O país está vendendo mais US$ 750 milhões dos papéis com vencimento em 2035, além de US$ 1,5 bilhão em nova dívida de sete anos. As ofertas foram lançada com rendimento de 6,2% e 5,75% em dólar, respectivamente – abaixo da taxa oferecida quando a venda foi anunciada mais cedo nesta quinta-feira, segundo uma pessoa a par do assunto.
“O Brasil tem sido claro sobre seus planos de emissão, então isso não surpreende os investidores”, disse William Snead, estrategista do Banco Bilbao Vizcaya Argentaria. “Considerando o excesso de demanda nas ofertas recentes, os títulos devem atrair uma demanda sólida.”
A venda se soma ao ano mais ativo desde 2014 em emissões de dívida por governos e empresas de mercados emergentes. Com investidores buscando emissores de maior rendimento, o volume emitido se aproxima de US$ 700 bilhões no acumulado do ano, segundo dados compilados pela Bloomberg. As operações da América Latina já superaram o recorde anterior, impulsionadas em grande parte pela onda de captações do México.
Os ativos brasileiros avançaram junto com os mercados emergentes em 2025, à medida que a incerteza sobre a política nos EUA leva investidores a buscar oportunidades em outros lugares. O país tem eleições presidenciais previstas para o ano que vem, e os investidores acompanham quem enfrentará o presidente Lula.
A emissão ocorre após um período difícil para empresas brasileiras nos mercados internacionais de dívida, com várias companhias cancelando ou reduzindo planos de captação em meio a uma sequência de problemas.
O Brasil acessou investidores globais pela última vez em setembro, quando vendeu US$ 1,75 bilhão em títulos em dólares — reabrindo US$ 750 milhões dos papéis 2030 e emitindo US$ 1 bilhão em nova dívida com vencimento em 2056.
A última vez que o Brasil vendeu títulos globais quatro vezes no mesmo ano foi em 2010, segundo dados do Tesouro Nacional.
Por Giovanna Bellotti Azevedo e Vinícius Andrade