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Economia

Em gesto a Haddad e Galípolo, Lula formaliza meta contínua de inflação a partir de 2025

Decreto mudará a forma como o chefe do Banco Central terá que atuar para colocar a inflação dentro da meta

O Brasil vai adotar um novo regime de metas de inflação. Na prática, fará com que o Banco Central estabeleça metas para períodos contínuos de 12 meses, uma mudança consolidada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quarta-feira (26). 

Lula editou um decreto para implementar esse novo sistema a partir de janeiro de 2025. Em vez do ano-calendário (janeiro a dezembro), ele seguirá um horizonte contínuo de 12 meses guiado por um índice de preços ao consumidor mensal.

Na prática, o Banco Central terá mais flexibilidade para colocar a inflação dentro da meta. A medida era apoiada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e Gabriel Galipolo, diretor de política monetária do BC.

Caso ocorram seis meses consecutivos fora da faixa de metas, isso será considerado um fracasso no cumprimento da meta, e exigirá que o presidente do BC escreva uma carta pública e uma nota em um relatório oficial explicando o motivo de a meta não ter sido alcançada.

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A meta oficial, sua faixa de tolerância e o índice que as orienta continuarão a ser definidos pelo conselho monetário nacional do país, um órgão composto pelo ministro da Fazenda, ministro do Planejamento e presidente do banco central.

Desde sua criação em 1999, o regime de metas de inflação do Brasil funcionou com base no ano-calendário, com os banqueiros centrais sendo responsabilizados a cada dezembro. A autoridade monetária não conseguiu cumprir sua meta sete vezes, duas delas sob o atual chefe Roberto Campos Neto.

Ainda assim, as decisões de política do banco são tomadas com um horizonte de tempo maior em mente. Os banqueiros centrais atualmente consideram até 18 meses de antecedência, levando em conta os atrasos para o impacto das decisões de taxa de juros na economia.

Haddad, anunciou anteriormente que o Brasil adotaria o novo sistema no ano passado, mas um decreto ainda era necessário para que ele entrasse em vigor. Ele se reuniu com Lula para discutir o novo sistema na tarde de terça-feira (25), junto com Galipolo, que é amplamente considerado um potencial sucessor de Campos Neto no próximo ano.

O relatório de inflação atual do banco central continuará a ser publicado trimestralmente, embora agora seja chamado de relatório de política monetária, disse o banco após Lula emitir o decreto.

© 2024 Bloomberg L.P.

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