O presidente de uma Comissão de Inquérito independente sobre a Ucrânia disse nesta sexta-feira (23) que a comissão concluiu que crimes de guerra foram cometidos na Ucrânia após investigações realizadas em quatro regiões do país.
“Com base nas evidências reunidas pela comissão, concluiu-se que crimes de guerra foram cometidos na Ucrânia”, afirmou Erik Møse ao Conselho de Direitos Humanos em Genebra.
Ele não disse explicitamente quem cometeu os crimes, mas o trabalho da comissão se concentrou em áreas da Ucrânia anteriormente ocupadas por forças russas, como Kiev, Chernihiv, Kharkiv e Sumy.
A Rússia foi chamada a responder às alegações na reunião do conselho, mas seu assento ficou vazio. A Rússia nega regularmente atacar civis de forma deliberada durante o que chama de “operação militar especial” na Ucrânia e disse no passado que as acusações de abusos de direitos humanos são uma campanha de difamação.
Investigadores da comissão, criada pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU em março, visitaram 27 lugares e entrevistaram mais de 150 vítimas e testemunhas.
A comissão encontrou um grande número de execuções nas áreas que visitou, incluindo corpos com as mãos amarradas, gargantas cortadas e ferimentos de bala na cabeça, disse Møse.
Ele acrescentou que os investigadores identificaram vítimas de violência sexual com idades entre 4 e 82 anos. Crianças foram estupradas, torturadas e confinadas ilegalmente, afirmou.
Às vezes, as investigações lançadas pelo Conselho podem ser usadas perante tribunais nacionais e internacionais, como no caso de um ex-oficial de inteligência sírio preso na Alemanha em janeiro por tortura apoiada pelo Estado.
Veja também
- Brics não desafiará dólar se China e Índia não o levarem a sério, diz criador da sigla
- Para driblar sanções, Rússia propõe que Brics desenvolvam sistema de pagamentos
- Como o Brasil e outros países estão ajudando Putin a desafiar os EUA
- 2 anos de guerra: Ações de petróleo se destacam, enquanto aéreas sofrem
- Rússia retoma exportações marítimas de diesel