Os países do Mercosul decidiram nesta sexta-feira (11) ampliar a lista de produtos isentos da Tarifa Externa Comum. Cada membro do bloco poderá escolher 50 produtos para incluir na isenção, o que dará margem aos países para negociar acordos enquanto tentam evitar as tarifas de Donald Trump — ou retaliar contra elas.

A decisão foi tomada em Buenos Aires, durante uma reunião de chanceleres do bloco originalmente formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, segundo comunicado divulgado nesta sexta.

Tarifa comum do Mercosul

A Tarifa Externa Comum é uma tarifa de importação única aplicada por todos os países do bloco (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai) sobre produtos que vêm de fora do Mercosul. Ela serve para proteger a indústria do bloco e criar um mercado comum, onde os países-membros funcionam como uma só alfândega em relação ao resto do mundo.

Por exemplo: um produto da China pagará a mesma tarifa ao entrar na Argentina ou no Brasil. Uma vez que esteja dentro da região, ele pode circular entre os países sem pagar novas taxas.

Mas existe uma lista de exceções permitidas a cada país. Assim, os membros podem taxar certos produtos de forma distinta, segundo as necessidades comerciais de cada um.

Proteção na guerra tarifária

“Os ministros concordaram que é importante enfrentar os desafios apresentados pelo atual ambiente externo”, escreveram no comunicado, mencionando um cenário internacional “em constante mudança”.

O pedido, feito pela Argentina durante um jantar na quinta-feira (10), foi bem recebido pelos demais integrantes do Mercosul, e a necessidade de isenções adicionais foi consensual, segundo fontes próximas às negociações. Caberá a cada país decidir quais produtos serão incluídos na lista de isenções e quais serão as tarifas aplicadas.