Para muitos investidores e economistas, a resiliência do mercado de trabalho é um sinal de que a desaceleração econômica esperada para este ano será superficial. Os dirigentes das empresas, por outro lado, parecem questionar se têm o número certo de pessoas para a crise que se aproxima.
Menções a “quadro de funcionários” por executivos em teleconferências atingiram o nível mais alto no ano passado desde a crise financeira global, segundo dados compilados pela “Bloomberg News”. Administradores de empresas de tecnologia foram os que mais usaram a expressão, seguidas pelo setor industrial, mostram os dados.
Demissões em massa
Até o momento no ano, foram mais de 570 menções ao quadro de funcionários nas teleconferências, inclusive com discussões do Wells Fargo sobre cortes em seu negócio de hipotecas, enquanto a National Instrument visa uma redução de 4% no primeiro trimestre.
Esses alertas e as demissões em massa anunciadas pelas grandes empresas de tecnologia nas últimas semanas são um sinal de que o mercado de trabalho provavelmente não escapará do impacto de uma crise econômica.
Nível de pessoal acima do ideal
Os níveis de pessoal em algumas das principais empresas ainda estão, em média, 20% maiores do que deveriam, de acordo com estrategistas do Bank of America. O TCI Fund Management escreveu à administração da Alphabet, no mês passado, para dizer que eles precisam ir mais longe em seus cortes de empregos.
As reduções também se estendem a outras indústrias, com o anúncio da Royal Philips NV, nesta semana, do seu plano de cortar outros 6.000 empregos, cerca de 8% de sua força de trabalho total. A fabricante de produtos químicos Dow reduzirá cerca de 2.000 posições após o aumento das despesas com energia.
Veja também
- China aprova ‘aumento gradual’ da idade mínima para aposentadoria
- No Reino Unido, meta do novo governo esbarra nos homens da geração ‘nem-nem’
- FMI diz que flexibilidade no ritmo de cortes da Selic é prudente
- O Brasil está produzindo menos bebês: problemas à vista para a economia
- Como o analfabetismo (ainda) emperra a produtividade do Brasil