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5 fatos para hoje: economia dos EUA; Rússia; Itaú; ministério da Economia

O crescimento econômico dos Estados Unidos provavelmente acelerou no quarto trimestre uma vez que as empresas reabasteceram os estoques para atender à demanda por bens.

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1 – Economia dos EUA deve ter retomado força no 4º tri, expansão em 2021 deve ser recorde em 37 anos

O crescimento econômico dos Estados Unidos provavelmente acelerou no quarto trimestre uma vez que as empresas reabasteceram os estoques para atender à demanda por bens, ajudando o país a registrar o melhor desempenho em quase quatro décadas em 2021.

A expansão foi alimentada no ano passado pelo forte estímulo fiscal e pelos juros baixos. O ímpeto, no entanto, parece ter perdido força em dezembro em meio às infecções por Covid-19 com a variante Ômicron, o que contribuiu para reduzir os gastos e afetar a atividade em fábricas e no setor de serviços.

O relatório do Departamento do Comércio sobre o Produto Interno Bruto no quarto trimestre será divulgado nesta quinta-feira e deve sustentar a virada do Federal Reserve na direção de aumento de juros em março.

O chair do Fed, Jerome Powell, disse na quarta-feira após reunião de política monetária que “a economia não precisa mais de altos níveis sustentados de suporte da política monetária”, e que “em breve será apropriado elevar” os juros.

De acordo com pesquisa da Reuters junto a economistas, o PIB provavelmente cresceu a uma taxa anualizada de 5,5% no último trimestre. Isso representaria um salto ante o ritmo de 2,3% no terceiro trimestre.

As estimativas variaram de 3,4% a 7,0%. Mas a pesquisa foi realizada antes da divulgação na quarta-feira de dados que mostraram um déficit recorde no comércio de bens em dezembro e aumento nos estoques varejistas.

O forte acúmulo de estoques no varejo levou economistas a elevarem suas estimativas para o crescimento do PIB até 7,5%.

Para o ano todo de 2021, a expansão foi estimada em 5,6%, o que seria o resultado mais forte desde 1984. A economia contraiu 3,4% em 2020, maior queda em 74 anos.

2 – Ministério da Economia terá escritório na capital dos Estados Unidos

O presidente Jair Bolsonaro assinou nesta quarta-feira (26) decreto que cria o Escritório de Representação do Ministério da Economia do Brasil em Washington-DC, capital do Estados Unidos da América (EUA). O texto será publicado na próxima edição do Diário Oficial da União (DOU). 

Segundo o governo, o escritório tem por objetivo “consolidar a imagem do país como ambiente seguro para se fazer negócios, com responsabilidade nas dimensões ambiental, social e de governança”.

Entre as atribuições da equipe que coordenará a representação está a divulgação das reformas econômicas implementadas no Brasil, que podem dar mais segurança na atração de investidores.

“Caberá ao escritório, em total alinhamento com o Ministério das Relações Exteriores, promover as oportunidades de negócios que tragam geração de emprego e renda ao país. Além disso, identificar as barreiras aos investimentos estrangeiros e demonstrar a estabilidade e solidez macroeconômica do país”, informou a Secretaria-Geral da Presidência, em nota.

O Brasil já dispõe de outros órgãos com foco em atração de investimentos estrangeiros, como a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), que possui escritórios nos EUA, além dos setores econômicos das próprias embaixadas.

3 – Ultragaz cria ‘Vale Gás’ que permite congelar o preço do GLP para o consumidor

A Ultragaz, do Grupo Ultra (UGPA3), lançou o cartão ‘Vale Gás’, que permite aos consumidores de botijão de 13kg de gás liquefeito de petróleo (GLP), popularmente conhecido como gás de cozinha, comprar o produto com cartão de crédito, inclusive em parcelas, e também de forma programada, em períodos em que o gás está mais barato.

O GLP é um dos derivados de petróleo produzidos pela Petrobras afetado pela alta do dólar frente ao real e pela valorização do petróleo no mercado internacional. Mesmo no primeiro semestre de 2020, quando a covid-19 fez um estrago no consumo de combustíveis, o gás de cozinha foi o único a ter aumento de vendas. Na época, os consumidores correram para estocar botijões com medo de faltar produto no mercado.

Além de ser muito consumido, o gás de cozinha tem forte apelo social e, em 2021, deu uma importante contribuição para a alta da inflação. Atualmente, o vasilhame de 13 kg está sendo vendido, em média, a R$ 102, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

De olho nesse cenário de fragilidade econômica, a Ultragaz formou parceria com a epay Brasil e com a rede de supermercados Assaí para facilitar a compra do botijão. A ideia é que o consumidor adquira o Vale Gás numa loja Assaí e, num período de seis meses, troque o cartão por gás pelo preço do dia da compra do cartão, ainda que ele esteja custando mais caro quando o produto for adquirido. A entrega é feita por um revendedor varejista de GLP contactado por Whatsapp.

“Isso contribui para que (os consumidores) possam economizar, podendo programar a compra do gás com antecedência”, diz Anderson Araujo, Gerente de Produtos e Serviços Financeiros do Assaí Atacadista.

Com expectativa de venda de 600 mil unidades por ano, o lançamento do cartão começará em 152 lojas da rede de hipermercados. A Ultragaz atende mais de 11 milhões de famílias e 60 mil empresas em 22 Estados e no Distrito Federal.

4 – Itaú é o único brasileiro entre 500 marcas marcas globais mais valiosas

O Itaú Unibanco (ITUB4) é o único representante brasileiro na lista das 500 marcas mais valiosas do mundo, de acordo com ranking anual da consultoria internacional de marcas Brand Finance. O banco ganhou 53 posições em relação ao relatório de 2021, e tem a 335ª marca mais valiosa do planeta.

Na edição anterior, além do Itaú, o Banco do Brasil figurava no ranking, na 492ª posição. Neste ano, ficou de fora da lista das 500 marcas mais valiosas. O Santander figura na 126ª posição – com a marca global.

Para compilar o ranking, a Brand Finance considera o reconhecimento das marcas, sua importância e a reputação junto à sociedade. O boca a boca – ou seja, o quanto a marca tem de engajamento espontâneo junto ao público, sem a necessidade de propaganda – também foi incluído pela consultoria.

A marca mais valiosa do mundo é a da Apple, que já ocupava a liderança do ranking no ano passado, e que tem valor de US$ 355,1 bilhões. O segundo lugar é da Amazon, que vale US$ 350,3 bilhões. Em terceiro, quarto e quinto lugares, estão as também americanas Google, Microsoft e Walmart.

Entre as latino americanas, a mais bem colocada é a cerveja mexicana Corona (312ª), com valor de US$ 7 bilhões. A Brand Finance destaca que a marca teve de lidar com o fato de ter o nome associado ao coronavírus em 2020, e que apesar de ter se recuperado ano passado, enfrentou outro problema relacionado à pandemia: o desabastecimento de cerveja no mercado e a necessidade de aumentar os preços, dada a inflação das commodities.

Maluhy entre os principais CEOs

Além de figurar entre as marcas mais valiosas, o Itaú conquistou uma posição no ranking dos 250 principais CEOs, ou “guardiões de marca”, como a Brand Finance os chama. Prestes a completar um ano à frente do conglomerado, Milton Maluhy ocupa a 231ª posição. Também é o único representante, na lista, de uma empresa brasileira.

A lista enumera os CEOs com base em sua pontuação nos pilares de desempenho, investimentos e patrimônio (o que inclui reputação e aprovação pelos funcionários). O primeiro lugar da lista deste ano é ocupado por Satya Nadella, CEO da Microsoft, seguido por Tim Cook, da Apple.

“Em última análise, o papel de um guardião de marca é construir valor para a marca e para o negócio”, diz, em nota, o CEO e chairman da Brand Finance, David Haigh. “Nosso ranking reconhece aqueles que estão construindo o valor de negócio de forma sustentável, equilibrando as necessidades de todas as partes interessadas – empregados, investidores, e a sociedade como um todo.”

O ranking de 2021 não teve CEOs de empresas brasileiras. Para 2022, ele foi expandido de 100 para 250 nomes globais.

5 – EUA respondem às demandas da Rússia e dizem buscar diálogo

Os Estados Unidos entregaram respostas por escrito nesta quarta-feira às amplas exigências de segurança russas, um passo fundamental em um processo diplomático frágil, no momento em que a Rússia realiza novos exercícios militares em terra e mar perto da Ucrânia.

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, disse que o documento, entregue pessoalmente pelo embaixador dos EUA em Moscou, John Sullivan, abordou as preocupações da Rússia e levantou as dos EUA e seus aliados.

Ele afirmou a repórteres que a resposta estabelece um caminho diplomático sério, caso a Rússia o escolha, e tem uma avaliação pragmática das preocupações de Moscou. Ele acrescentou que os Estados Unidos estão abertos ao diálogo.

“Colocar as coisas por escrito é… uma boa maneira de garantir que sejamos o mais precisos possível, e que os russos entendam nossas posições, nossas ideias, da maneira mais clara possível. Neste momento, o documento está com eles e a bola está na quadra deles”, disse.

Washington deixou claro que as exigências russas para que a Otan retire tropas e armas da Europa Oriental e impeça a entrada da Ucrânia no órgão são destinadas ao fracasso, mas diz que está pronta para discutir outros tópicos, como controle de armas e medidas de fortalecimento da confiança.

Se o presidente Vladimir Putin estiver preparado para aceitar essa agenda limitada, determinará a próxima fase da crise, na qual Moscou reuniu cerca de 100.000 soldados perto da fronteira com a Ucrânia, negando planos de invasão.

O vice-chanceler russo, Alexander Grushko, disse à agência de notícias Interfax, quando perguntado quanto tempo a Rússia precisaria para estudar a resposta da Otan: “Vamos ler. Estudar. Os parceiros estudaram nosso projeto por quase um mês e meio.”

Diálogo

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, pediu à Rússia que “reduza imediatamente a intensidade da situação”, dizendo que as divergências precisam ser resolvidas por meio do diálogo e que cada nação deve ser livre para decidir seus próprios arranjos de segurança.

Em Paris, diplomatas de Rússia, Ucrânia, França e Alemanha mantiveram mais de oito horas de conversas sobre o fim de um conflito separatista no leste da Ucrânia, parte da crise mais ampla entre Moscou e Kiev que corre o risco de se tornar uma guerra em grande escala.

Mais cedo nesta quarta-feira, respondendo a comentários do presidente dos EUA, Joe Biden, de que consideraria impor sanções pessoalmente a Putin, a Rússia disse que tal medida não prejudicaria o líder do Kremlin, mas seria “politicamente destrutiva”.

Enquanto isso, a Rússia realizou novos exercícios militares em terra e no Mar Negro e transferiu mais pára-quedistas e caças para Belarus, ao norte da Ucrânia, para o que descreve como exercícios conjuntos no próximo mês.

A Ucrânia disse que a Rússia está tentando semear o pânico. O ministro das Relações Exteriores, Dmytro Kuleba, afirmou que Moscou ainda não reuniu forças suficientes para uma ofensiva em larga escala, mas isso não significa que não possa fazê-lo mais tarde.

Blinken disse que os norte-americanos na Ucrânia deveriam considerar a saída.

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