O Japão teve seu maior déficit comercial em um único mês já registrado em agosto, com o disparada das importações devido aos altos custos de energia e à queda do iene, expondo a vulnerabilidade da economia a pressões externas sobre os preços.
O crescente déficit comercial destaca a natureza frágil da recuperação econômica do Japão, que até agora permaneceu praticamente intacta apesar do alto preço que as empresas estão pagando pelas importações, o que é agravado pela queda do iene para o menor valor em 24 anos e pelas perspectivas crescentes de desaceleração global.
As importações aumentaram 49,9% no ano até agosto, impulsionadas pelos custos de petróleo bruto, carvão e gás natural (GNL), e fazendo com que o déficit comercial aumentasse para 2,8173 trilhões de ienes (US$ 19,71 bilhões), o maior déficit já registrado.
O ganho nas importações foi maior do que a previsão média do mercado para um aumento de 46,7% em uma pesquisa da Reuters e superou um aumento de 22,1% nas exportações no mesmo mês, mostraram dados do Ministério das Finanças.
“As importações estão aumentando à medida que os altos preços das matérias-primas persistem e as interrupções no fornecimento diminuem, enquanto as exportações estão lentas”, disse Takeshi Minami, economista-chefe do Instituto de Pesquisa Norinchukin.
“Os custos aumentarão se as importações aumentarem sem qualquer mudança no tamanho da economia global. Isso levará à importação de inflação.”
O déficit comercial de agosto foi maior do que o déficit de 2,3982 trilhões de ienes esperado em uma pesquisa da Reuters.
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