, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que o governo vai facilitar a liberação de R$ 10 bilhões aos planos de saúde. O valor faz parte de um fundo garantidor, vinculado à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), composto por recursos das operadoras.
Contexto Internacional
Enquanto a transmissão sustentada do novo coronavírus em ao menos seis estados brasileiros preocupa o Ministério da Saúde. Fora do Brasil, o cenário é ainda mais grave.
A Defesa Civil da Itália anunciou nesta quinta-feira (19) que o número de mortos em decorrência do novo coronavírus subiu para 3.405, o que coloca o país à frente da China na quantidade de vítimas, que contabiliza 3.245.
Já na América do Norte, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês) informou também nesta quinta, que o país tem 10.442 casos confirmados de coronavírus e 150 mortes decorrentes da pandemia.
Pesquisas preliminares divulgadas ontem apontaram que a hidroxicloroquina e a cloroquina, duas drogas que servem para o tratamento da malária, têm o potencial de combater a covid-19, o que levou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a dizer que a cloroquina poderá “virar o jogo” da pandemia.
Porém, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) fez ressalvas, em nota distribuída na noite de quinta, à aplicação das substâncias no combate ao novo coronavírus. “Apesar de promissores, não existem estudos conclusivos que comprovam o uso desses medicamentos para o tratamento da covid-19”, diz a nota.
No nosso vizinho, o presidente da Argentina, Alberto Fernández, anunciou uma quarentena obrigatória a partir da madrugada desta sexta-feira (20) em todo o país. A quarentena deve durar até 31 de março. Até essa quinta-feira (19), a Argentina havia registrado 128 casos, com três mortes.
*Com Estadão Conteúdo e Agência Brasil