O bloqueio havia sido imposto em maio, após a detecção de casos de gripe aviária em território brasileiro. Segundo comunicado divulgado na conta oficial do departamento de alfândega chinês na plataforma Weibo, a decisão de liberar as compras foi tomada com base em uma análise de risco concluída no fim de outubro.
Tradicionalmente, a China é um dos principais compradores de carne de frango brasileira. A retomada das importações segue o mesmo caminho de países como Arábia Saudita, África do Sul e Filipinas, que também reverteram restrições após o Brasil declarar-se livre da doença em junho.
“A reabertura do mercado chinês pode ajudar a conter a desaceleração do setor de aves, que deve enfrentar maior oferta em 2026”, avaliou o analista Henrique Brustolin, do Bradesco BBI, em relatório.
“Isso tende a sustentar as margens de curto prazo da MBRF e da Seara, mas não muda nossa visão de que o ciclo deve enfraquecer no próximo ano.”
Brasil livre da doença, mas alerta global continua
Segundo o Ministério da Agricultura, o Canadá é atualmente o único país que mantém a suspensão total das importações de frango brasileiro.
Embora o Brasil tenha sido declarado livre da gripe aviária em junho, surtos recentes vêm sendo registrados em diversas regiões do mundo, especialmente na Europa, onde alguns governos chegaram a determinar que aves fossem mantidas em ambientes fechados para conter a disseminação do vírus.
O impacto da doença ainda é sentido no setor: os preços dos ovos dispararam no início de 2025 em várias partes do mundo, reflexo direto da escassez provocada pelos novos casos de gripe aviária.
Em maio, no mês que a China pausou as importações, as exportações brasileiras de carne de frango, incluindo produtos in natura e processados, caíram 12,9% em relação ao mesmo período do ano passado, por conta dos embargos decorrentes de um foco de gripe aviária em granja comercial.